Início » Tag Archives: artigo de opinião

Tag Archives: artigo de opinião

Artigo de Paula Miranda— Máscaras Conscientes Vs Inconscientes

Máscaras!

Então o que é que este título tem a haver com o desenvolvimento pessoal?

Aproveito esta altura do ano em que se viveu o Carnaval e pego neste tema com muito respeito e carinho…

No Carnaval, utilizámos as máscaras enquanto crianças para nos vestirmos dos nossos super-heróis, aproveitámos aqueles dias para sonhar e vestir a pele do que imaginamos e sonhamos.

Enquanto adultos, e para os que gostam destas festarolas, uns colocam máscaras para que não sejam conhecidos, outros colocam máscaras para “gozar” o pagode de alguém, acima de tudo usamos este dia para nos divertir.

E estas são algumas das máscaras que usamos conscientemente.

E existem as máscaras conscientes e a máscaras inconscientes…

Durante o nosso dia a dia, quando queremos “esconder” algo, não é normal em nós vestirmos a capa e usarmos uma máscara invisível? Acontece com quase todos nós… e é normal. Estas também são as chamadas máscaras conscientes. Sabemos bem o que estamos a fazer, e estamos a fazer com intenção, logo conscientes.

E então, o que são máscaras inconscientes?

São todas as nossas atitudes, reações, e comportamentos quer seja para connosco quer seja com quem nos rodeia, quando algo nos acontece.

Ah? Não estou a perceber nada!

Está estudado por uma senhora chamada Lise Bourbeau, que todos os seres humanos, usam máscaras para esconder as suas feridas, e essas feridas são as chamadas feridas emocionais.

Existem pelo menos 5 feridas descritas pela autora:

 

  • ABANDONO
  • INJUSTIÇA
  • REJEIÇÃO
  • HUMILHAÇÃO
  • TRAIÇÃO

Lise Bourbeau, no seu livro As Cinco feridas Emocionais, descreve como sendo as feridas que impedem a felicidade.

Para cada uma das feridas há uma causa, onde e como foram instaladas em cada um de nós, e também há para cada ferida as máscaras que cada um de nós usa para se defender.

Um trabalho aprofundado sobre este tema, ajuda-nos a identificar as nossas feridas e a ganhar consciência das máscaras que estamos a utilizar.

É aqui que se dá a magia do processo, encontrar clareza para curar as nossas feridas, através de um trabalho diário sobre as máscaras e aí podermos passar a viver de uma forma mais feliz.

São estas algumas das nossas máscaras inconscientes, apenas e só porque não temos consciência de que forma e porque as temos, não fomos ensinados a olhar para as nossas emoções, nem a geri-las, logo quando não as identificamos não sabemos, e se não sabemos é inconsciente.

Eu enquanto estudante fui identificando tanta coisa que fez todo o sentido e mudou a minha vida, a minha maneira de ser e estar.

Agora enquanto treinadora comportamental tenho treinado outros com intenção de os ajudar na identificação e trabalho sobre as suas emoções e feridas emocionais.

E é o meu maior presente ver quem se permite trabalhar em si, vê-los crescer e subir cada vez mais escadas no sentido da felicidade.

E TU? Vais querer descobrir as tuas?

Se este tema te interessa, não hesites, eu estou …

Sempre por perto  treecoach9@gmail.com

O verdadeiro segredo da felicidade, é sermos nós próprios.

Com Amor e Gratidão

Paula Miranda

Coach Profissional, Kid Coach & Trainer

Especialista em Comunicação e PNL

Atendimento Parental e Escolar

Analista Comportamental

Tlm 932 688 567

treecoach9@gmail.com

Artigo de Augusto Falcão–Desfibrilhação

Antes de mais nada, devo referir, que tudo o que eu escrever aqui, está devidamente referenciado nos manuais do INEM no capítulo de SBV / DAE adulto.

   E digo adulto porque a desfibrilação, apesar de ser indicada em crianças, tem um peso maior nos adultos. Isto porque a grande maioria das paragens cardiorrespiratórias em adultos tem causas cardíacas, logo passíveis de uso de desfibrilhadores, enquanto nas crianças a maioria das causas das paragens cardiorrespiratórias tem origens respiratórias.

   Sendo assim, e antes de falar de desfibrilhadores e do que é a desfibrilhação vamos falar um pouco do coração.

   O coração, é um órgão que conjuntamente com os vasos sanguíneos, constitui o sistema cárdio-circulatório,  sistema essa que tem como função primordial enviar sangue rico em oxigénio e açúcar ( de uma forma muito simples) para as células de todo o corpo para que, essas mesmas células possam produzir energia para que a gente possa fazer tudo o que possam imaginar; é responsável também por receber o sangue que contém dióxido de carbono ( que resulta do uso de oxigénio nas células) e de remover os produtos resultantes da produção de energia nas células.

