Paredes que falam da História… é o tema em destaque na campanha «Mangualde, o nosso património!» do mês de agosto. A iniciativa da Câmara Municipal de Mangualde tem como objetivo continuar a aproximar a população do património mangualdense, dando a conhecer o vasto património do concelho.
Paredes que falam da História…
A mensagem da fotografia ilustra bem o período do “Verão Quente” de 1975. Por todo o país a propaganda no contexto da Revolução do 25 de Abril do ano anterior assumia várias posições ideológicas e era perpetrada de diversas maneiras. A escrita nas paredes, a colagem de cartazes eram algumas dessas formas e muito frequentes, invadindo as cidades e as aldeias, mesmo as mais recônditas.
Paredes pintadas com vozes de ordem e outros dizeres são, hoje, verdadeiros documentos históricos. Testemunham uma vivência histórica já passada. A singularidade, alguma raridade e o tempo conferem-lhes a categoria de bens do património cultural. A sua preservação (manutenção) ou o seu desaparecimento (com pintura nova a cobri-las) é da responsabilidade e da vontade dos proprietários dos imóveis, naturalmente!
A parede que mostramos foi pintada em duas noites distintas e retrata dois posicionamentos também divergentes: existia a inscrição da sigla do PCP, feita por um determinado grupo e, em reação, surge a frase que se lê, aproveitando inclusivamente aquela sigla para escrever a palavra porcos. CUN é o que restou de CUNHAL, devido à intervenção de reconstrução do edifício contíguo.
Um testemunho cultural numa parede de Abrunhosa do Mato, no concelho de Mangualde.
António Tavares
Gestão e Programação do Património Cultural
Com esta campanha todos ficam mais próximos do vasto esplendor patrimonial do nosso concelho. Nesse sentido, continua a ser colocada, em vários pontos de encontro do concelho, informação sobre o monumento/património apresentado. O património material e imaterial vai sendo apresentado consoante a categoria com a qual foi classificado: arqueologia, pelourinhos, fontes, palacetes e religiosos, bem como outros bens patrimoniais. Cada categoria será representada por uma cor que a distingue das restantes.
Foram já vários os bens patrimoniais destacados por esta campanha nos últimos dois anos. Em 2015, a comunidade teve oportunidade de conhecer melhor alguns pedaços de património que fazem história no nosso concelho: Igreja de São Tomé de Cunha Baixa, o Fontenário dos Seabra Beltrões, em Cassurrães, o Penedo da Cruz, em Póvoa de Cervães, Vila Cova de Tavares…1663, a Capela dos Cabral Pinto – Cassurrães, a Ponta da Barca, a Igreja de Santiago de Cassurrães, as Sepulturas medievais de Maceira Dão e a «Nossa Senhora do Monte, ou da Cabeça – Sítio primitivo do Mosteiro de Maceira Dão?», as Casas de Lobelhe, a Casa da Quinta de Santo António – Fornos de Maceira Dão e a Igreja de São João da Fresta. No mês de maio destacamos a Igreja de São Silvestre de Pinheiro de Baixo e de Cima e Picota: tecnologia antiga e no mês de junho, os Vestígios de Outrora: Vila Nova de Espinho.
Por:Mun.Mangualde