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Avisos e Liturgia do 6º Domingo de Páscoa (Ano C)

Aconselhar os outros em momentos difíceis é uma tarefa muito delicada. Não é fácil, porque nem sempre temos todos os elementos para orientar correctamente os outros e tudo o que fizermos e dissermos será a partir de fora desses momentos. Colocarmo-nos no lugar do outro é quase impossível. Mas, é sempre importante cuidar dos outros. Aconselhar, orientar, acompanhar, animar os outros é sempre a nossa missão. E esta nossa missão tem de ser feita com toda a humildade e serenidade, nunca perdendo de vista que temos de lutar pelo bem dos outros. Esta é a vontade de Deus: que todos sejam felizes. O apóstolo João apercebeu-se o quanto Jesus o amava e não se cansava de transmitir que Ele o tinha mudado por dentro e feito um valente por fora. Também João ouviu a frase de Jesus que se encontra no evangelho deste domingo: “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”. Com esta frase, Jesus pede-nos serenidade e valentia. Estas duas virtudes estão relacionadas uma com a outra. Dificilmente seremos valentes se estivermos inquietos, bloqueados, ansiosos e inseguros.

Mas, quem nos poderá dar esta serenidade? Estaremos inseguros quando nos sentirmos abandonados. Quando nos sentirmos cheios de confiança, em boas mãos, ficaremos tranquilos e reconfortados. A resposta é-nos dada por Jesus no evangelho: “Quem me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas estas coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse”. As palavras de Jesus têm uma grande força, porque expressam a sua vida, os seus gestos, as suas palavras, as suas acções, a sua proximidade com os mais necessitados, curando-os e salvando-os. Por isso, acrescenta: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”.

26-05-2019

O Espírito Santo ajudar-nos-á a encontrar a serenidade para a nossa vida e tomar as decisões certas a partir da misericórdia de Deus. A primeira leitura narra-nos um exemplo da ajuda do Espírito Santo para gerar serenidade e tomar decisões certas. Nas primeiras comunidades cristãs, começaram a surgir pessoas que queriam seguir Jesus, mas não pertenciam ao povo judeu; eram de outras nações, de outras culturas e tradições. Começaram a surgir dois grupos: os fundamentalistas (rigorosos) e os moderados (que não colocam grandes barreiras a estes cristãos vindos de outros povos). Então, a comunidade cristã de Antioquia decidiu que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos subissem a Jerusalém, para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos. Regressarem a Antioquia com alguns representantes dos Apóstolos para transmitirem de viva voz as suas decisões, porque “alguns dos nossos, sem nossa autorização, vos foram inquietar, perturbando as vossas almas com as suas palavras”. As decisões dos Apóstolos e dos anciãos não são palavras de circunstância, ou a favor ou contra. Dizem claramente o seguinte: “O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além das que são indispensáveis. Procedereis bem, evitando tudo isso”. É uma decisão, fundamentada na vontade de Deus. Não é nenhum decreto mas uma decisão tomada com o coração, iluminado pelo Espírito Santo e pela misericórdia de Deus.

Que o Senhor resplandeça sobre nós a luz do seu rosto. Ele conceder-nos-á a paz, a serenidade e a confiança para enfrentar e governar a vida. Tudo venceremos, orientados pelo Espírito Santo e na certeza de que somos amados por Deus. Se guardarmos as suas palavras, Ele não nos abandonará, mas fará em cada um de nós a sua morada.

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Ano C - Tempo Pascal - 6º Domingo - Boletim Dominical

Avisos e liturgia do 5º Domingo da Quaresma (Ano C)

Depois da reflexão da parábola do Pai Misericordioso, neste Domingo, nas leituras bíblicas, encontramos a forma de viver a misericórdia e um grande exemplo de Jesus Cristo a exercer a misericórdia: o perdão à mulher pecadora. Tendo em conta a primeira leitura do profeta Isaías, podemos afirmar que a misericórdia de Deus convida-nos a não recordar o passado, porque as águas da sua graça divina limparam a nossa consciência no dia do nosso baptismo, abriram caminho no deserto da nossa vida e fizeram correr rios na terra árida do nosso coração. Na segunda leitura, São Paulo afirma que a misericórdia divina lança-nos para a frente na vida, sem olhar para trás, rumo à meta da santidade. Jesus Cristo é a expressão máxima da misericórdia de Deus, perdoando quando confessamos os nossos pecados, dizendo: “Vai e não tornes a pecar”. Como se isto não bastasse, Ele avisa-nos para não atirarmos pedras de condenação aos outros, porque não somos juízes de ninguém.