   O coração é um órgão musculoso, com ritmo próprio; ou seja, todo o coração é um músculo, e que ao contrário dos outros músculos do corpo, não depende de ordens do cérebro para trabalhar; enquanto os outros músculos do corpo necessitam de ordens do cérebro, para trabalharem (ordens dadas por ritmos elétricos), o coração tem duas “pilhas” inseridas no próprio coração, que produzem esse ritmo elétrico, que depois faz com o que coração trabalhe de forma organizada.

   Ou seja, de uma forma muito simples, o coração tem dois ritmos diferentes; um elétrico que depois, se corretamente feito, se traduz num ritmo mecânica que é aquilo que nós chamamos de batimentos cardíacos.

   O coração tem ainda em termos anatómicos 4 cavidades; duas aurículas e dois ventrículos, sendo o mais importante o ventrículo esquerdo, que é o responsável pelo envio de todo o sangue oxigenado e rico em açúcar para o corpo inteiro.

   Falando agora da desfibrilhação, é importante que se perceba em que contexto pode ser usada. A PCR é um acontecimento súbito, constituindo-se como uma das principais causas de morte na Europa e nos Estados Unidos da América. Afeta entre 55-113 pessoas /100,000 habitantes, estimando-se entre 350,000-700,000 indivíduos afetados por ano, só na Europa. A análise efetuada aos equipamentos de DAE utilizados logo após uma paragem cardíaca, indica uma elevada percentagem (76%) de vítimas com um incidente arrítmico particular: Fibrilhação Ventricular. Está demonstrado que a desfibrilhação precoce, realizada entre 3 e 5 minutos após o colapso da vítima, resulta em taxas de sobrevivência de 50 a 70%.

   O International Liaison Committee On Resuscitation (ILCOR) recomenda que, em muitas circunstâncias, profissionais não médicos possam ser autorizados e incentivados a utilizar desfibrilhadores automáticos externos e o European Resuscitation Council defende que cada
ambulância seja dotada de capacidade de desfibrilhação automática externa.  O desenvolvimento técnico dos denominados “desfibrilhadores automáticos externos” (DAE) permite hoje a sua utilização segura, desde que operados por pessoal treinado especificamente para o efeito.

   Ou seja, o objetivo é que quando alguém sofrer uma PCR, a recomendação é que a desfibrilhação seja o mais precoce possível, sendo que dentro daquilo a que se convencionou chamar a cadeia de sobrevivência, a desfibrilhação precoce é de extrema importância.

Continuarei a falar disto na próxima edição com a introdução da cadeia de sobrevivência.

 

Augusto Falcão

Artigo de Sandra Correia – A profissão das profissões

Vamos falar de professores. Não, não pare agora. Muito tem sido dito e escrito sobre os professores. A sociedade é bombardeada por notícias televisivas, entrevistas a ministros e debates confusos sobre os professores. A verdade é que tanta informação controversa provoca ideias erradas sobre uma profissão que, em tempos, era nobre. Quem não se lembra da valorização e dignificação do Sr. Professor?

Hoje, remamos em sentido inverso. O professor, que mantém a profissão das profissões, deixou de ser respeitado, quer por quem governa, quer pela população, em geral. Eu sou professora, por paixão, gosto mesmo do que faço, desde ensinar português, promover e desenvolver atividades que propiciem ferramentas para os futuros cidadãos e criar laços de afeto com os meus alunos. É verdade, nem sempre corre tudo bem: a falta de interesse, de empenho, a indisciplina são pedras que procuro afastar do caminho, das mais variadas formas e acreditem, é possível ter sucesso, é possível mover os alunos para cumprirem o seu objetivo: aprender, querer aprender, questionar…obviamente, haverá sempre exceções. Sim, ponho o meu amor à profissão, por ter a sorte de estar numa escola onde me sinto feliz, à frente da minha luta contra o sistema, mas não deixei, nunca, nem deixo de reivindicar os meus direitos e revoltar-me contra as injustiças.

