Estamos já no terceiro Domingo da Quaresma, na terceira etapa desta caminhada para a Páscoa de Nosso Senhor, Jesus Cristo. Através da parábola da figueira que não dá fruto, Jesus convida-nos à conversão e a dar frutos de conversão. Só assim nos prepararemos para a Páscoa.
Como sempre, Deus encontra-se perto de nós e zeloso com o nosso bem. Não damos conta, mas estamos sempre em terra sagrada, ou seja, Ele está tão perto de nós como estava de Moisés no monte Horeb. A primeira leitura diz-nos que Moisés apascentava o rebanho no monte de Deus, o Horeb. Viu uma sarça que estava a arder e não se consumia. E quando ele se aproximou para ver melhor este assombroso espectáculo, o Senhor disse-lhe: “Moisés, Moisés…não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada. E acrescentou: Eu sou o Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacob”. O Senhor do Universo é um Deus próximo, atento, preocupado com o nosso bem, derrama sobre nós a sua graça e ternura; é compassivo e misericordioso, lento para a ira e rico de misericórdia. Vê a opressão do seu povo, ouve os seus clamores provocados pelos opressores. Por isso, decidiu ir ao encontro do seu povo para o libertar da escravidão do Egipto e conduzi-lo para a terra prometida a Abraão e à sua descendência. Também Jesus Cristo, o Filho de Deus, desceu da sua glória, foi enviado e entregue pelo Pai para nos libertar e regressou à glória, depois da sua morte e ressurreição. Deus foi, é e será sempre infinitamente misericordioso com cada um de nós.
24-03-2019O texto do evangelho faz referência a dois acontecimentos trágicos: a ordem de Pilatos mandar derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam e a derrocada da torre de Siloé que, ao cair, atingiu e matou dezoito homens. E foi muito claro na interpretação que fez destes dois acontecimentos: pouco importa a maneira como, onde e quando se morre; o mais importante é estar irrepreensível nessa hora decisiva da nossa vida. Se não nos convertermos, não nos espera a vitória e a glória do céu, mas a morte eterna. A nossa conversão tem de dar frutos: as nossas boas obras, sermos tolerantes e pacientes com todos, semeadores da esperança, diligentes e generosos na caridade. Mas, por vezes, demoramos a dar fruto! Na parábola, o dono da figueira mandou o seu criado cortá-la, porque já não dava fruto há três anos. Mas o vinhateiro respondeu-lhe: “Deixa-a ficar ainda este ano, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos”. Isto é um aviso para a nossa missão: mudar a nossa vida e ajudar a mudar a vida dos outros. A conversão do nosso irmão pode demorar mais tempo; é necessário não perdermos a esperança e continuarmos a ser mensageiros da paciência, da misericórdia e do amor de Deus. Tantos homens e mulheres vivem sem sentir a força, a luz e a amizade de Jesus Cristo, porque ninguém se aproxima deles para lhes levar o amor de Deus.
Jesus Cristo é um Rei misericordioso que perdoará todo aquele que confessar humildemente os seus pecados. Abramos os nossos corações à sua misericórdia. Cuidemos bem da vida, não construamos castelos de areia que o mar vai destruir, nem sejamos cabeças de vento que se distraem facilmente. Não nos desleixemos na vida. Não esqueçamos a frase de S. Paulo que se encontra na segunda leitura: “Quem julga estar de pé, tome cuidado para não cair”. Olhemos para nós próprios, façamos a revisão das nossas vidas e estejamos vigilantes ao muito que há a mudar. Numa palavra: aproveitemos bem este tempo para nos convertermos, com a certeza que podemos contar com Deus. Ele vem em nosso auxílio, é o nosso Libertador, tem paciência connosco, é o nosso maior aliado para mudarmos as nossas vidas e nunca deixa de acreditar em nós.