O texto do evangelho diz-nos que os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em flagrante adultério. Esta mulher estava solteira e era noiva. Por isso, os seus acusadores, profissionais da lei, pedem contra ela a pena de morte por apedrejamento. A mulher sabe a morte que lhe espera e não se queixa, sabe que pecou. Mas, onde está o homem com quem foi apanhada em flagrante adultério? Nada se sabe dele, talvez escondido em algum lado ou no meio daqueles que a queriam apedrejar. Ninguém atira uma pedra, porque todos são pecadores! Os mais jovens não começaram atirar pedras, porque ainda eram ingénuos, os mais velhos nada fizeram, porque já sabiam todas as estratégias de atirar pedras aos outros e esconder a mão.

07-04-2019

Os escribas e os fariseus não apedrejaram logo a mulher pecadora, porque queriam armar uma cilada a Jesus e, assim, terem pretexto para O acusar. Será que Jesus iria lançar a primeira pedra sobre esta mulher? Se Jesus fosse contra a Lei, seria já motivo de acusação e da sua condenação. Se Jesus ficasse indiferente perante este caso, perderia toda a sua autoridade, porque iria contradizer toda a sua pregação, fundamentada no amor e na misericórdia. Durante a sua vida, Jesus confundiu muitas vezes os seus inimigos com a sua sabedoria, deixando-os sem resposta e obrigando-os a mudar de atitude. Neste episódio da mulher adúltera, Jesus procedeu do seguinte modo: em primeiro lugar, “inclinou-se e começou a escrever com o dedo no chão”; em segundo lugar, como persistiam em interrogá-lo, Jesus dá uma resposta brilhante, através da qual consegue três coisas: não contradiz a lei e assim não o podem acusar; perdoa a mulher pecadora e assim faz o que o seu coração deseja; e confunde os escribas e os fariseus, afirmando: “Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Jesus condena o adultério, mas não condena a mulher adúltera: “Ninguém te condenou? Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”. Coisa impressionante! Condena-se o pecado, mas não o pecador! Em toda a história da humanidade, só existiu um homem inocente que, na hora de atirar a primeira pedra, inclinou-se e começou a escrever com o dedo no chão, espantou os acusadores e perdoou a mulher pecadora.

Com este gesto de Jesus, o que podemos aprender para a nossa vida? Quantos de nós talvez andemos a guardar pedras para atirá-las contra os nossos irmãos pecadores? Quantos de nós já atirámos pedras com a nossa língua afiada, com a nossa inveja, com o nosso desprezo e silêncio? Não desanimemos porque pecamos, porque Deus é misericórdia. Tenhamos a coragem de lhe pedir perdão e mudar a vida. Sejamos firmes contra o pecado, mas cheios de misericórdia com o pecador. Que o Senhor tenha piedade de mim que sou um pecador e que me dê um coração manso e humilde, semelhante ao Seu.

 

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PREPARAR AS CELEBRAÇÕES PASCAIS

A Congregação para o Culto divino publicou, em Janeiro de 1988, uma “Carta circular” que retoma, explicita e particulariza as normas litúrgicas relativas à preparação e celebração das Festas Pascais e sugere oportunos temas da catequese do máximo interesse para a vivência da Páscoa. Destacamos algumas propostas:

1. “Tal como a semana tem o seu início e o seu ponto culminante na celebração do Domingo, sempre caracterizado pela sua índole pascal, assim também o centro culminante de todo o ano litúrgico refulge na celebração do sagrado Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor, preparada pela Quaresma e prolongada na alegria dos cinquenta dias seguintes“. (Carta circular, Preparação e celebração das Festas pascais [PCFP], nº 2). Toda a pastoral e, assim, a pastoral litúrgica, devem brotar da e convergir para a celebração anual da Páscoa.

2. “A caminhada anual de penitência da Quaresma é o tempo de graça durante o qual se sobe à santa montanha da Páscoa. O tempo da Quaresma, com a sua dupla característica, prepara quer os fiéis quer os catecúmenos em ordem à celebração do mistério pascal… Os fiéis, dedicando-se com mais assiduidade a escutar a Palavra de Deus e a uma oração mais intensa, e mediante a penitência, preparam-se para renovar as suas promessas baptismais. (PCFP, nº 6)

3. “Toda a iniciação cristã comporta um carácter eminentemente pascal enquanto é a primeira participação sacramental na Morte e na ressurreição de Cristo. Por esta razão convém que a Quaresma adquira o seu carácter pleno de tempo de purificação e de iluminação…; a própria Vigília Pascal há-de ser tida como o momento mais adequado para celebrar os Sacramentos da iniciação” (PCFP, nº 7).

4. “…Os pastores recordem aos fiéis a importância que tem para fomentar a sua vida espiritual a profissão da fé baptismal que, “terminado o exercício da Quaresma”, são convidados a renovar publicamente na Vigília Pascal” (PCFP, nº 8). Este é o programa próprio da Quaresma.