Dito isto, vou ao cerne do assunto deste meu artigo: elucidar o que está na base da batalha entre Ministério da Educação e professores. É de extrema relevância que a sociedade compreenda o que fundamenta a luta da classe docente. Com um novo governo, nasce um novo ministro que se lembra de alterar o diploma dos concursos de colocação. Há muito que se pede a redução das zonas pedagógicas e prevê-se que seja feita e uma colocação por graduação. O problema está no facto dos professores de quadro de zona virem a ser colocados em escolas por decisão ou escolha do grupo de diretores dessa zona. Simplificando: imaginem os diretores da CIM das Beiras e Serra da Estrela reunidos para escolherem os professores que lá ficaram colocados. O ministro não mente quando diz que não haverá municipalização nos concursos, omite como será feita a colocação nas CIM. Cai assim a regra da graduação. Outra situação que tem vindo a desgastar os professores é a sua avaliação de desempenho para progressão na carreira aos quinto e sétimo escalões, onde impera o sistema de quotas. São milhares de professores retidos nas listas, à espera de vaga. Em nenhuma área da administração pública isto acontece. Para não falar da não contagem de tempo de serviço de mais de seis anos de serviço efetivo, no tempo do congelamento da Troika.

Prossigo com outra luta, mais delicada, a mobilidade por doença, este ano restrita a vagas decididas pelos diretores e a um concurso num raio de 50 km, em linha reta, e professores do quadro de escola impedidos de concorrer a escolas que distem 20 km em linha reta da sua residência. Ainda acusaram os docentes de falsear declarações médicas! Contrataram juntas médicas para verificar declarações médicas!! Até hoje, faleceram três docentes que não obtiveram a mobilidade. Poderiam ter morrido na mesma?

Não sabemos. Emocionalmente e fisicamente, estas alterações não deixaram indiferentes milhares de docentes a necessitar de colocação para os seus cuidados médicos. Como toda a classe média, os vencimentos não têm tido aumentos dignos, em 2026, o vencimento mínimo estará nos 900 euros e um professor com 28 anos de carreira ganhará pouco mais de 1300€ a avaliar pela taxa de aumento que têm vindo a aplicar. Poderia elencar outras situações, fico por aqui. Reitero que não trocaria a minha profissão por outra, vou buscar a gratificação nos meus alunos, na soma de amigos-alunos que criei para a vida, em muitos anos de trabalho de conquistas e reconhecimento, no entanto, uso a minha voz e as minhas palavras para apelar à justa e merecida valorização e dignificação dos professores, ao respeito das suas funções. Os professores formam os futuros profissionais da sociedade, seja qual for a área de trabalho. A Educação é um pilar da sociedade, a par da Saúde, e tem sido literalmente descurada da visão dos vários governos dos últimos anos. Os professores têm, na sua grande maioria, mais de cinquenta anos, muitos mais de sessenta, estão cansados das sucessivas injustiças e iniciaram uma luta, que espero, não seja abafada.

É a hora de quem manda, olhar com olhos de ver esta realidade, sob pena de não ter professores para colocar nos próximos anos. É a hora de sermos compreendidos pela sociedade, nomeadamente, os pais e encarregados de educação que só podem desejar o melhor para os seus educandos: uma educação de qualidade.

 

Artigo de Luís Condeço—Quente e Frio – cuidados a ter no Inverno

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde do IP da Guarda

No passado dia 21 de dezembro, pelas 21 horas e 47 minutos ocorreu o Solstício de inverno, evento astronómico que marca o início da estação mais fria do ano – o Inverno. Este momento em que o sol se posiciona mais a sul do planeta, também se chama de “inverno boreal” no hemisfério norte, e caracteriza-se pelo dia com a noite mais longa.

Estes factos meteorológicos são do conhecimento geral das populações circundantes da cidade mais alta do país, a Guarda, que além de Farta, Forte, Fiel e Formosa, é também – Fria, registando-se temperaturas médias máximas de 8ºC e mínimas de 1ºC no mês de janeiro, com as noites a rondar os -5ºC de temperatura média.

As temperaturas negativas ou quase negativas do inverno são já habituais para as gentes do distrito da Guarda, contudo vale sempre a pena relembrar que esta variação climática é a causa de agravamento de doenças e problemas de saúde.

A proteção do frio em segurança deve ser uma preocupação de todos, mas com especial cuidado para os grupos mais vulneráveis:

– Adultos com mais de 65 anos;

– Recém-nascidos e crianças com menos de 5 anos de idade;

– Pessoas portadoras de doença crónica;

– Pessoas com carências económicas;

– Grávidas;

– Pessoas com doença mental.

Em geral, devem ser adotados comportamentos preventivos: 1) evitar sair de casa nos períodos em que a temperatura do ar atinge o seu mínimo (no caso dos grupos vulneráveis, estes devem manter-se em locais abrigados e solicitar a familiares a entrega de alimentos, medicamentos e outros bens); 2) adequar o vestuário ao local onde se encontram, usando várias peças de vestuário e que não restrinjam a mobilidade (facilita a circulação sanguínea); 3) utilizar calçado confortável, quente, com boa aderência ao piso (que por vezes pode ser escorregadio) para evitar quedas; 4) proteger adequadamente as extremidades do corpo (a cabeça com gorro e cachecol / as mãos com luvas); 5) hidratar adequadamente a pele mais exposta às baixas temperaturas; 6) reforçar a hidratação corporal com a ingestão de líquidos, preferencialmente líquidos quentes como os chás e as sopas; 7) a ingestão de bebidas alcoólicas deve ser evitada; 8) ingerir por dia pelo menos 5 refeições onde estejam incluídos legumes e frutas; 9) o exercício físico deve ser mantido, desde que não seja intenso e no exterior quando está muito frio.

