A recente publicação no XIX Volume da Mycologia Montenegrina, a 30 de dezembro de 2017, concluiu longos meses de estudo, que culminaram com a classificação de uma nova espécie de cogumelo, encontrada no decorrer da Jornadas da CEMM que tiveram lugar em Fornos de Algodres, em Novembro de 2015.
Esta nova espécie à qual viria a ser dado o nome de Cystolepiota Oliveirae foi dedicado à micóloga amadora Sofia Oliveira, natural do Luso, por ter sido ela a guiar o grupo responsável pela descoberta, na Mata Nacional do Bussaco, aquando da saída de campo aí realizada.
Segundo Manuel Paraíso, que surge como um dos autores do estudo, trata-se de um pequeno cogumelo, descoberto sobre um tronco morto de Dicksonia antarctica, na zona do Vale dos Fetos, que em termos macroscópicos apresenta um chapéu de 0,5 a 0,8 cm de diâmetro, totalmente coberto de pequenas escamas cónicas branco/creme que conferem uma cor ligeiramente acastanhada ao chapéu. É um cogumelo com lâminas, bastante estreitas, fortemente espaçadas e bastante livres em relação ao pé. Apresenta um pé central, cilíndrico, que varia entre 6-32×1,5-3 mm, com uma base ligeiramente mais alargada e provido de um véu branco pulverulento.
Como o género Cystolepiota é um género bastante frequente na Austrália, presume-se que a nova espécie agora descrita, possa ter sido introduzida, através de outras plantas originárias daquele continente, com forte presença na Mata Nacional do Bussaco.
Em tempos profundamente marcados pela perda de biodiversidade a um ritmo alucinante e pelo desaparecimento constante de várias espécies de seres vivos, devido à degradação do ambiente, é sempre de relevar descobertas como esta, a qual irá de forma indelével, ligar Fornos de Algodres à micologia.
Por:C.U.