5. Durante a Quaresma há que organizar uma catequese para os adultos… Ao mesmo tempo, estabeleçam-se celebrações penitenciais… (PCFP, nº 9).

6. “O tempo da Quaresma é também tempo apropriado para levar a cabo os ritos penitenciais, a modo de escrutínios… também para as crianças, já baptizadas, antes de se abeirarem pela primeira vez do Sacramento da Penitência” (PCFP, nº 10).

7. “Deve ministrar-se, sobretudo nas homilias do Domingo, a catequese do mistério pascal e dos sacramentos…” (PCFP, nº 12).
8. “Os pastores exponham a Palavra de Deus mais a miúdo e com maior empenho, nas homilias dos dias feriais, nascelebrações da Palavra de Deus, nas celebrações penitenciais, nas pregações especiais próprias deste tempo, nas visitas que façam às famílias ou a grupos de famílias para a sua bênção. Os fiéis participem mais frequentemente nas Missas feriais e, se isso não lhes for possível, serão convidados para ao menos ler, em família ou privadamente, as leituras do dia” (PCFP, nº 13).9. “A Igreja celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana, desde a missa vespertina da Quinta-feira “In Cena Domini” até às vésperas do domingo da ressurreição. Este espaço de tempo é justamente chamado o “tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado” e também tríduo pascal, porque com a sua celebração se torna presente e se cumpre o mistério da Páscoa, isto é, a passagem do Senhor deste mundo ao Pai. Com a celebração deste mistério a Igreja, por meio dos sinais litúrgicos e sacramentais, associa-se em íntima comunhão com Cristo seu Esposo” (PCFP, nº 38).
10. “É muito conveniente que as pequenas comunidades religiosas, quer clericais, quer não, e as outras comunidades laicais participem nas celebrações do t r í d u o pascal nas igrejas maiores. De igual modo, quando em algum lugar é insuficiente o número dos participantes, dos ajudantes e dos cantores, as celebrações do tríduo pascal sejam omitidas e os fiéis reúnam-se noutra igreja maior. Também onde mais paróquias pequenas são confiadas a um só sacerdote, é oportuno que, na medida do possível, os seus fiéis se reúnam na igreja principal para participar nas celebrações. Para o bem dos fiéis, onde ao pároco é confiada a cura pastoral de duas ou mais paróquias, nas quais os fiéis participam em grande número e podem ser realizadas as celebrações com o devido cuidado e solenidade, os mesmos párocos podem repetir as celebrações do tríduo pascal, respeitando-se todas as normas estabelecidas” (PCFP, nº 43). “Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres, ou dispersas, está presente Cristo, por cujo poder se unifica a Igreja una, santa, católica e apostólica” (LG 26)
11. “É desejável que, segundo as circunstâncias, seja prevista a reunião de diversas comunidades numa mesma igreja, quando, por razão da proximidade das igrejas ou do reduzido número de participantes, não se possa ter uma celebração completa e festiva. Favoreça-se a participação de grupos particulares na celebração da vigília pascal, na qual todos os fiéis, formando uma única assembleia, possam experimentar de modo mais profundo o sentido de pertença à mesma comunidade eclesial. Os fiéis que, por motivo das férias, estão ausentes da própria paróquia sejam convidados a participar na celebração litúrgica no lugar onde se encontram” (PCFP, nº 94).

Ano C - Tempo da Quaresma - 5º Domingo - Boletim Dominical

Avisos e Liturgia do 1º Domingo da Quaresma (Ano C)

Na passada quarta-feira, iniciámos o tempo da Quaresma com o rito da imposição das cinzas. Este é um tempo favorável para fazer uma revisão da nossa vida: como estou a dar testemunho de cristão nas minhas palavras, nas minhas acções, em casa, no trabalho, com os amigos e nas minhas responsabilidades profissionais e sociais? Estas semanas da Quaresma são também uma oportunidade para conhecer melhor o mistério de Cristo, para aprender a Verdade de Cristo, para reencaminhar a vida segundo o Evangelho e viver com alegria a dignidade de filhos de Deus.

Todos os anos, a Quaresma conduz-nos à Páscoa, ou seja, à paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo e ao seu regresso ao Pai. Regressa ao Pai levando no seu corpo os sinais da Paixão. Vivamos com intensidade este tempo quaresmal para celebrarmos alegremente a Páscoa deste ano. Que a Páscoa de Cristo seja também a nossa Páscoa. Para que tal aconteça, é necessário viver a nossa vida segundo a vontade de Jesus, o Filho de Deus, que se entregou por nós na cruz, na alegria e no entusiasmo da sua Ressurreição.

