Quatro anos de sucesso financeiro e desportivo
Ao iniciar a quinta temporada, fomos conversar com Bruno Costa, Presidente da AD Fornos de Algodres, que depois de encontrar um clube cheio de dívidas, aos poucos o transformou e hoje respira saúde financeira.
Magazine serrano– Uma nova temporada está a iniciar-se, o lema será uma boa prestação?
Bruno Costa- Sim, em todos os projetos onde estou inserido, gosto de ter objetivos ambiciosos e para a nova época que agora se inicia, o objetivo passa por lutar de igual para igual com qualquer equipa e tentar trazer sempre os três pontos.
MS-Falando da temporada passada, o Campeonato de Portugal foi complicado?
BC -Foi uma temporada desgastante, tanto a nível físico, como a nível psicológico, onde assumo total fracasso dela, foram cometidos erros, no planeamento e na gestão e mesmo no próprio jogo, mas não podemos ambicionar por muito mais devido à nossa interioridade, no que diz respeito, aos meios.
Cada vez é mais difícil construir um plantel, onde as pessoas tem já a noção que se nos cingirmos só ao que temos é complicado, agora no ano passado, houve reformulação acentuada no plantel devido ao grau de exigência elevado do Campeonato de Portugal, mas não conseguimos, dado ao baixo orçamento que tínhamos, não podíamos ambicionar muito mais.
Agora tivemos algum azar em alguns jogos, onde poderíamos ter pontuado, agora para os sócios e simpatizantes não era fácil ir ao jogos fora devido às elevadas distâncias, e os resultados a não ajudar foi natural que se afastassem um pouco, mas isso, espero que este ano possamos voltar a tê-los e os nossos resultados sejam melhores, até porque o nível competitivo este ano é diferente.
MS-Para ter gente nas bancadas é necessário que a época arranque com vitórias?
BC -Sim, é óbvio, quando se ganha tudo é mais fácil, mesmo para a estrutura diretiva, técnica e jogadores, agora com a equipa a ganhar os adeptos e sócios vêm ao estádio e gostam do que veem, agora o ano passado foi uma exceção à regra, esperamos nós.
MS -Como está o plantel para 2018/19?
BC -Neste momento, o núcleo está formado, houve algumas reformulações, mas a base que vem da 2ªdistrital, muito forte, ainda se mantém. Alguns há, que por alguma circunstância este ano não nos poderão ajudar, mas temos a base que vem de trás, onde se juntam alguns jovens de Fornos para irem entrando na equipa, e algumas soluções fora do concelho que nos vêm acrescentar mais qualidade, isto porque o interior está desertificado e isso é um problema de outras guerras.
MS -Uma nova equipa técnica, uma nova aposta?
BC -Uma aposta diferente, na juventude, onde tem sido nosso apanágio, agora uma aposta acautelada, definida por toda a estrutura diretiva e esperamos que vai dar certo.
MS -Na formação, este ano não vai haver juniores e iniciados, que escalões vão participar?
BC -A aposta na formação vai ser forte, em todos os escalões que iremos apresentar, a aposta será na qualidade a nível técnico, pessoas licenciadas em desporto, porque é esse o caminho.
Agora Fornos de Algodres, não tem assim crianças em abundância e temos de tentar fazer o possível, vai haver petizes, traquinas, benjamins e infantis, nos iniciados calculamos que não tinham número suficiente, logo nos juvenis vamos tentar fazer uma equipa e os juniores transitaram para os seniores e assim vamos trabalhar na formação.
MS -Em relação a outras modalidades, para quando o futsal?
BC -Esteve em cima da mesa, mas devido a problemas de infraestruturas no concelho, como é de conhecimento público, não temos um pavilhão sempre disponível, como está o estádio, e isso traria alguns custos que mexeria no orçamento, mas num futuro próximo, iremos ter uma equipa de futsal sénior.
Agora queremos, ter um clube para todos e para todas e no setor feminino, que agora está a começar a ter uma grande preponderância em Portugal, também gostávamos de ter uma equipa mas é preciso matéria – prima e pessoas disponíveis para colaborar e nesta altura não teríamos reunidas as condições.
MS -Na parte financeira, o clube apresentou recentemente as contas com saldo positivo e respira saúde?
BC -Sim, esta é a parte fundamental para todos os clubes e instituições, aliás deveria ser muitas vezes mais importante que a vertente desportiva, porque queremos ser uma instituição respeitada e também que respeite e isso foi seguido à risca, somos um clube de valores, isso é muito importante.
Foram quatro anos já à frente da instituição, vamos para a quinta época, onde foram feitos muitos sacrifícios, muitos jogadores, treinadores, corpo clínico, patrocinadores, sócios e adeptos, Juntas de Freguesia e a Câmara Municipal nos ajudaram, mas muitos cortes foram feitos, agora a saúde financeira é extraordinária.
Eu entrei com um saldo negativo de 20 mil euros, como todos sabem, e agora orgulhamo-nos todos, porque a conquista foi coletiva, que até hoje nas contas do clube estão cerca de 25 mil euros. Agora se formos questionar os clubes amadores da Guarda e Viseu, poucos têm esta situação que nós aqui temos.
Mas temos de ter os pés bem assentes na terra e o clube tem tudo para crescer, isso é o mais importante e neste momento, não temos dívidas, aliás temos tudo saldado com a AF Guarda, já da época atual, agora temos as despesas correntes que vamos saldando, mas isso, deve ser motivo de orgulho para todos os fornenses, porque ainda há bem pouco tempo não era assim.
MS -Para esta nova temporada vai ser mais aliviada, mas sem loucuras?
BC -Sim, não é respirarmos de outra forma, que vamos cometer alguma loucura, isso não faz parte do meu pensamento, irei continuar da mesma forma, mas quero profissionalizar este clube, toda a gente siga AD Fornos de Algodres, com outros olhos e veja como modelo a seguir, isso é o mais importante e vou conseguir.
MS -Que apoios contam para esta nova temporada?
BC -Teremos sem dúvida, a Câmara Municipal que é aqui e em 99% dos concelhos o grande impulsionador da atividade desportiva, assim com outros apoios de empresas dentro das suas limitações, sócios, simpatizantes e atividades desenvolvidas ao longo do ano.
MS -Na 1ºjornada, poderá ser inaugurada uma nova sala /museu do clube?
BC -No dia 30 de setembro, se não houver atrasos, por vezes não se consegue fazer aquilo que pretendemos em tempo útil, mas em princípio será inaugurado o museu, sala de reuniões e o mural dos presidentes, que é uma homenagem mais que justa a quem passou por esta instituição e deu algo ao concelho.
MS -Que mensagem deixa aos sócios, adeptos e amigos do clube?
BC -Espero que esteja uma casa bem composta, sempre em todos os outros jogos, recordo-me da temporada 2016/17 que fomos campeões, a grande presença dos nossos sócios e simpatizantes fora de casa, e assim espero que esta temporada, todos se voltem a aproximar do clube, que é muito importante.
Reportagem de António Pacheco