A adequação de comportamentos e atitudes a adotar devem ter em conta o local onde as pessoas se encontram: se no exterior, e tendo em conta a circulação automóvel, os cuidados devem incidir nas manobras em segurança perante o piso escorregadio devido à neve ou ao gelo, devendo a temperatura dentro do veículo ser amena e confortável; se em um espaço interior, domicílio ou local de trabalho, recomenda-se:

  • O espaço deve ser ventilado e arejado, permitindo a regeneração do ar, nos períodos em que a temperatura exterior é mais elevada. Depois, devem as portas e janelas estar bem fechadas, evitando correntes de ar;
  • Se estiver com pessoas dos grupos vulneráveis, a temperatura ambiente deve se mantida perto dos 18ºC. No caso de indivíduos saudáveis, aceitam-se temperaturas inferiores desde que se sintam confortáveis;
  • Verifique o normal funcionamento dos equipamentos de aquecimento antes de os usar e certifique-se que tem um abastecimento suficiente (lenha, gás, eletricidade ou outros) para estes equipamentos;
  • Mantenha as crianças e idosos, longe dos equipamentos de aquecimento, de modo a evitar queimaduras, assim como, materiais potencialmente inflamáveis de modo a evitar incêndios;
  • Os equipamentos de aquecimento exterior não devem ser utilizados no interior das habitações, ou vice-versa;
  • Se utilizar lareiras, braseiras, ou equipamentos a gás, mantenha o local bem ventilado de modo a evitar a acumulação de gases nocivos como o monóxido de carbono. Segundo o Instituto Nacional de Emergência Médica, a inalação deste gás foi responsável pela morte de 42 pessoas entre 2012 e 2018, em Portugal;
  • Quando aquecer a cama, se utilizar botija de água quente nunca se deite sem a retirar antes, pois o rebentamento das botijas de água quente é responsável por queimaduras nos pés e membros inferiores, com necessidade de hospitalização. Se utilizar cobertores elétricos, deve sempre desligá-lo antes de se deitar;
  • Nunca saia de casa, sem se certificar que desligou todos os equipamentos de aquecimento.

A utilização inadequada de fontes de calor e equipamentos de aquecimento nos períodos de inverno, é por vezes mais nociva e de risco, que a exposição a baixas temperaturas.

Artigo de opinião de Madalena Fonseca—Artes e o poder da informação

Desde há séculos atrás que o teatro tem vindo a servir o povo e as populações com o seu entretenimento, mas mais importante ainda com informação verídica ou muitas vezes manipulada. Apesar de poder ser visto maioritariamente como um meio de entretenimento, o teatro sempre teve uma grande importância para o conhecimento e informação das pessoas – o que explica o porquê de esta ser uma atividade relativa aqueles que possuem maior poder económico, dadas algumas exceções na história. Atualmente, e com o nascimento do cinema, podemos observar como estas duas formas de arte perpetuam este trabalho “informativo” e reflexivo em relação ao seu público. Todo o teatro e filme, têm inerente uma mensagem a ser transmitida, mesmo através de uma metáfora ou um simbolismo, e é esse o seu poder, transmitir algo de uma forma mais suave e mais facilmente aceitável pelo público. As artes no geral possuem este poder de consciencializar as pessoas, e de concretizar o dever público de informar e fazer pensar em temas de extrema importância no nosso mundo, para que este seja um lugar melhor.

Opinião de Sandra Correia —Um curso profissional, um percurso feliz!

A importância da participação ativa dos jovens na sociedade

Partindo das premissas de que a educação é uma ação intencional cuja finalidade é a formação integral do aluno e de que todo o conhecimento é uma construção social e dialógica e não uma imposição, dou por mim a refletir sobre as angústias e frustrações que a Escola proporciona, para além, do sistema de avaliação de desempenho e todos os constrangimentos vindos da tutela. No entanto, o meu espírito revolucionário não vence o meu amor à profissão. Sou profundamente feliz na minha sala de aula, leciono a disciplina de Português.