10-03-2019

Pelas leituras bíblicas, a Quaresma deste ano está marcada pela misericórdia. Bem sabemos que Deus é misericórdia; foi assim que Se foi revelando no decorrer da história da humanidade. Mas para sentir este Deus misericordioso, é necessário assumir que somos pecadores, pedir-lhe perdão e procurar mudar a nossa vida. Deus concede a sua misericórdia generosamente a todo aquele que está arrependido. Depende de nós abrir o nosso coração à misericórdia de Deus, ou seja, com um coração contrito, humilde, disposto para começar de novo e voltar ao caminho recto, deixando a vida e os caminhos do pecado.

Neste primeiro domingo da Quaresma, somos convidados a fazer deserto, a rever e a centrar a nossa vida naquilo que é essencial e mais importante, ou seja, na fé que devemos professar com a boca e com a vida. Na primeira leitura, Moisés pedia ao povo de Israel para fazer a profissão de fé ao oferecer as primícias diante do altar do Senhor. E hoje somos convidados a fazer o mesmo. A profissão de fé não é uma lista de “verdades para acreditar” ou de “preceitos para cumprir”. Para o povo de Israel era o recordar das maravilhas que Deus fez quando o libertou da escravidão do Egipto. Para nós, é voltar a experimentar nesta Páscoa a liberdade trazida pela morte e ressurreição de Cristo, que nos libertou da escravidão do pecado e da morte e nos faz participantes de uma nova vida: uma vida de santidade e de graça, uma vida de liberdade e de plenitude. Não podemos ter saudades das “cebolas do Egipto”, mas voltar a agradecer a liberdade dos filhos de Deus que nos foi dada no dia do nosso Baptismo.

A narração das tentações de Jesus é para nós um aviso. Durante o deserto da nossa vida, a nossa fé será tentada pelas forças do mal, pelo demónio. Seremos tentados nos três pontos mais fracos que todos carregamos como herança do pecado original: ter, poder e desejo de triunfo. O que fazer? Cristo ensina-nos a vencer as tentações, através dos seguintes meios: a oração, a Palavra de Deus, o jejum, a vigilância, o desprendimento e a humildade. Como é importante rezar sempre com a Bíblia entre as mãos! O jejum é a forma de nos afastarmos de tudo aquilo que não agrada a Deus: ambição, ganância, vícios, egoísmo, inveja. A vigilância ajuda-nos a estar atentos e a dar conta por onde o mal nos quer atacar. O desprendimento das coisas faz-nos bem para nos enchermos de Deus, porque quanto mais vazio está o coração de uma pessoa, mais precisa de coisas para comprar, possuir e consumir. A humildade será sempre a arma eficaz contra o nosso orgulho e egoísmo.

Todos somos tentados! Jesus foi tentado mas não pecou. As tentações não são pecado! Todos temos a tentação do egoísmo, da riqueza, do poder, da fama, do prazer, da indiferença, do desespero, da falta de confiança em Deus! Tantas vezes falhamos na solidariedade, na justiça, no serviço aos outros! Em todas as tentações há o perigo de nelas cairmos, mas também são boas ocasiões de amadurecimento, de redescobrir o verdadeiro sentido da vida, são oportunidades para crescermos na fé e na entrega das nossas vidas a Deus.

Ano C - Tempo da Quaresma - 1º Domingo - Boletim Dominical

 

Avisos e liturgia UP Aguiar da Beira e UP Fornos de Algodres

II Domingo do Tempo Comum

O autor desta reflexão deixa claro que o chamamento é sempre uma
iniciativa de Deus, o qual vem ao encontro do homem e chama-o pelo nome. Ao homem é pedido que se coloque numa atitude de total disponibilidade para escutar a voz e os desafios de Deus. Na segunda leitura, Paulo convida os cristãos de Corinto a viverem de
forma coerente com o chamamento que Deus lhes fez. No crente que vive em comunhão com Cristo deve manifestar-se sempre a vida nova de Deus.

14-01-2018
Aplicado ao domínio da vivência da sexualidade – um dos campos onde as falhas dos cristãos de Corinto eram
mais notórias – isto significa que certas atitudes e hábitos desordenados devem ser totalmente banidos da vida do cristão.
O Evangelho deste Domingo diz-nos, antes de mais, o que é ser cristão… A identidade cristã não está na simples pertença jurídica a uma instituição chamada “Igreja”, nem na recepção de determinados sacramentos, nem na militância em certos
movimentos eclesiais, nem na observância de certas regras de comportamento dito “cristão”… O cristão é, simplesmente, aquele que acolheu o chamamento de Deus para seguir Jesus Cristo. O que é, em concreto, seguir Jesus? É ver n’Ele o Messias libertador
com uma proposta de vida verdadeira e eterna, aceitar tornar-se seu discípulo, segui-l’O no caminho do amor, da entrega, da doação da vida, aceitar o desafio de entrar na sua casa e de viver em comunhão com Ele.
O nosso texto sugere também que essa adesão só pode ser radical e absoluta, sem meias tintas nem hesitações. Os dois primeiros discípulos não discutiram o “ordenado” que iam ganhar, se a aventura tinha futuro ou se estava condenada ao fracasso, se o abandono de um mestre para seguir outro representava uma promoção ou uma despromoção, se o que deixavam para trás era importante ou não era importante; simplesmente “seguiram Jesus”, sem garantias, sem condições, sem explicações supérfluas, sem “seguros de vida”, sem se preocuparem em salvaguardar o futuro se a aventura não desse certo. A aventura da vocação é sempre um salto, decidido e sereno, para os braços de Deus. A história da vocação de André e do outro discípulo (despertos
por João Baptista para a presença do Messias) mostra, ainda, a importância do papel dos irmãos da nossa comunidade na nossa própria descoberta de Jesus.

