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Artigo:Biomassa – energia renovável?

No âmbito do programa “Cultura, Ciência e Tecnologia na Imprensa”, promovido pela Associação Portuguesa de Imprensa.

Biomassa – energia renovável?

A energia da biomassa está a aliciar o interesse de cientistas, responsáveis políticos e agricultores, na sua procura de energias alternativas, renováveis e limpas.

Mas o que é a biomassa? É uma fonte de energia derivada dos produtos das culturas agrícolas, da floresta das culturas energéticas, dos resíduos da indústria da madeira, dos efluentes domésticos, de instalações agropecuárias e de indústrias agroalimentares (lacticínios, matadouros, lagares ou indústrias de transformação de frutos secos, etc.) e dos resíduos sólidos urbanos. No seu conjunto, a biomassa da Terra representa um enorme armazém de energia. Calcula-se que um oitavo da biomassa produzida anualmente poderia satisfazer toda a procura corrente de energia para a Humanidade. E, uma vez que a biomassa pode voltar a crescer, é um recurso potencialmente renovável.

Extrair energia da biomassa é uma prática antiga, datando dos tempos em que as pessoas queimavam lenha para obter calor e luz. Mas só porque a ideia é antiga não significa que não haja a possibilidade de novas tecnologias. Os cientistas estão constantemente a encontrar novas maneiras cada vez mais eficazes de extrair energia da biomassa, a um ponto tal que agora começa a ser tomada seriamente como uma opção de energia futura.

Um dos aspetos mais apelativos da energia da biomassa, é que não contribui para o aumento do efeito de estufa, desde que a biomassa seja colhida de forma sustentável. Carvão, gás, petróleo e outros combustíveis fósseis – os principais culpados do efeito de estufa – não se qualificam como biomassa, apesar de derivarem de material vivo. O tempo requerido para a formação destes combustíveis – milhões de anos – significa que não se podem considerar como renováveis.

Mas, de onde provém a energia? Bem, a fonte original da energia presente na biomassa é o Sol.

Pequenas “fábricas” nas folhas das plantas, chamadas cloroplastos, usam a energia solar (na forma de energia luminosa, ou fotões) juntamente com o dióxido de carbono do ar e água do solo, para fabricarem uma série de componentes. Esses componentes incluem açúcares e celulose – coletivamente chamados hidratos de carbono. A energia original do Sol está agora armazenada nas ligações químicas destes compostos.

Muita desta energia armazenada é passada para os animais quando eles comem as plantas (ou quando comem outros animais). Portanto, plantas, animais e excreções animais – biomassa – podem ser vistos como armazéns de energia solar.

As principais vantagens deste tipo de energia são o seu caráter renovável, o fato de permitir o reaproveitamento de resíduos e a menor poluição produzida, relativamente à da energia obtida a partir de combustíveis fósseis.

Ana Paiva

Ana Paiva é Licenciada em Engenharia Florestal, responsável pelo acompanhamento, execução, orientação, instrução e vigilância das visitas às exposições e atividades do Centro Ciência Viva de Bragança (CCVB), para além do desenvolvimento de estratégias que promovam uma relação, duradoura e inovadora do público com o CCVB e com as suas atividades. Autora de vários planos de ação e atividades direcionadas para os projetos educativos.

 

Central de biomassa vai nascer em Mangualde

central biomassa (1)Investimento global de 54 milhões de euros

Para maximizar a utilização eficiente dos recursos naturais, vai ser instalada em Mangualde uma central de biomassa para produção de energia elétrica, num investimento global de 54 milhões de euros. O projeto foi apresentado ontem, 13 de julho, numa visita do secretário de Estado da Energia, Jorge Sanches, à unidade industrial de produção de MDF. A visita foi acompanhada pelo Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, João Azevedo.

 “UM PROJETO JÁ A ANDAR E NÃO ALGO VIRTUAL” – JOÃO AZEVEDO

Para João Azevedo trata-se de “um projeto já a andar e não algo virtual. Um investimento real que visa abastecer a própria unidade fabril do Grupo Sonae tornando-a mais competitiva e autossuficiente”. “A central permitirá a criação de outras empresas no setor da recolha dos recursos florestais, tratando -se de um investimento que vai permitir produzir melhor eletricidade, fomentar o ordenamento do território e criar empregos indiretos” reforçou o autarca. “É primordial para o concelho dispor de uma unidade com a capacidade de fazer um investimento tão importante”, uma vez que “de acordo com o projeto, com a central termoelétrica a biomassa florestal poderá injetar até 12 MVA de energia elétrica na rede pública” concluiu João Azevedo.

Na sua intervenção, Jorge Sanche reforçou que “sendo Portugal um país muito bom nas energias renováveis, faz todo o sentido apostar no seu desenvolvimento nos territórios onde existem os recursos”. Acrescentando, “Mangualde é um excelente exemplo para o país neste domínio”.

 CONSTRUÇÃO DE UMA CALDEIRA DE BIOMASSA DE ÚLTIMA GERAÇÃO

O projeto engloba a engenharia, projeto e construção de uma caldeira de biomassa de última geração, com 90 MW de potência de combustão, equivalente a 266kTon biomassa por ano, que utilizará como combustível biomassa florestal residual. Ao associar a utilização da biomassa residual à utilização da fibra virgem no processo industrial, e permitindo a utilização completa do recurso disponível, a utilização da biomassa é mais rentável e permite aplicações mais nobres. Também ao combinar a produção de energia térmica e elétrica, se maximiza o rendimento global do processo de geração de energia. Outro beneficio da instalação desta central no concelho é o investimento numa indústria fortemente exportadora, o que contribuir para a criação de postos de trabalho diretos e indiretos.

Por:Mun.Mangualde