Se, por um lado, no ensino regular, consigo concretizar variadíssimas atividades “fora da caixa” e chegar ao final do ano, com um “afinal professora, português é fixe”, por outro, no ensino profissional, nem a “fazer o pino”, perdoem a expressão, consigo fazê-los sentir interesse pela disciplina, pelo “aprender a escrever e falar melhor.” A minha experiência de cinco anos, neste percurso formativo, permite tirar algumas ilações. A grande maioria destes alunos, prossegue por causa da escolaridade obrigatória dos 18 anos. A saída profissional raramente é fundamento para a escolha do curso, mas, sim, as dificuldades de aprendizagem, a fixação na mesma escola e a imagem que já levam de um certo “facilitismo”.

Ao desinteresse somam-se o não cumprimento de regras e de perspetivas futuras. Passou pouco mais de um mês do ano letivo, poucas aulas efetivas de português dei. Tenho tido momentos de cem minutos de diálogo, debates, monólogos, discursos desafiadores sobre o assunto. Ao longo dos anos, fui ouvindo: lá fora é diferente, aqui na escola fazemos o que queremos. Será assim? um dos muitos debates que já tive, perguntei o que era a escola para eles. A resposta dada individualmente foi: nada, passar o tempo, ter o décimo segundo ano. Mudei a pergunta para: o que representa, para vós, a escola, o que levam daqui? A resposta dada individualmente foi: uma seca, uma obrigação, um lugar para fazer amigos. Resumindo: pouco ou nada levam… perguntei: são felizes? Todos: sim! Mudei a pergunta: são felizes na escola? sim, no intervalo e quando não tem vigem muito de nós. Comecei a mudar a minha estratégia em sala de aula, sem fugir ao currículo, do qual teria muito que falar -fica para outra altura- e tem sido um estímulo para mim e para eles. Participarem ativamente no Plano Anual de Atividades permite-lhe mostrar à comunidade do que são capazes, ficam orgulhosos e eu também! Se fizer o balanço dos anos em que dei ensino profissional, considero que os cursos profissionais carecem de um planeamento estratégico e visionário, numa escola secundária, devemos remar contra a maré do desinteresse e do negativismo.

Não pode a Escola fazer ouvidos moucos aos interesses dos alunos e às necessidades do mercado de trabalho local, não pode permitir permissividade e falta de exigência. Acredito que há sempre uma solução para um problema, se não correr bem à primeira tentativa, tentamos outra. Fui diretora, já participei na distribuição dos cursos, nem sempre é fácil fazer valer a nossa vontade e a vontade dos nossos alunos e Encarregados de Educação, mas quando a vontade é grande tudo se alcança. Hoje, os municípios, com a delegação de competências, têm uma voz ainda mais poderosa na delineação da oferta formativa. O sucesso da Educação de um concelho não se pode resumir a rankings e a taxas de sucessos do ensino regular. Os cursos profissionais têm cada vez mais relevância, saibamos todos coordenar uma mesma vontade: o sucesso de todos os nossos alunos.

 

 

Artigo de Luís Condeço– Todos Iguais na Diferença

 

O décimo segundo mês do calendário gregoriano tem um significado muito especial para todos nós, já que representa o período das festas em família (Natal e Ano Novo). Mas dezembro é muito mais do que isso, é também o mês de celebrar o Dia da Pessoa com deficiência, no dia 3 (Dia Internacional) e no dia 9 (Dia Nacional).

Define-se deficiência, como uma qualquer alteração da condição física, mental ou intelectual, permanente ou temporária, que prejudica a funcionalidade da pessoa em relação ao padrão usual de um indivíduo. O termo é usado com frequência para se referir às alterações do funcionamento individual físico, sensorial, cognitivo, intelectual, mental ou situação patológica crónica.

A população mundial é hoje superior a 8 biliões de pessoas, e segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) cerca de 1 bilião ou aproximadamente 15 % da população mundial é portadora de pelo menos um tipo de deficiência, salientado que destas 80% vivem em países em desenvolvimento. Relativamente às pessoas com mais de 60 anos, estima-se que 46% são pessoas com deficiência, no caso das mulheres, é provável que uma em cada cinco venha a ter uma deficiência ao longo da vida, e quanto às crianças um em cada dez é portadora de deficiência.

Em Portugal existem 458.241 pessoas que não conseguem ver, ouvir, andar ou subir degraus, memorizar ou concentrar-se, tomar banho ou vestir-se sozinho, e compreender os outros ou fazer-se compreender, segundo dados revelados pelos Censos 2021. E se olharmos mais concretamente para a população infanto-juvenil (dos 5 aos 19 anos), há em Portugal 17.768 crianças e jovens que não conseguem realizar as funções ou atividades anteriormente descritas.