Ano B - Tempo Comum - 2º Domingo - Boletim Dominical
A comunidade ajuda-nos a tomar consciência desse Jesus que passa e aponta-nos o caminho do
seguimento. Os desafios de Deus ecoam, tantas vezes, na nossa vida através dos irmãos que nos rodeiam, das suas indicações, da partilha que eles fazem connosco e que dispõe o nosso coração para reconhecer Jesus e para O seguir. É na escuta dos nossos irmãos
que encontramos, tantas vezes, as propostas que o próprio Deus nos apresenta.

O encontro com Jesus nunca é um caminho fechado, pessoal e sem consequências comunitárias… Mas é um caminho que tem de me levar ao encontro dos irmãos e que deve tornar-se, em qualquer tempo e em qualquer circunstância, anúncio e testemunho.
Quem experimenta a vida e a liberdade que Cristo oferece, não pode calar essa descoberta; mas deve sentir a necessidade de a partilhar com os outros, a fim de que também eles possam encontrar o verdadeiro sentido para a sua existência. “Encontrámos
o Messias” deve ser o anúncio jubiloso de quem fez uma verdadeira experiência de vida nova e verdadeira e anseia por levar os irmãos a uma descoberta semelhante.

Avisos e Boletim Paroquial de Fornos de Algodres

Neste domingo, a Santíssima Trindade foi o tema em destaque.

Na Unidade Pastoral de Fornos de Algodres, destaca-se a cerimónia comemorativa da 2ª Aparição de Nossa Senhora, em Algodres, dia 13, às 20h30; os horários das cerimónias do dia de Corpo de Deus; e a Noite de Fados, sexta-feira, dia 16.

Ano A - Tempo Comum - Santíssima Trindade - Boletim Dominical

 

Avisos e Boletim da Unidade Pastoral de Aguiar da Beira

Domingo de Pentecostes

Com a solenz-igreja ABidade do Pentecostes, encerramos o Tempo Pascal. É a plenitude do mistério pascal, como nos recorda o prefácio da missa deste domingo: “Hoje manifestastes a plenitude do mistério pascal e sobre os filhos de adoção… derramastes o Espírito Santo”. Neste dia, não só recordamos a vinda do Espírito Santo sobre a comunidade apostólica, mas também a presença do Espírito Santo na Igreja de Jesus, na Igreja de hoje, em cada um de nós e em todos os homens e mulheres de boa vontade. 04-06-2017

    Se lermos com calma e atenção todos os textos evangélicos, daremos conta que o Espírito Santo está sempre presente em toda a vida de Jesus. É o Espírito que enche de vida o ventre virginal de Maria: “O Espírito virá sobre ti”. É o Espírito que, nas águas do Jordão, desce sobre Jesus como uma pomba. É o Espírito que conduz Jesus para o deserto e, cheio do poder do Espírito, regressa à Galileia e anuncia com autoridade a boa nova do Reino de Deus. O Espírito que acompanhou Jesus ao longo da sua vida, na sua morte, é entregue à humanidade. Do lado aberto de Jesus, dizem os Padres da Igreja, nasce a Igreja que, desde o início, está cheia do Espírito, como nos diz o texto da primeira leitura: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo”.
    A paz, a alegria e o Espírito Santo são dons de Jesus Ressuscitado à comunidade apostólica. Por duas vezes, “na tarde daquele dia, o primeiro da semana”, Jesus saúda os discípulos, dizendo: “A paz esteja convosco”. Os discípulos estavam cheios de medo, tinham as portas de casa trancadas. Precisavam urgentemente de paz. Somente Jesus lhes poderia dar a paz que tanto necessitavam. Ao verem Jesus, com as chagas nas mãos e nos pés e o lado aberto, ficaram cheios de alegria. E como se isto não bastasse, Jesus “soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo”.
    Os discípulos recebem o Espírito Santo em ordem à missão, para serem enviados. Jesus é o enviado do Pai. Os discípulos serão os enviados de Jesus: “Assim como o Pai me enviou também Eu vos envio a vós”. É o Espírito de Jesus que nos estimula à missão, acompanha-nos na missão de levar o Evangelho a todo o lado. Sem o Espírito de Jesus, nada conseguiremos. Por isso, em cada Pentecostes, pedimos não nos falte esta força, o Espírito de Jesus. Vem, Espírito Santo, livra-nos do medo e ensina-nos a anunciar com ardor e entusiasmo a Boa Nova de Jesus.
    O Espírito Santo, a força divina, convida-nos à reconciliação: “àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados”. O Espírito de Jesus é o Espírito do perdão. No Calvário, pregado na cruz, Jesus oferece o perdão: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”. O Espírito de Jesus convida-nos ao perdão, à reconciliação, a um abraço da paz. Todos os anos, a solenidade do Pentecostes é um convite à reconciliação nas nossas famílias, nas nossas cidades e aldeias, nas nossas comunidades paroquiais, nos movimentos da Igreja, no nosso mundo que precisa urgentemente de encontrar o caminho da paz, o grande dom de Jesus Ressuscitado.
    O Espírito Santo, com os seus sete dons, é fonte de uma vida nova e em renovação permanente. O Espírito Santo é a garantia do perdão, libertos do pecado e das ilusões do mundo. O Espírito Santo é também o fundamento da unidade na diversidade de dons, de funções e ministérios. Com o Espírito Santo, é possível acreditar, esperar e amar.

