“Sou mais de concretizações do que de divulgar suposições”
Carla Nascimento é a presidente do Grupo Desportivo de Trancoso que irá liderar os destinos desta coletividade, pelo menos durante um mandato, sendo que se candidatou devido ao Clube estar a ser dirigido por uma equipa de gestão e visto que é uma das Associações relevante nas hostes Trancosenses.
Miguel Machado(MM) – Qual o motivo que a levou a ter se candidatado para presidente do Grupo Desportivo de Trancoso?
Carla Nascimento (CN): O que me levou a assumir a Direção do Grupo Desportivo de Trancoso foi o facto do clube se encontrar em gestão desde há algum tempo e perceber que esta é uma Associação relevante na sociedade Trancosense.
MM – Qual a sensação nestes primeiros meses ser uma Presidente, num panorama só de homens?
CN: A sensação seria a mesma se este mundo fosse só de mulheres. É uma questão que não se coloca. Um cargo numa associação não é tomado por se ser homem ou mulher. Um cargo assume-se em consciência pela capacidade de organização e gestão de uma entidade.
MM – Quais os objetivos que traçou com a sua equipa de direção para a presente temporada e mandato?
CN: A minha direção iniciou funções num panorama pouco animador. Foi preciso arrumar a casa, inteirarmo-nos de toda a situação do clube para podermos traçar caminho. Quanto a objetivos, assumo que os temos, porém optamos por ir revelando á medida que os vamos concretizando. Mas a Formação é, sem dúvida, uma das nossas grandes apostas.
MM – Como viu logo como grande feito de início de época e mandato a presença na Taça de Portugal?
CN: É sempre positivo estarmos presentes numa prova com tanto significado no futebol português. Mas estávamos absolutamente conscientes das nossas dificuldades, acreditando sempre nas capacidades da nossa equipa.
MM – Qual a motivação e objetivos terão para a edição desta temporada na Taça de Honra da Associação de Futebol da Guarda?
CN: É chegar o mais longe possível, claro. Disputar a final e trazer a Taça para casa. Seria, sem dúvida, um grande feito no 1º ano de mandato desta direção. E esta direção confia na equipa que formou, confia na equipa técnica que os acompanha.
MM – Passados alguns meses de competição nos diversos escalões e equipas que tem inscritas, como está a ver os Juniores na 1ª posição deste campeonato?
CN: Serenamente.
MM – Estando a equipa de Juniores em 1º lugar, se no final do campeonato deste escalão ou de outros conseguirem ser campeões, assumem a subida ou irão ponderar melhor esse feito?
CN: Tudo será pensado e ponderado no momento certo. Por agora resta-nos ir saboreando os feitos alcançados, jogo a jogo.
MM – Porque apenas fez uma equipa de futsal feminina e não fez também uma masculina, qual o motivo ou objetivos?
CN: Não existe nenhum motivo ou objectivo especifico. A equipa feminina surgiu pela procura das próprias atletas e pela carência de alternativas da prática desportiva no Concelho.
Quanto à questão da equipa masculina de futsal, não se colocou ainda. Não significa que futuramente não se possa ponderar a hipótese. No entanto, Trancoso é uma cidade relativamente pequena para se conseguir ter diversas equipas na mesma modalidade desportiva/escalão.
MM – Existe uma equipa de Veteranos do GDT, vai ter o mesmo apoio ou estao englobados nos mesmos objetivos das outras equipas, ou eles tem uma secção à parte e diferente?
CN: Os Veteranos do GDT vestem as cores do clube como todos os outros escalões. A diferença está que a gestão da equipa é independente.
MM – Este clube do GDT só vai ter as modalidades de Futebol e Futsal ou estão a pensar noutras? Se for para ter outras quais?
CN: O tempo dirá o que conseguimos realizar. Sou mais de apresentar concretizações do que de divulgar suposições.
MM – No pouco tempo que está à frente do GDT, como está a viver isto tudo, era aquilo que estava à espera ou totalmente diferente?
CN: Nenhuma experiência é como a idealizamos. Uma coisa é a teoria, outra é a prática. É necessário muita entrega, muita dedicação, muito altruísmo…
MM – Como está a ver os apoios que o seu clube tem, foram aqueles que pretendiam ou aqueles que conseguiram?
CN: Sem os apoios nada seria possível. Os custos inerentes ao funcionamento de uma Instituição com o número de atletas inscritos como nós temos, são muito elevados. Obvio será que todos os apoios são poucos.
MM – Sendo o Presidente uma Mulher foi mais fácil angariar patrocínios ou pelo contrário tiveram algumas dificuldades visto ser um projeto liderado por si?
CN: O facto de ser mulher em nada influencia a gestão do clube. Seja positiva ou negativamente. Há um caminho longo a percorrer, o Grupo Desportivo de Trancoso estava sem uma direção sólida à já algum tempo e isso descredibilizou a imagem perante os patrocinadores/sócios e adeptos.
Mas o feedback é positivo, não pelo fato de ser uma mulher a presidir o clube, nem por mais duas mulheres integrarem a direção. Mas sim porque constituímos uma direção dinâmica, com gente jovem e que tem demonstrado vontade de trabalhar. Trabalhar sério, trabalhar em prol dos atletas e duma associação que, pelo seu objecto social, visa desenvolver física, moral e intelectualmente os seus atletas proporcionando a possibilidade da prática desportiva essencial ao seu bom desenvolvimento.
MM – Para terminar que agradecimentos deixa, o que gostaria de que mudasse e quais os votos que deixa para o novo ano que se avizinha?
CN: O agradecimento é geral a todos aqueles que, direta ou indiretamente, nos dão o seu apoio.
Gostaria de ver mais gente no estádio e não me refiro apenas aos jogos dos Seniores. Um dos nossos objectivo passa por trazer mais pessoas ao estádio, por angariar sócios e oferecer-lhes benefícios.
Gostava de ver os Pais, Familiares e Amigos dos atletas a dar o seu apoio. Já tenho escalões nos quais existe essa presença, mas gostava de o ter em todos os escalões, dos petizes aos seniores, bem como no futsal feminino. Mais do que darem o apoio ao clube, é dar apoio e incentivo a quem amam/ gostam. É assistir e partilhar as vitórias, é ajudar a encarar as derrotas. A presença dos Pais é fundamental em todos os momentos dos filhos!!!
Os votos futuros passam por continuar a traçar caminho, com a esperança de conseguir resultados positivos.
Por: Miguel Machado-SB