Foi em 1992 no dia 18 de dezembro, que a Assembleia Geral da ONU através da Resolução 47/3 definiu esta data comemorativa, com o objetivo de promover os direitos e o bem-estar das Pessoas com deficiência, consciencializando a sociedade em geral para a situação destas pessoas nos diferentes capítulos da sua vida (social, económica, cultural e política). Contudo, só em 2006 e após várias décadas de trabalho e discussão sobre esta temática, foi adotada a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD).

A Acessibilidade e a Inclusão são dois direitos fundamentais, mas também pré-requisitos ao gozo de outros direitos, inscritos na CDPD. E tem como objetivo principal (Artigo 9 – Acessibilidade) permitir que as pessoas com deficiência vivam de forma independente e com intervenção social, familiar, cívica e comunitária ao longo da sua vida. A CDPD desafia os governos de cada Estado membro a delinearem e adotarem medidas que visem garantir um “acesso à sociedade” das Pessoas com deficiência, em igualdade de condições com os demais cidadãos, assim como, a identificar e eliminar barreiras e obstáculos.

Vários estudos científicos evidenciam que a remoção das barreiras à inclusão e a capacitação (dar competências) das Pessoas com deficiência para a participação plena na vida social, beneficia toda a comunidade onde esta pessoa está inserida. As barreiras sentidas pelas Pessoas com deficiência são um prejuízo para toda a sociedade, e só se consegue alcançar o desenvolvimento e progresso social com acessibilidade.

De acordo com a ONU, as Pessoas com deficiência correm um maior risco de violência, indicando que:

– Nas crianças o risco é quatro vezes superior;

– Nos adultos a probabilidade de sofrer de violência é de 1,5 vezes maior;

– Nos adultos com deficiência mental o risco é quatro vezes maior.

O estigma social, a discriminação e falta de conhecimento sobre esta alteração do estado físico, mental ou intelectual destas pessoas, bem como a falta de apoio social dos cuidadores, são fatores de maior risco de violência.

Somos todos diferentes na cor do cabelo ou dos olhos, na forma como nos movemos, ou como demonstramos as nossas emoções ou sentimentos, mas como pessoas somos todos iguais independentemente das nossas condições ou funcionalidades. Tornar a sociedade mais acessível e inclusiva é um desígnio de todos.

Autor

Luís Miguel Condeço

Professor na Escola Superior de Saúde da Guarda

Artigo de Paula Miranda–Liberdade e Responsabilidade

No dia 4 de outubro recebemos em Fornos de Algodres o escritor Gustavo Santos, com o apoio do CLDS Servir Fornos.

Durante a tarde estivemos na escola secundária, para uma palestra com os alunos do ensino secundário, onde a base do tema apresentado se baseou no sentido de empreendedorismo e futuro destes jovens.

Já à noite no Centro Cultural Dr. António Menano, deu-se a apresentação do novo livro – 14º, Não Obedeças Mais, da editora Alma dos Livros.

Sabia de antemão, e já há alguns anos que privo com o Gustavo Santos, que este seria um tema um tanto ou quanto controverso, e até possivelmente polémico. A personalidade do Gustavo assim o define, ou gostam muito ou detestam, já o conheci assim.

Uma coisa que sei desde sempre é que para ele a Verdade e o Amor acima de tudo. E apenas e só expressa a sua verdade, não obriga ou manipula quem o ouve a seguir a verdade dele, apenas nos coloca em posição de questionar o que é dito, mas isto, é só para os que se permitem colocar-se nesse lugar, o de questionar o que ouvem ou leem.

Foi abordado o tema LIBERDADE:

 

  • Liberdade de expressão;
  • Liberdade de escolha;
  • Liberdade de ação;
  • Liberdade de Viver!

 

Claro está que todas estas formas de sermos livres, nos traz a demanda da responsabilidade, não devemos, não podemos ser livres e fazer algo ou dizer algo sem ter a responsabilidade daquele ato.

Estamos assim a assumir algo e isso não nos leva ao lugar dos “coitadinhos”, que fizeram aquilo porque foram obrigados, manipulados, ou até que tudo é culpa dos outros!

Quando somos responsáveis pela nossa vida, pelas nossas ações, pelas nossas escolhas, somos livres!

E quando somos responsáveis por uma escolha que fizemos, que na realidade não foi o melhor para nós? Não nos levou onde queríamos?

Pois é, é nossa responsabilidade também assumir o erro, aprender com o erro e reformular estratégias.

Liberdade e Responsabilidade são indissociáveis.

Este tema é um dos mais importantes para trabalhar no desenvolvimento pessoal, quando trabalhamos a nossa responsabilidade e a nossa liberdade, passamos a um patamar de autoconfiança, motivação, de amor próprio e autoestima, que nos leva aos resultados que mais desejamos. Não há nada que nos deite abaixo!