Por:Párocos de Aguiar da Beira

Avisos e reflexão da Unidade Pastoral de Aguiar da Beira

4ºdomingo da Páscoa

z-igreja ABAinda recordamos a bela imagem de Jesus que caminhava com os discípulos para Emaús. Foi este o ponto de partida da nossa reflexão no domingo passado. Os discípulos de Emaús estavam abatidos, desiludidos, sem esperança. São uma imagem de alguns momentos da nossa vida. Também andamos preocupados com muitas coisas: problemas de saúde, problemas familiares por causa de falta de entendimento e de comunicação, problemas económicos, ou seja, tantas preocupações no caminho da vida!

07-05-2017

Apesar de tudo, Jesus continua a caminhar connosco. Este Jesus que todos os anos, no 4º domingo da Páscoa, sempre se apresenta como o Bom Pastor. Os judeus rezavam muitas vezes o salmo 22 (23): “o Senhor é meu pastor: nada me falta”. Na segunda leitura, Pedro, citando os profetas Isaías e Ezequiel, também nos recorda: “Vós éreis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes para o pastor e guarda das vossas almas”. Quando as pessoas ouviram Jesus dizer que era o Bom Pastor pensaram, imediatamente em Deus, Aquele que caminha diante do povo, que os reúne e convoca, que os faz “descansar em verdes prados” e que os “conduz às águas refrescantes”.
Hoje, já quase perdemos a imagem do pastor, conduzindo o seu rebanho, ajudado pelo seu cão. Todavia, não nos custa a compreender quando o evangelho nos diz que Jesus, o Bom Pastor, continua a dar a vida pelas suas ovelhas. Jesus conhece-nos pelo nome, conhece muito bem cada um de nós. A frase final do texto evangélico deste domingo é daquelas que temos de fixar: “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”. A Páscoa é esta vida, a vida nova de Jesus ressuscitado, vida abundante que nos inunda de paz, de alegria, de confiança e de esperança.
Jesus apresenta-se como a “porta das ovelhas”. Ao conversar com os fariseus, os escribas e doutores da lei, Jesus acusa-os duramente de “ladrões e bandidos”, porque, em vez de guardarem o povo que lhes foi confiado, somente se preocuparam com os seus interesses. Por isso, Jesus apresenta-se como a “porta das ovelhas”. Nestes tempos de crise económica, financeira, social, política e moral, podemos interrogar-nos: o que diria Jesus aos que hoje governam as nações? Preocupam-se com o bem de todos ou somente com os seus interesses e lucros? O que diria Jesus àqueles que governam a Igreja? Não haverá problemas e situações que deveriam ser abordadas com mais clareza, respeito, coração e realismo? Não andaremos a perder tempo demasiado em projetos, papéis, reformas inquisitórias de imposição e “à pressão”? Não haverá assuntos e problemas que merecem uma palavra mais esclarecida e libertadora dos que governam as nações e a própria Igreja? Os cristãos nunca podem ser um obstáculo, nunca podem ser um entrave e construtores de barreiras, mas têm de ser uma porta aberta para chegar a Jesus, a Deus e aos irmãos que clamam por nós, que nos pedem ajuda.
“Para mim preparais a mesa”, ouvimos no salmo 22 (23). É a mesa perante a qual fazemos memória de Jesus, o Bom Pastor e Porta das ovelhas, que nos dá vida em abundância: “Eu vim para que tenham vida e vida em abundância”. Ele conhece as Suas ovelhas, chama-as pelo seu nome, procura-as quando elas se afastam, acolhe-as no seu aprisco, ama-nos e apoia-nos sempre. Muitos continuam a não querer entrar por esta porta. Mas, em Jesus, Bom Pastor, a felicidade é possível. Na vida, acontece-nos muitos sofrimentos. Unidos à Paixão de Jesus Cristo, venceremos as nossas dificuldades, teremos sempre confiança e esperança, continuando a ter em Cristo o sentido para a própria vida. A nossa vida terá outro sentido se vivermos os gestos de ternura do Bom Pastor.

