Início » Aguiar da Beira » Avisos e Liturgia do Domingo XVII do Tempo Comum – ano A

Avisos e Liturgia do Domingo XVII do Tempo Comum – ano A

 

Na vida, há coisas, pelas quais vale a pena arriscar tudo por elas. É o que nos dizem as parábolas, proclamadas neste Domingo, no texto do evangelho. A preocupação de perder o que se encontrou, destaca o valor incomparável do Reino de Deus, acima de todas as coisas. Aderir a Jesus e ao Evangelho, supõe reflectir sobre quais são as nossas prioridades. Salomão ouve o que Deus tem para lhe dizer: “pede o que quiseres”. No diálogo com Deus, não pede o que parecia ser lógico para um rei: riqueza, vitórias sobre os inimigos, longa vida, etc. Salomão considera outras coisas mais importantes do que estas. Quer sabedoria para governar, para julgar com rectidão o seu povo. Deus elogiou o pedido de Salomão e concedeu-lhe inteligência e também tudo o que não lhe tinha pedido. É um belo texto sobre a generosidade sem limites de Deus, mas também nos convida a procurar a verdadeira riqueza. A Deus, devemos pedir serenidade para aceitar tudo aquilo que não se consegue mudar, fortaleza para mudar aquilo que se é capaz de mudar e sabedoria para fazer a distinção. Pensemos nas coisas que gostaríamos de mudar. Vamos dar conta que estão relacionadas connosco próprios, e as que não podemos mudar dependem dos outros. Mudar em nós o que gostaríamos de ver renovado à nossa volta. Tudo isto para se chegar à mesma conclusão do texto de Salomão: a sabedoria como orientação para a nossa vida. A sabedoria de Salomão foi reconhecida ao longo dos séculos: todos recordamos como ele soube identificar a verdadeira mãe da criança de entre as duas mulheres que a reclamavam como filho. Esta sabedoria vinha de Deus e todos devemos pedi-la e acolhê-la. Na segunda leitura, São Paulo também nos fala de prioridades, mas com uma outra linguagem, que lhe é muito peculiar. Ele diz que o plano de Deus deve ser uma realidade em nós. Ele destinou-nos a sermos imagens vivas de seu Filho. Ao acolhermos esta missão, alcançaremos a verdadeira felicidade. O projecto de Deus está centrado em Jesus Cristo. Todos são chamados a serem filhos de Deus, por Jesus Cristo, o primeiro de entre todos os irmãos. São Paulo afirma que a esperança cristã está fundamentada na fidelidade de Deus ao seu plano de salvação. Deus não se esquece de cumprir as suas promessas. A nossa prioridade deverá ser o tesouro escondido, a pérola preciosa. O Reino é comparado ao tesouro escondido, porque não é algo que se apresente com clareza, mas exige procura, esforço, empenho, paciência e perseverança. O Senhor sempre recompensa e multiplica os dons a quem não tem medo de arriscar escolher a melhor parte e fazer do Reino dos Céus o critério absoluto da vida. O Reino dos Céus é comparado a uma pérola, que não é mais uma entre tantas, mas a única. Qual é o nosso bem mais precioso? O Filho de Deus. Aderir a Jesus Cristo supõe cortar com ideias e comportamentos da vida passada, porque se recebe uma vida nova, pela conversão. Também o Reino dos Céus é comparado a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes que, depois, serão divididos entre bons e maus. No anúncio do Reino, não se deve fazer escolha de pessoas. A nós, compete-nos anunciar a todos. A Deus, compete fazer a escolha. A nós, compete lançar as redes para que todos sejam “apanhados” pela Boa Nova e se deixem transformar em novas criaturas, em peixes bons.

30-07-2023

 

Leitura Espiritual

Foi vender tudo quanto possuía

 

Nosso Senhor Jesus Cristo insistiu muitas vezes no seguinte: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me» (Mt 16,24). E noutro passo: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá o dinheiro aos pobres»; e acrescenta : «depois, vem e segue-Me» (Mt 19,21). Para aquele que sabe compreender, a parábola do negociante quer dizer a mesma coisa: «O Reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola». A pérola preciosa designa indubitavelmente o Reino dos Céus, e o Senhor mostra-nos que nos é impossível obtê-lo se não abandonarmos tudo o que possuímos: riqueza, glória, nobreza de nascimento e tudo aquilo que tantos outros buscam avidamente. O Senhor declarou ainda que é impossível ocuparmo-nos convenientemente do que fazemos quando o nosso espírito é solicitado por coisas diversas: «Ninguém pode servir a dois senhores», disse (Mt 6,24). Por isso, o tesouro que está no Céu é o único a que podemos ligar o coração: «Pois onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6,20). Em suma, trata-se de transportarmos o nosso coração para a vida do Céu, de maneira que possamos dizer: «A cidade a que pertencemos está nos Céus» (Fl 3,20). Trata-se, sobretudo, de nos tornarmos semelhantes a Cristo, «que, sendo rico, Se fez pobre» por nós (2Cor 8,9). (São Basílio, c. 330-379, monge, bispo de Cesareia da Capadócia, doutor da Igreja, Regras Monásticas, Regras Maiores, 8).

 

JMJ_flyer (6)

 

Publicidade...