Para que tudo isto aconteça é muito importante e necessário termos consciência plena das definições de LIBERDADE e RESPONSABILIDADE.

E este livro N.O.M. traz-nos muitos conceitos para chegarmos a essas definições, são 100 textos, com temas variados, onde cada um te leva à elevação do amor, da verdade, da liberdade e da responsabilidade de cada um.

Desengane-se quem apenas ler o título do livro e achar que é uma ode à desobediência! NÃO!

É, para mim e no meu ponto de vista, uma enciclopédia de questões pessoais, onde apenas cada um dos leitores terá hipótese de aceder.

O Não Obedeças Mais, mostra-nos a visão do Gustavo, e nele, o Gustavo apenas nos leva a questionar o que para nós fizer sentido.

 

Após a apresentação na escola, houve alguém que me disse algo do género:

“maior parte do pessoal não percebeu a mensagem… imagina que um disse: então se eu me lembrar de partir o telemóvel, é porque sou livre!”

Pois é meu caro, é mesmo. Tens toda a liberdade para partires o teu telemóvel, não te esqueças é que és também o único responsável pelo ato e pelas consequências que daí podem advir.

 

  • Cada um de nós deve escolher SER LIVRE
  • Cada um de nós É RESPONSAVEL PELA SUA LIBERDADE
  • Cada um de nós terá de ACEITAR E ASSUMIR AS CONSEQUÊNCIAS DAS SUAS ESCOLHAS!

Se este tema te interessa, não hesites, eu estou …

Sempre por perto  treecoach9@gmail.com

 

Vamos Ser Livres e Responsáveis?

 

Obrigada Gustavo

Quem quiser o livro autografado, entre em contacto comigo.

 

Com Amor e Gratidão

Paula Miranda

Coach Profissional & Kid Coach

Especialista em Comunicação e PNL

Atendimento Parental e Escolar

Analista Comportamental

Tlm 932 688 567

treecoach9@gmail.com

 

Artigo de Luís Condeço— Chapéus há muitos!

Chapéus há muitos!

 

Autor

Luís Miguel Condeço

Docente da Escola Superior de Saúde da Guarda

 

Todas as crianças, em particular as crianças portadoras de doenças crónicas complexas, limitantes ou ameaçadoras da vida, e suas famílias, devem ter fácil e rápido acesso a Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP). Estes cuidados diferenciados devem ir de encontro às suas necessidades, desejos e preferências, em qualquer período da sua vida.

Os princípios orientadores para a prestação de Cuidados Paliativos Pediátricos de qualidade devem ter em conta:

  1. a) a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) – intervenção multidisciplinar que melhora a qualidade de vida das crianças e famílias, permitindo enfrentar as dificuldades associadas à doença, através da prevenção e alívio do sofrimento por meio de identificação precoce, avaliação e tratamento de problemas, físicos, psicossociais e espirituais;
  2. b) cuidados centrados na criança-família;
  3. c) prestação dos cuidados no local preferido;
  4. d) prestação baseada nas necessidades (desde o diagnóstico até depois da morte);
  5. e) decisão partilhada entre a criança, família e profissionais;
  6. f) profissionais de saúde pediátricos com formação, treino e experiência;
  7. g) equipas interdisciplinares;
  8. h) serviços de saúde integrados em redes interinstitucionais;
  9. i) a presença de um gestor de caso;
  10. j) o descanso do cuidador;
  11. k) o suporte permanente dos profissionais de saúde à criança e família.

Durante o mês de outubro comemora-se o Dia Internacional para a Consciencialização dos Cuidados Paliativos Pediátricos, sempre na segunda sexta-feira do mês. Esta iniciativa que decorre desde 2016, promovida pela International Children’s Paliative Care Network (Plataforma Internacional de Cuidados Paliativos Pediátricos), tem como objetivo consciencializar toda a sociedade sobre os direitos das crianças com necessidade de intervenção de equipas de cuidados paliativos. Esta ação de sensibilização denominada #HatsOn4CPC (Chapéus para Cuidados Paliativos Pediátricos) procura desafiar todas as pessoas a usar um chapéu nesse dia, sensibilizando todos para os milhões de crianças e jovens com necessidades de cuidados paliativos.

Portugal é segundo a OMS, o país menos desenvolvido da Europa Ocidental na disponibilização de CPP. Apontando-se como fatores predisponentes para a dispersão das crianças e fraca visibilidade destes cuidados nos serviços de saúde: a baixa prevalência; a diversidade de diagnósticos; o estado clínico longo, estacionário e de prognóstico incerto; as diferenças no desenvolvimento de cada criança (físico, fisiológico, cognitivo e emocional); o sofrimento familiar na morte; os dilemas éticos; e o elevado impacto social.