Por:Párocos da UPAB

Avisos e liturgia do 2ºdomingo da Páscoa Unidade Pastoral Fornos de Algodres

igreja1 A liturgia deste 2º domingo da Páscoa apresenta-nos essa comunidade de Homens Novos que nasce da cruz e da ressurreição de Jesus: a Igreja. A sua missão consiste em revelar aos homens a vida nova que brota da ressurreição.
Na primeira leitura temos, na “fotografia” da comunidade cristã de Jerusalém, os traços da comunidade ideal: é uma comunidade fraterna, preocupada em conhecer Jesus e a sua proposta
de salvação, que se reúne para louvar o seu Senhor na oração e na Eucaristia, que vive na partilha, na doação e no serviço e que testemunha, com gestos concretos, a salvação que Jesus veio propor aos homens e ao mundo. É uma comunidade empenhada em conhecer e acolher a proposta de salvação que vem de Jesus, através do testemunho dos apóstolos.Ano A - Tempo Pascal - 2ª Domingo - Folheto Dominical

A segunda leitura recorda aos membros da comunidade cristã que a identificação de cada crente com Cristo, nomeadamente com a sua entrega por amor ao Pai e aos homens, conduzirá Ler Mais »

Avisos e Boletim Paroquial de Aguiar da Beira

   z-igreja ABDOMINGO DE PÁSCOA

Finalmente chegou o dia tão esperado. É a grande festa, a maior de todo o ano. Depois de uma longa Quaresma, chegámos aos dias santos da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

16-04-2017

Na Vigília Pascal, brotou a grande notícia: Jesus ressuscitou, aleluia, aleluia! Nas trevas da noite, a luz do círio pascal iluminou os nossos passos. A partir dele foram surgindo outros pontos de luz, “luzinhas de fé”, que nos abriam à Palavra de Deus. Somos criaturas de Deus (modelados pelo amor de Deus Pai), como nos recordava o livro do Génesis. Deus está sempre presente numa longa história de infidelidades até à Terra prometida, como nos recordava o Êxodo. Perante a dureza do nosso coração, Deus dá-nos um coração novo, como nos recordava o profeta. Mas a grande novidade é-nos dada pelo evangelho. O anjo do Senhor disse às mulheres: “Não tenhais medo; sei que procurais Jesus, o Crucificado. Não está aqui: ressuscitou como tinha dito”.
Jesus ressuscitado passou esta vida a fazer o bem. É o próprio S. Pedro que nos diz: “Jesus de Nazaré…que passou fazendo o bem…mataram-n’O, suspendendo-O na cruz. Mas Deus ressuscitou-O ao terceiro dia”. São Paulo recorda aos Colossenses os efeitos da fé no Ressuscitado: “Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto… afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra”. E o evangelho apresenta-nos o testemunho de Maria Madalena, de Pedro e de João, que correm juntos. João adianta-se, mas é Pedro quem entra, em primeiro lugar, no sepulcro. Finalmente “entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro (João): viu e acreditou”. Hoje e sempre, somos convidados a “ver” e a “acreditar”.
Mas, o que aconteceu no coração dos discípulos que agora estão reunidos confessando que Jesus vive? Onde estavam quando prenderam e mataram Jesus? Onde se esconderam? O evangelho não nos responde a estas perguntas, mas dá-nos pistas: o sepulcro está vazio, Jesus ressuscitado manifesta-se. Os discípulos fizeram um longo caminho de conversão- iluminação que os levou a confessar que Jesus de Nazaré, o Crucificado, vive! Hoje, nós somos convidados a experimentar também este processo interior que nos levará a afirmar, com o coração e a vida, que Jesus está vivo, que Jesus estará sempre vivo na nossa vida.
Uma maneira simples e bela de dizer que Jesus ressuscitou é afirmar que Deus Pai deu razão a Jesus. Jesus tinha razão! Tinha razão ao dizer que Deus é um Pai misericordioso, que nos ama com um amor muito grande e forte, que Ele existe desde sempre, que os poderosos só se preocupam com os seus interesses, que o templo se tinha convertido num mercado e casa de salteadores, que há que defender e lutar pelos mais frágeis, pelos mais pobres. Aquilo que Jesus disse e fez não pode morrer, não se pode esquecer. Jesus e a sua mensagem viverão para sempre. É isto que tem valor e é isto que temos de procurar viver.
A Eucaristia é a Páscoa de Jesus, é o memorial e a presença de Cristo que morreu (pão partido, sangue derramado) e ressuscitou. Por isso nos reunimos neste Domingo de Páscoa e em todos os domingos do ano à volta do altar. Será uma Páscoa Santa e Feliz se nunca nos esquecermos de que Jesus amou-nos e amou-nos até ao fim. Será uma Páscoa Santa e Feliz se, na nossa vida, fizermos o mesmo: aderir a Cristo, descobrir Cristo em cada situação, procurar Cristo em todos os momentos da vida.

