O Executivo Municipal decidiu em dar uma nova imagem ao Mercado Municipal, dado que era necessário um espaço fechado para a realização de eventos de grande escala, como a Feira de Queijo, Festividades da NS da Graça, Baile de Finalistas, feiras quinzenais e demais eventos. Segundo o Município fornense, o principal objetivo era dotar o complexo de condições que poderiam servir melhor as necessidades em evolução destes eventos mencionados atrás.
Recuando no tempo, este Mercado Municipal sempre foi um espaço de grandes eventos e grandes feiras e que recebeu milhares de visitantes, na fase inicial era um espaço aberto com as laterais preenchidas por barraquinhas que eram muito importantes para os feirantes e nos diversos eventos. Depois no restante espaço durante largas décadas, foi aberto, mas houve necessidade de construir dois pavilhões semifechados por cobertura que albergaram muitas festas e eventos, os grandes concertos continuavam ao ar livre.
Reabilitação do mercado na década de 90
Em meados da década de 90 foi realizada uma reabilitação do mercado que promoveu a regularização de cotas no interior do mercado (até aí com uma pendente de noroeste para sudoeste, acompanhando o declive da serra da Esgalhada), a construção de um plano de fachada nas lojas, a abertura de um novo acesso ao recinto no meio da ala de lojas a noroeste e a instalação de uma estrutura tridimensional em alumínio assente em pilares de betão armado com o propósito de sombrear e abrigar as alas de lojas e metade da zona central do Mercado. Em 1999, foi elaborado e aprovado um novo regulamento para o Mercado Municipal de Fornos de Algodres reabilitado que passou a ser constituído por: 49 lojas;7 talhos; 1 peixaria; 2 restaurantes; 120 bancas metálicas e um espaço destinado à venda de gado e outros semoventes.
Pretendia-se, com esta operação, transformar o Mercado Municipal de Fornos de Algodres num espaço público central à Vila, abrindo-o ao centro histórico, adaptando-o às novas funções que ali têm lugar e desenhando-o como parte integrante da vila, desmaterializando o seu perímetro e integrando a sua arquitetura na paisagem onde se insere.
Nova remodelação para um espaço mais acolhedor
Os anos passaram e face às condições climáticas adversas da região durante o outono e inverno, e dado que, alguns dos principais eventos da vila ocorrem durante esta época do ano, o edifício carecia de condições para abrigar a maioria dessas atividades: as lojas fechadas tinham falta de flexibilidade em uso, a configuração fechada não tinha conexão com o entorno e, principalmente, o sistema de coberturas não previa um eficiente refúgio dos ventos e da chuva; além disso, a pegada urbana era considerável.
Face a isso, esta nova remodelação vai permitir que exista agora um espaço totalmente coberta que dá a possibilidade de ser utilizado em qualquer altura do ano e não exista o problema de chuva ou frio, será um pavilhão multiusos que há muito era esperado.
Depois, um espaço aberto, mais acolhedor que o anterior, dado que, existe agora uma cobertura total nas lojas que já existiam e foram reabilitadas e também um espaço para os visitantes (varandas) poderem visualizar a bonita paisagem da Serra da Estrela, tendo nessa área aberta várias arvores para colorir o espaço.
De salientar, que este projeto da remodelação do mercado municipal, elaborado pelo Estúdio RAS-A, pelos arquitetos Miguel Roque, Paulo Vale Afonso e Rui Santos, está selecionada entre as 10 obras de arquitetura que marcam o País.
Assim o grupo de arquitetos referiu que:” Devido ao baixo orçamento disponível , usando uma abordagem mais industrial dos elementos que compõem todo o projeto, a resposta se concentrou em direcionar precisamente as principais inadequações e, ao mesmo tempo, fornecer ao complexo flexibilidade adicional em usos e valor adicional; para isso, nos interessamos particularmente pela ideia de “desconstrução como construção”, bem como na construção de flexibilidade por subtração de elementos de condicionamento potenciais.
Fonte:Ras-A