Não podemos também esquecer, o elevado “consumo” de recursos de saúde destas crianças e seus familiares, como os múltiplos episódios de urgência, as dezenas de exames complementares de diagnóstico realizados, os incontáveis internamentos hospitalares, as várias intervenções cirúrgicas e as diversas observações por múltiplas especialidades médicas.

Mas nem tudo fica aquém do esperado, a publicação da Lei n.º 52/2012 de 5 de setembro (Lei de Bases dos Cuidados Paliativos) vem consagrar e regulamentar o direito dos cidadãos aos cuidados paliativos e define a responsabilidade do Estado em matéria de cuidados paliativos, criando a Rede Nacional de Cuidados Paliativos.

A perceção de que os CPP são exclusivos do fim de vida, a busca incessante por uma cura, a má coordenação e comunicação, a falta de informação, treino e recursos, são as principais barreiras à prestação destes cuidados.

É uma responsabilidade de todos nós, divulgar e promover o reforço do papel dos cuidados paliativos, em particular os Pediátricos, como recomenda a OMS, na prestação global de cuidados de saúde ao longo da vida.

Coloquemos um chapéu por esta causa, em outubro e ao longo do ano. Chapéus há muitos (como diria Vasco Santana), mas a necessidade de intervenção paliativa pediátrica é real e urgente. Ousemos todos colocar este chapéu.

 

Opinião de Sandra Correia — Boas lideranças fomentam escolas felizes

 

Uma instituição será bem-sucedida, quanto mais bem-sucedido, será o seu líder.

A liderança é vista por muitos estudiosos como o alicerce para a organização escolar. Qualquer organização, seja ela qual for, depende de um líder que a oriente e que defina os objetivos a seguir, por todos os elementos que a compõem. A personalidade que o caracteriza, a ambição que possui e o modelo de liderança que adota vão determinar o clima organizacional da escola que lidera.

Considero que um bom líder – não chefe – procura oportunidades e modos inovadores de mudar, crescer e melhorar, aceita desafios, corre riscos e aprende com os erros. Acredito que o líder é um construtor de laços de confiança, um fazedor de vontades, incentiva a colaboração dos seus profissionais nos projetos, reconhece os seus contributos, aprecia a excelência e valoriza os valores e as vitórias de todos, sem exceção e sem favoritismos.

Daniel Goleman defende que o papel emocional do líder deve assentar nos “sentimentos das pessoas”. Assim, a liderança emocional é a capacidade de gerir as emoções de uma forma positiva na relação com os outros. Reconhecer um sentimento é essencial para o discernimento emocional, controlamos as nossas emoções para que guiem os nossos comportamentos, com o objetivo de alcançar os resultados que pretendemos.

Atualmente, o sucesso no trabalho depende mais do modo como controlamos as nossas emoções em benefício próprio e da organização, do que das nossas capacidades intelectuais. As pessoas que, maior certeza têm sobre os seus próprios sentimentos (alegria, tristeza, ansiedade, irritação, nervosismo) conseguem maior autocontrolo e maior relacionamento social. Se temos consciência das nossas emoções é mais fácil conseguirmos ultrapassar as dificuldades que nos aparecem ao longo da vida.

É cada vez mais urgente as lideranças de topo e intermédias, nas escolas, olharem para os seus colaboradores, professores e funcionários, como pessoas, como agentes que promovem o bem-estar e a felicidade de quem os rodeia, mas essencialmente, dos nossos alunos. Apesar da legislação apontar para a figura unipessoal do Diretor, um bom Projeto Educativo de Escola, só será concretizado se todas as partes forem ouvidas e envolvidas nesse projeto, se houver a capacidade de pedir ideias, sugestões, melhorias, de aceitar o erro, outros caminhos. Um bom diretor só liderará com uma boa equipa, da mesma forma que o comandante de um navio só chegará a bom porto se toda a tripulação remar em boas marés.

Numa época em que a Educação sofre autênticas tempestades, nas progressões na carreira, na avaliação de desempenho, que se refletem num crescente individualismo e autoritarismo, impera a quem lidera refletir a Escola que deseja, uma escola bem sucedida onde reine o bem-estar, a felicidade e o sucesso, só assim conseguirá ter profissionais agrados, alunos de sucessos, curriculares mas essencialmente futuros cidadãos mais felizes, bons profissionais, numa sociedade mais justa onde os valores do respeito, da gratidão, e da valorização do outro sejam a luz para ultrapassar os obstáculos que já são tantos.

Já existem líderes e escolas, assim… que se multipliquem!