“Abrir o concelho ao mundo”
Depois da tomada de posse, fomos conversar com o novo Presidente da Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo, Carlos Condesso, sobre como vai ser o seu mandato na autarquia da sua terra.
Magazine Serrano-Depois da derrota em 2017, voltou a candidatar-se e venceu agora. Tem pela frente um grande desafio?
Carlos Condesso – A minha terra precisava, já há 4 anos, de uma reconstrução urgente. E quem me conhece, sabe que não sou de virar costas aos desafios, muito menos a Figueira de Castelo Rodrigo e aos meus conterrâneos. Poderia ter aceitado outros reptos, mas o amor pela minha terra e pelas minhas gentes não me iriam deixar sossegado se não conseguisse voltar e lutar pelo meu concelho. O desafio está à altura das exigências que eu tenho sempre para mim e para os que me acompanham. Sonhamos alto e iremos tornar esses sonhos realidade e dar o máximo por todos os Figueirenses, desde o primeiro dia.
MS- Depois de tomar posse, uma das prioridades será uma auditoria às contas?
CC– Exatamente. Vou recorrer a um serviço de auditoria, tanto à Câmara Municipal como também à Fundação Dª Ana Paula, como instrumento de gestão e nunca de suspeição. Temos de ter uma ideia pormenorizada com o que contamos para podermos fazer da melhor maneira possível o nosso trabalho. É absolutamente natural que todos queiramos saber o que temos, o que devemos e o que necessitamos.
MS- Serão quatro anos de muito trabalho, quais os projetos para Figueira de Castelo Rodrigo?
CC-Temos diversos projetos que queremos desenvolver. Trabalharemos para revitalizar o sector agrícola, apostando nos nossos produtores e organizando anualmente uma Feira Agrícola Transfronteiriça. Na educação, temos de avançar, de uma vez por todas, com o Centro Escolar e vamos também fazer um levantamento exaustivo em todo o concelho para que se identifiquem todas as pessoas carenciadas, por forma a sermos justos e solidários. As Juntas de Freguesia, as IPSS, os Lares e as Associações do concelho serão, a partir de agora, tratadas de igual forma e sem qualquer tipo de discriminação. A atracão de investimento privado, a canalização de fundos comunitários para o desenvolvimento de projetos, as medidas de combate ao desemprego, a fixação de jovens, a melhoria das condições de vida e de bem-estar dos figueirenses, bem como a revitalização e promoção da imagem do concelho também são as nossas prioridades. Vamos já avançar com um protocolo com a Fundação Álvaro Carvalho a fim de operarmos gratuitamente às cataratas as pessoas que necessitam. A valorização cultural das nossas tradições terá de ser também considerada e preservada. A aposta no turismo será uma constante.
MS-Depois da pandemia, tudo começa a voltar à normalidade e a cultura e o turismo são que terá em linha de conta?
CC-O nosso concelho há muito que tem de se focar no turismo para criar riqueza, demonstrar o seu potencial e abrir-se, de uma vez por todas, às rotas turísticas mundiais. Temos um património único, paisagens inigualáveis e temos de salvaguardar esse passado e potenciá-lo no presente e no futuro. Obviamente que a cultura fará parte dessa oferta a quem nos visita. Nunca esquecendo os que cá moram e que também eles merecem e devem ser os primeiros embaixadores deste território.
MS- Com tanta desertificação, que medidas terá para travar esse mal tão prejudicial para o interior?
CC-Sabemos que os desafios da gestão autárquica serão múltiplos, que a capacidade de reivindicação, de forma concertada e intransigente, não nos pode demover. Os flagelos da desertificação e do abandono, o mesmo é dizer o grave problema demográfico que atormenta o nosso país, e a falta de jovens têm de nos preocupar. Temos de dar as mesmas oportunidades aos nossos jovens como as que têm os de outros territórios, bem como captar o investimento privado para a região e potencializar o empreendedorismo e a criação de valor em diversas áreas no nosso concelho.
Este nosso território do interior de Portugal carece de um novo olhar e o próprio país também tem de ser encarado como um todo.
MS-São tempos de mudança e agora que mensagem deixa aos figueirenses?
CC-Vamos abrir o concelho ao mundo, dá-lo a conhecer, reforçar laços cooperativos, apostar na internacionalização da nossa base produtiva, estando do lado dos nossos produtores e empresários; vamos contribuir para se elevar a autoestima coletiva, o que se irá repercutir na produtividade e na competitividade do nosso concelho. A qualidade de vida no nosso concelho é um imperativo para mim e para a minha equipa. Da nossa parte esperem sempre ambição de querer mais, atitude para melhorar, ousadia para inovar, vontade de fazer e união para acreditar rumo a um futuro bem melhor.