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Artigo de Sara Morais– A Hipnose e os Mitos

A relação entre a mente e o cérebro sempre suscitou grande interesse e debate, mas quando misturamos a Hipnose na equação parece que surge uma avalanche de mitos e de conceções falsas devido ao desconhecimento sobre este estado.

A hipnose é um estado fisiológico natural que através de um estado profundo de relaxamento, emparelhado com exercícios respiratórios, permite que o leitor consiga aumentar e afunilar a sua atenção e, assim, passar do estado de vigília para um estado mais focado e adequado para aceder a conteúdos internos e, por sua vez, desenvolver uma autoconsciência mental e emocional. Por outras palavras, a hipnose age diretamente sobre o sistema límbico, uma área especifica do cérebro que compreende também o Hipocampo e a Amígdala (estes responsáveis pelos diversos comportamentos, emoções, estímulos sexuais, processos de aprendizagem e memória); permitindo que a consciência fique permeável às sugestões terapêuticas. Seguidamente, o que acontece é que a sua perceção sobre o que o rodeia fica diminuída porque a sua atenção concentrada foi amplificada e direcionada para o seu “eu” interior. Este estado situa-se, exatamente, entre o estar acordado e o estar a dormir, estado esse que experiencia várias vezes ao longo do seu dia, por exemplo: quando está concentrado a ver a televisão ou, até, quando tem uma conversa interessante com alguém. Assim, como neste exemplo, não fica inconsciente, nem tão pouco vai adormecer, ou ficar incapacitado de saber o que está a acontecer. Não obstante, o seu corpo ficará completamente relaxado enquanto a sua mente ficará, particularmente, focada e ativada.

O facto de não existir perda de consciência significa, também, que estará no autodomínio da sua capacidade de “despertar”, simplesmente, abrindo os olhos sempre que desejar. Em adição, tudo o que experienciou sobre o estado da hipnose será recordado por si, pois estará consciente durante todo o processo.

   Nesta linha de eventos, o leitor não dirá ou fará nada contra a sua vontade, assim como a indução a esse estado de consciência só poderá acontecer se o permitir, deixando-se envolver pelas sugestões dadas pelo profissional, caso contrário nada acontecerá. O que contrapõe, de igual forma, o mito que só apenas as pessoas com uma personalidade mais fraca são hipnotizáveis, o que tal não corresponde à verdade. O facto do leitor possuir a capacidade de se concentrar, visualizar os seus pensamentos e imaginar os mesmos quer dizer que reúne todas as condições para o efeito. No caso de existir dificuldade no processo de foco e visualização estas capacidades vão sendo desenvolvidas e amplificadas à medida que vai colaborando no seu processo terapêutico.

   Em conclusão, a hipnose, enquanto fenómeno natural, fisiológico e mental, favorece o diálogo estruturado entre a mente e o cérebro no sentido de desenvolver uma postura mentalmente construtiva capaz de melhorar a sua saúde física, da mesma forma, que ajuda a superar os vários desafios impostos pelos diferentes estados mentais e emocionais.

   No próximo boletim de saúde poderá verificar mais sobre a identificação projetiva e o papel da Hipnose Clínica.

Sara Morais

Hipnoterapeuta

 

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