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Avisos e Liturgia do 15º Domingo Comum (Ano C)

Deus mostra aos que andam desorientados (errantes) a luz da sua verdade, para que possam voltar ao bom caminho (Cf. Oração Colecta). Precisamente um doutor da lei quer saber o que tem de fazer para encontrar o caminho da vida eterna. Jesus responde-lhe com a Lei, acrescentando: “Faz isto e viverás”. O texto do evangelho deste domingo narra-nos a parábola do bom samaritano. Temos muito a aprender com este texto, porque, como o sacerdote ou o levita, tantas vezes passamos ao lado das necessidades dos outros.

“Que tenho de fazer para receber como herança a vida eterna?”. Perante esta pergunta Jesus convida o doutor da lei a responder segundo os seus conhecimentos intelectuais. E ele responde correctamente com a oração mais importante do judaísmo, a “Shemá Israel”, do capítulo 6 do livro do Deuteronómio: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo”. Responde correctamente porque conhece bem o texto da Lei, mas a sua resposta não deixa de ser teórica e fria, ou seja, falta-lhe aprofundar o significado das palavras da Lei. A segunda pergunta do doutor da lei está relacionada com a primeira; por isso, tem muita importância: “E quem é o meu próximo?”. É evidente que fica muito claro que para obter a vida eterna é necessário acreditar num só Deus, mas saber quem são os outros que devem ser amados já é mais difícil. Muitas vezes pensamos que são somente os membros da nossa família, os nossos amigos e colegas de trabalho. O evangelho convida-nos a abrir os nossos olhos para descobrir o nosso próximo.

Como em tantas outras ocasiões, Jesus responde ao doutor da lei com uma parábola, a do bom samaritano, que só encontramos no evangelho de Lucas. Para compreender esta parábola, não podemos esquecer que existia uma grande inimizade entre judeus e samaritanos e é precisamente um samaritano que socorre aquele homem que foi roubado e espancado pelos salteadores, tendo ficado meio morto no caminho. Nem o sacerdote nem o levita o ajudaram. Logicamente, eles deveriam ter ajudado aquele pobre homem. Mas passaram adiante, com indiferença. Só têm tempo para si mesmos. O samaritano não só socorre mas também trata as feridas, coloca o homem sobre a sua própria montada e leva-o para uma estalagem. Paga com duas moedas de prata ao dono da estalagem para que trate bem daquele pobre. O samaritano não só salvou a vida àquele homem, mas também preocupou-se com ele com todos os meios que tinha ao seu alcance.

14-07-2019

O evangelho deste domingo diz-nos com muita clareza o seguinte: os outros, ou seja, o nosso próximo, são todos aqueles que necessitam da nossa ajuda e da nossa compaixão: os desprezados e esquecidos da nossa sociedade. De certeza que conhecemos muitas pessoas que nunca ninguém se interessou pelas suas vidas, pelas suas necessidades e, sobretudo, pelas suas feridas. Hoje, Jesus Cristo ensina-nos e convida-nos a ser bons samaritanos, ou seja, a estar sempre atentos à vida dos outros e a não passar adiante. Para sermos bons samaritanos precisamos de começar a ter os olhos bem abertos, estando atentos, e a ter um coração generoso para servir o nosso irmão.

Acreditar em Deus não é um exercício teórico que nasce do nosso pensamento. Acreditar em Deus está relacionado intimamente com a nossa vida e com tudo o que fazemos aos nossos irmãos. Jesus Cristo é o bom samaritano que cuida de cada um de nós. Aprendamos a ser imagens deste Cristo e a ser bons samaritanos.

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Ano C - Tempo Comum - 15º Domingo - Boletim Dominical