Programas de “talentos” musicais como o “The Voice Portugal”, o “Portugal Got Talent”, os “Ídolos”… acompanham os serões de muitos espectadores. O sensacionalismo e mediatismo destes programas explicam a média de mais de 600 000 espectadores que assistem o “The Voice Portugal”, visto como um sucesso do entretenimento televisivo. É importante perceber as estratégias a que os media recorrem para entreter e fidelizar os seus espectadores, através de vários incentivos, como por exemplo a estimulação dos sentidos e emoções do público. Estas estratégias resultam e tendem a criar expectativas e a ideia de que “qualquer um pode cantar”, não expondo o verdadeiro esforço que é necessário para realmente se ser músico. Esta procura de talentos passa muitas vezes por explorar o valor emocional da história de vida de cada concorrente, e qual destas histórias mais comoverá o público. Não se nega de qualquer modo a participação de concorrentes que demonstram grandes capacidades vocais, mas é importante referir, que um talento necessita de formação, técnica e muito trabalho para retirar o melhor da sua voz e/ou outro instrumento. Com isto não se pretende destruir qualquer esperança daqueles que ambicionam participar neste tipo de concursos, apenas dar nota e valorizar a importância do trabalho de muitos músicos com formação e, claramente com muito talento, do que se faz um verdadeiro artista.
Madalena Fonseca