“Fui a única pessoa que há três anos atrás, acreditou que o Fornos estaria agora a lutar pela subida ao Campeonato de Portugal”.
Fomos conversar com o presidente Bruno Costa, da Associação Desportiva de Fornos de Algodres que lidera o distrital maior da AF Guarda.
-Que balanço faz nesta fase da temporada?
Um balanço positivo, pois estamos acima das nossas expetativas, em primeiro lugar isolados, nesta fase da temporada, com quatro pontos em relação à Mêda e Sabugal, que são os nossos mais diretos opositores, na parte cimeira da tabela, que é onde queremos andar. Vamos lutar até ao fim deste campeonato, para ficar nas três primeiras posições.
-Ninguém esperava que o Fornos nesta altura estivesse neste lugar?
É óbvio que não, dado que, há duas épocas atrás o Fornos não existia praticamente, ou melhor tínhamos seniores, mas apenas se cumpria calendário, certamente com todo respeito pela estrutura da altura, eu fazia parte da equipa e sei como as coisas decorreram, não foi muito positiva, como outras atrás.
Agora a partir da minha 1ªtemporada à frente deste clube, em 2014, o Fornos passou a ser o que era antes, respeitado em todo distrito, era o meu objetivo enquanto presidente desta instituição, fazer com que fosse respeitado, quer financeiramente e desportivamente.
-Hoje o Fornos volta a ser um grupo “temido”?
Desde que cheguei à presidência, o Fornos é um clube ambicioso, luta por títulos, por objetivos a médio prazo, bastante clarificados, aliás agora não somos loucos de assumir uma candidatura ao Campeonato de Portugal, apenas queremos ficar nos três lugares da frente, agora no final da temporada, faz –se as contas, dado que vamos devagar , jogo a jogo.
–Nesta fase, existe alguma equipa que mais o surpreendeu?
Não penso que todas as equipas que estão nos lugares cimeiros, são todas as que nas últimas épocas lá costumam andar, apenas nós somos a grande surpresa andarmos nesses lugares.
-A nível do Fornos, tem o melhor ataque e uma das melhores defesas?
Trabalhamos diariamente todos esses aspetos de finalização e defensivos, agora se não sofrermos e marcarmos, estamos mais perto da vitória, somos ambiciosos, os sócios gostam de ir ver os nossos jogos em casa e fora.
-A massa associativa tem ajudado?
Sim claro, sem adeptos, o futebol não tem alegria, mas os nossos sócios e adeptos estão connosco todos os jogos e dá outro alento.
Estamos a tentar para ter os escalões todos, mas nem sempre é possível, pois atravessámos uma fase complicada a nível financeiro, agora desde que eu e alguns colegas meus pegamos no clube, e a nível da formação queremos voltar a tê-la como era antes, um clube temido e isso temos provas dadas, tantos foram os jogadores que saíram para as ligas principais.
O Zumba veio mobilizar o público feminino?
O futebol sempre foi a modalidade principal e vai continuar, mas temos de nos focar outras modalidades, o Zumba e o Box treino, são mais-valias para todos, pois quaisquer pessoas podem praticar aqui. Temos ainda o ciclismo que vai estando na fase inicial mas já com provas de sucesso, ainda recentemente o trail, uma prova de XCO e XCM anteriormente.
Agora muito trabalho tem sido feito , nestes anos, temos os pés assentes no chão, aliás fui a única pessoa que há três anos atrás acreditou que o Fornos estaria agora a lutar pela subida ao Campeonato de Portugal.
A questão financeira como está o clube?
Foi muito difícil, pois herdamos um passivo na ordem dos 18 mil euros, como os sócios sabem, e nesta altura está praticamente liquidado e vamos colocar o clube limpo.
A ideia era devolver toda a dignidade a todos níveis, ainda assim possuímos um dos orçamentos mais baixos deste distrito da Guarda.
Perspetivas para este ano 2017?
São tentar ganhar os jogos todos, esse é o nosso lema, se assim for , no final podemos vir a ser campeões, mas a partir de agora este clube está estruturado e as pessoas vão olhar para o clube de outra forma, apesar de que a crise económica nacional tem prejudicado, agora temos jogadores que pernoitam aqui, mas o nosso grande parceiro é o Município, com todo o apoio que nos tem dado.
Ser presidente – jogador é uma dupla tarefa?
Sim toda a gente sabe dessa dupla função, mas tenho já alguns anos de futebol distrital e isso dá-me experiência, mas não é fácil ter de colaborar noutras tarefas, mas sou sempre o primeiro a dar a cara e nunca viro a cara à luta.
Com trabalho, esforço e dedicação tudo se consegue.
Vê o Fornos como um clube – modelo a seguir no distrito?
Sim , aliás os presidentes perguntam-me como é possível, mas só muito trabalho, aliás os jogadores seniores ajudam no que é preciso, estão sempre lá quando é necessário, como foi visível nos eventos das modalidades.
Recuperamos o autocarro parado à sete anos, onde todos colaboraram, agora não é fácil, requer muito trabalho, mas creio que, o grupo vai ser compensado a nível desportivo no final.
Agora não posso esquecer todos quantos nos ajudam, algumas pessoas de fora, tenho a agradecer toda a dedicação a todos quantos contribuem para que este clube tenha sucesso.
Reportagem de António Pacheco