Por:Párocos da UPAB

Avisos e Boletim da Unidade Pastoral Fornos de Algodres

t-igrejaDomingo de Ramos

A liturgia deste Domingo de Ramos convida-nos a contemplar esse Deus que, por amor, desceu ao nosso encontro, partilhou a nossa humanidade, fez-se servo dos homens, deixou-se matar para que o egoísmo e o pecado fossem vencidos. A cruz, que a liturgia deste domingo coloca no horizonte próximo de Jesus, apresenta-nos a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que, em Jesus, Deus nos propõe: a doação da vida por amor.

Ano A - Tempo da Quaresma - Domingo de Ramos - Folheto Dominical

A primeira leitura apresenta-nos um profeta chamado por Deus a testemunhar no meio das nações a Palavra da salvação. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta confiou em Deus e concretizou, com teimosa fidelidade, os projetos de Deus. O profeta não se demite: a paixão pela Palavra sobrepõe-se ao sofrimento e mostra toda a sua confiança no Senhor, que não abandona aqueles a quem chama. A certeza de que não está só, mas de que tem a força de Deus, torna o profeta mais forte do que a dor, o sofrimento, a perseguição. Por isso, o profeta “não será confundido”. Os primeiros cristãos viram neste “servo” a figura de Jesus.

A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de Cristo. Ele prescindiu do orgulho e da arrogância, para escolher a obediência ao Pai e o serviço aos homens, até ao dom da vida. É esse mesmo caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe. Jesus não deixou de ser Deus; mas aceitou descer até aos homens, fazer-Se servidor dos homens, para garantir vida nova para os homens. Esse “abaixamento” assumiu mesmo foros de escândalo: Jesus aceitou uma morte infamante, a morte de cruz, para nos ensinar a suprema lição do serviço, do amor radical, da entrega total da vida. No entanto, essa entrega completa ao plano do Pai não foi uma perda nem um fracasso: a obediência e entrega de Cristo aos projetos do Pai resultaram em ressurreição e glória. Em consequência da sua obediência, do seu amor, da sua entrega, Deus fez d’Ele o “Kyrios” (“Senhor”).

O Evangelho convida-nos a contemplar a paixão e morte de Jesus: é o momento supremo de uma vida feita dom e serviço, a fim de libertar os homens de tudo aquilo que gera egoísmo e escravidão. Na cruz, revela-se o amor de Deus – esse amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total.

A morte de Jesus tem de ser entendida no contexto daquilo que foi a sua vida. Desde cedo, Jesus apercebeu-se de que o Pai O chamava a uma missão: anunciar esse mundo novo, de justiça, de paz e de amor para todos os homens. Para concretizar este projecto, Jesus passou pelos caminhos da Palestina “fazendo o bem” e anunciando a proximidade de um mundo novo, de vida, de liberdade, de paz e de amor para todos. Ensinou que Deus era amor e que não excluía ninguém, nem mesmo os pecadores; ensinou que os leprosos, os paralíticos, os cegos, não deviam ser marginalizados, pois não eram amaldiçoados por Deus; ensinou que eram os pobres e os excluídos os preferidos de Deus e aqueles que tinham um coração mais disponível para acolher o “Reino”; e avisou os “ricos” (os poderosos, os instalados), de que o egoísmo, o orgulho, a auto-suficiência, o fechamento só podiam conduzir à morte. O projeto libertador de Jesus entrou em choque, como era inevitável, com a atmosfera de egoísmo, de má vontade, de opressão que dominava o mundo. A morte de Jesus é a consequência lógica do anúncio do “Reino”: resultou das tensões e resistências que a proposta do “Reino” provocou entre os que dominavam.

Temos a coragem de fazer da nossa vida uma entrega radical ao projecto de Deus e à libertação dos nossos irmãos? O que é que ainda entrava a nossa aceitação de uma opção deste tipo?

Por:Párocos da UPFA