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Opinião de Sandra Correia — Boas lideranças fomentam escolas felizes

 

Uma instituição será bem-sucedida, quanto mais bem-sucedido, será o seu líder.

A liderança é vista por muitos estudiosos como o alicerce para a organização escolar. Qualquer organização, seja ela qual for, depende de um líder que a oriente e que defina os objetivos a seguir, por todos os elementos que a compõem. A personalidade que o caracteriza, a ambição que possui e o modelo de liderança que adota vão determinar o clima organizacional da escola que lidera.

Considero que um bom líder – não chefe – procura oportunidades e modos inovadores de mudar, crescer e melhorar, aceita desafios, corre riscos e aprende com os erros. Acredito que o líder é um construtor de laços de confiança, um fazedor de vontades, incentiva a colaboração dos seus profissionais nos projetos, reconhece os seus contributos, aprecia a excelência e valoriza os valores e as vitórias de todos, sem exceção e sem favoritismos.

Daniel Goleman defende que o papel emocional do líder deve assentar nos “sentimentos das pessoas”. Assim, a liderança emocional é a capacidade de gerir as emoções de uma forma positiva na relação com os outros. Reconhecer um sentimento é essencial para o discernimento emocional, controlamos as nossas emoções para que guiem os nossos comportamentos, com o objetivo de alcançar os resultados que pretendemos.

Atualmente, o sucesso no trabalho depende mais do modo como controlamos as nossas emoções em benefício próprio e da organização, do que das nossas capacidades intelectuais. As pessoas que, maior certeza têm sobre os seus próprios sentimentos (alegria, tristeza, ansiedade, irritação, nervosismo) conseguem maior autocontrolo e maior relacionamento social. Se temos consciência das nossas emoções é mais fácil conseguirmos ultrapassar as dificuldades que nos aparecem ao longo da vida.

É cada vez mais urgente as lideranças de topo e intermédias, nas escolas, olharem para os seus colaboradores, professores e funcionários, como pessoas, como agentes que promovem o bem-estar e a felicidade de quem os rodeia, mas essencialmente, dos nossos alunos. Apesar da legislação apontar para a figura unipessoal do Diretor, um bom Projeto Educativo de Escola, só será concretizado se todas as partes forem ouvidas e envolvidas nesse projeto, se houver a capacidade de pedir ideias, sugestões, melhorias, de aceitar o erro, outros caminhos. Um bom diretor só liderará com uma boa equipa, da mesma forma que o comandante de um navio só chegará a bom porto se toda a tripulação remar em boas marés.

Numa época em que a Educação sofre autênticas tempestades, nas progressões na carreira, na avaliação de desempenho, que se refletem num crescente individualismo e autoritarismo, impera a quem lidera refletir a Escola que deseja, uma escola bem sucedida onde reine o bem-estar, a felicidade e o sucesso, só assim conseguirá ter profissionais agrados, alunos de sucessos, curriculares mas essencialmente futuros cidadãos mais felizes, bons profissionais, numa sociedade mais justa onde os valores do respeito, da gratidão, e da valorização do outro sejam a luz para ultrapassar os obstáculos que já são tantos.

Já existem líderes e escolas, assim… que se multipliquem!

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