O texto do evangelho deste Domingo conta-nos a cura de um leproso. O leproso não é um doente como os outros, que foram curados por Jesus: o paralítico, a mulher com fluxo de sangue, o cego de nascença. A lepra destruiu a sua vida pessoal, como as outras doenças, mas a lepra tem um efeito peculiar: destruiu a sua relação social, condenando-o a afastar-se das pessoas, vivendo sozinho e gritando: “impuro, impuro”, para que todos se afastem, como podemos ver na primeira leitura. A lepra era considerada um castigo de Deus pelos pecados do leproso; se se aproximasse de alguma povoação, era, de imediato, afugentado à pedrada. Por isso, a atitude de Jesus com os leprosos tem um significado especial, o qual devemos aprender e assimilar. O evangelho diz-nos: “veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe”. Isto já era inacreditável. Um leproso não podia aproximar-se de ninguém. Porém, Jesus não o rejeita: “compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe”. Isto não é só inacreditável, mas vai contra os costumes e contra a lei. Jesus transgrediu à lei, toca o leproso e cura-o. Um milagre de Jesus é sempre sinal exterior de uma realidade interior, invisível, mais importante, que revela o mistério de Jesus e da sua obra salvífica. O leproso simboliza toda a humanidade perdida: egoísta, obcecada com as riquezas, incapaz de perdoar, sensual, subjugada ao sofrimento, vingativa, mortal. O leproso representa um aspecto importante: o pecado da humanidade gera grupos injustos, dominadores, que abusam dos mais fracos, excluem os pobres; o pecado gera inimigos, violentos, agressivos, destrói a comunhão humana. O leproso aproxima-se de Jesus e diz-lhe: “se quiseres, podes curar-me”. Este leproso não aceita a sua condição, deseja a cura, e aproxima-se de Jesus, implorando a vida. Jesus compadece-se; a compaixão de Jesus manifesta a compaixão de Deus pelo homem perdido. Jesus diz-lhe: “Quero”. A vontade de Deus, dadora de saúde, é sinal da vontade salvadora de Deus que, à humanidade, diz todos os dias: quero, fica limpo. O gesto de Jesus (curar) pode ser encarado de duas formas. Por um lado, pode ser considerado como um de muitos milagres. O gesto de Jesus é sinal da sua Palavra e do seu Espírito, através dos quais vem restabelecer a vida e a alegria da humanidade pecadora. A mensagem sobre o amor do Pai e sobre o amor generoso entre nós devolve ao homem a sua dignidade humana, dá-lhe capacidade de sair do seu casulo e abrir-se ao amor e à comunhão. Por outro lado, o carácter especial da cura de um leproso tem um peculiar significado. O leproso torna visível uma realidade terrível: o doente não é só ele, mas é toda a sociedade que está doente. Quando lemos a primeira leitura deste Domingo, o nosso coração fica apertado. A necessidade de segurança para todo o povo exigia um tratamento desumano e cruel, exigido a todos: afastar, excluir os leprosos, marginalizá-los a um nível desumano de vida. Jesus, acolhendo o leproso, tocando-o e curando-o, significa que a sua Palavra e o seu Espírito de justiça, de acolhimento e de amor, cura também a sociedade humana, tão doente pelo racismo, pelo egoísmo e pela violência. Agora, já não é a lepra, doença curável, mas tantos casos de exclusão e de condenação. As vítimas de sempre são as que têm uma vida carente dos direitos fundamentais: refugiados, sem-abrigo, vítimas da prostituição e de tráfico humano, crianças abusadas e exploradas. O espírito fundacional da nossa vivência cristã encontra-se no gesto de Jesus: estender a mão, tocar. Fixemos o conselho de São Paulo: “fazei como eu…não buscando o próprio interesse, mas o de todos, para que possam salvar-se”. Isto deve ser o ponto de referência de toda a pastoral da Igreja, não o que eu penso, mas os outros, o que cada pessoa necessita. O orgulho na comunidade cristã rejeita o necessitado e não o faz experimentar o acolhimento de Jesus.
Ver: https://liturgia.diocesedeviseu.pt/LITURGIAEVIDA/index.html
11-02-2024
paroquiasagb
Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma 2024
paroquiasagb
Leitura Espiritual
«Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera»
Ergui os braços ao céu, para a graça do Senhor. Ele me libertou das minhas cadeias, o meu protector elevou-me pela sua graça e a sua salvação. Libertou-me da obscuridade e revestiu-me da luz; os meus membros já não sentem aflição, nem angústia, nem dor. O pensamento do Senhor socorreu-me, a sua luz exaltou-me, caminho na sua presença, aproximar-me-ei dele louvando-O e glorificando-O. O meu coração transbordou, invadindo-me a boca e cumulando-me os lábios. A alegria do Senhor e o seu louvor enchem-me o rosto. Aleluia! Escapei às minhas cadeias e fugi para junto de Ti, ó meu Deus! Tu foste o meu caminho, a minha salvação e o meu auxílio. Detiveste os que se erguiam contra mim e eles desapareceram, o teu rosto estava comigo e a tua graça me salvou. Fui desprezado e rejeitado pela multidão, mas Tu deste-me força e ajudaste-me, iluminaste a minha direita e a minha esquerda. Que tudo em mim seja apenas luz! Vesti as vestes do teu Espírito, e Tu removeste de mim as vestes de pele (cf Gn 3,21). A tua direita me elevou, afastando a doença, a tua verdade me robusteceu e a tua justiça me santificou. Fui justificado pelo teu suave amor, em Ti repousarei pelos séculos dos séculos. Aleluia! (Odes de Salomão, texto cristão hebraico do início do século II, nn. 21 e 25).
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Programação de Celebrações e Missas da Semana de 14 a 18 de Fevereiro da Unidade Pastoral P. Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã, Algodres e Freixiosa.
Fonte: P. Fornos de Algodres
Fonte: Paróquia de Fuinhas