Em comunicado o Município de Pinhel informa que:Na sequência da publicação em Diário da República do “procedimento concursal conducente ao recrutamento de pessoal médico para a categoria de assistente, da área de Medicina Geral e Familiar”
(Aviso n.o 12330-B/2021, de 1 de julho de 2021), o Município de Pinhel remeteu à Senhora Ministra da Saúde, Prof. Doutora Marta Temido, uma comunicação onde expressa a sua preocupação relativamente à questão da falta de médicos da área da Medicina Geral e Familiar no Centro de Saúde de Pinhel.
No ofício, remetido nesta data, o Presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Rui Ventura, questionou a responsável pelo Ministério da Saúde relativamente aos pontos abaixo elencados:
“Tendo Sua Excelência, a Senhora Ministra da Saúde, anunciado recentemente 459
vagas para “médicos de família”, pergunto porque é que não foi aberta nenhuma vaga para o Centro de Saúde de Pinhel, quando a informação de que dispomos éque a Unidade Local de Saúde da Guarda terá alertado para esta necessidade?
Atentos ao conteúdo do Aviso n.o 12330-B/2021, de 1 de julho de 2021, verifica-se que para a Unidade Local de Saúde da Guarda foram abertas apenas 3 vagas, todas elas destinadas à Unidade de Saúde Familiar Ribeirinha, localizada na cidade da Guarda.
O Centro de Saúde de Pinhel enfrenta há já algum tempo o problema da falta de médicos de Medicina Geral e Familiar, a quem é atribuído o importantíssimo papel de “médico de família”, situação que só tem sido minorada pelo facto de médicos em condições de se aposentarem, terem optado por adiar essa situação.
Neste momento, o Centro de Saúde de Pinhel tem dois médicos em falta, o que corresponde a 2373 utentes sem médico de família.
Em 2022 prevê-se que saiam mais três médicos tendo em conta que completam 70 anos de idade. Com esta situação, haverá mais 3252 utentes sem médico de família (1387 em janeiro, 1309 em fevereiro e mais 556 em junho).
Feitas as contas, 5625 utentes irão ficar sem médico de família em 2022, caso nada seja feito até lá, ou seja, cerca de 60% da população.
Acresce a tudo isto o facto de Pinhel ser um concelho com uma população bastante envelhecida e a necessitar de cuidados médicos de proximidade.”
Face ao exposto, e retomando a primeira questão, o Presidente da Câmara Municipal de Pinhel terminou a sua missiva perguntando “porque é que não foi aberta nenhuma vaga para o Centro de Saúde de Pinhel que, se nada for feito a muito curto prazo, poderá ver-se a braços com uma situação caótica de 5625 utentes sem médico de família?”
Nesta mesma data foi também remetida uma comunicação à Unidade Local de Saúde da Guarda, pedindo “que diligencie e reitere junto da tutela, como é sua competência, as necessidades das populações locais abrangidas por esta Unidade”.
“Porque a Medicina Geral e Familiar é essencial nos cuidados de proximidade e todos sabemos que as dificuldades são ainda maiores nos concelhos do Interior onde além do fator idade, também pesa a situação económica e social”, o Presidente da Câmara Municipal de Pinhel manifesta o seu descontentamento e refere que não pode ficar calado e de braços cruzados perante mais esta situação de injustiça, motivo pelo qual dirigiu hoje mesmo estas duas missivas.
Foto:MP