“Existem câmaras municipais com bem menos andamento e atividades que a nossa junta”
Depois de um ano após ser eleito o executivo da Freguesia de Fornos de Algodres, fomos desta forma, fazer um balanço desta fase inicial de mandato, que revela ser positivo.
Magazine Serrano (MS) –Qual o balanço deste primeiro ano na frente da Freguesia Fornense?
Freguesia de Fornos de Algodres (FFA) – Um balanço marcadamente positivo a todos os níveis. As sinergias entre freguesia e comunidade são bem notórias e temos vindo a desenvolver com naturalidade diversas atividades que nos orgulham a todos. Agrupamento de Escolas, Bombeiros, CLDS 4G, Capelenses, Trail, Projeto NEUROCEDE, Município, entre tantas outras instituições, com todas elas, sem exceção, temos feito parcerias, desenvolvido atividades ou apoiado de alguma forma.
Seja na vertente Cultural, Associativa, na resolução dos problemas diários dos nossos cidadãos que estejam obviamente enquadrados nas nossas competências, é legitimo afirmar que estamos a fazer um trabalho que dignifica os fornenses.
MS – Neste período o que destaca pela positiva e o menos bom desta Fase?
FFA – Pela negativa e num contexto global, é evidente que a guerra na Ucrânia nos entristece e afeta a todos e marca invariavelmente este período. Esperemos que a diplomacia possa prevalecer e que os egos e interesses que alimentam o conflito sejam ultrapassados.
Pela positiva, parece-nos importante destacar dois acontecimentos locais. Em primeiro lugar evidenciar o reconhecimento obtido pelo Agrupamento de Escolas de Fornos de Algodres, que recebeu uma vez mais a Bandeira Verde Eco-Escolas, fruto do trabalho desenvolvido em prol da sustentabilidade e defesa do meio ambiente.
Em segundo destacar o posicionamento humanista da câmara de Fornos de Algodres, relativamente ao acolhimento de refugiados Ucranianos e de 11 cidadãos Timorenses que apenas pretendem viver a sua vida de forma digna e em paz. É este o caminho, não podemos ficar reféns de extremismos.
MS – Recentemente a Casa da Cultura das Capelas foi inaugurada, um projeto que veio dar mais vida ao local?
FFA – Sem dúvida. As Capelas e os seus moradores merecem este investimento. Neste projeto o nosso objetivo com esta requalificação era bem claro, preservar as características de um edifício icónico, aproveitando ao máximo os elementos existentes e dar resposta aos novos requisitos funcionais de um espaço ligado à cultura.
Alguns elementos da oposição criticaram este projeto e este investimento, alegando que não se justificava, que mais valia fazer-se outra coisa noutro lugar, criticando por criticar, nem sequer tinham conhecimento que o mesmo foi feito no âmbito de uma candidatura da ADRUSE comparticipada em 90%. Bom, para nós nunca houve dúvidas absolutamente nenhumas. As Capelas e os Capelenses mereciam este projeto e o projeto foi feito! Hoje os Capelenses dispõem de um edifício cultural digno e de futuro e é isso que verdadeiramente importa.
MS – Que projetos tem em marcha e a nível de futuro que podemos esperar?
FFA– Sinceramente e modéstia à parte, estamos com um ritmo de execução de projetos e atividades muito bom. Sempre afirmámos que o baixo orçamento de que a junta dispõe não iria diminuir a nossa ambição e vontade de primar pela diferença.
Atualmente está aberto o período de inscrição para atribuição de Bolsas de Estudo aos estudantes da nossa freguesia do ensino superior, é um investimento considerável tendo em conta a nossa realidade financeira, mas que consideramos essencial naquilo que são os mais básicos pressupostos de equidade. Estamos também a ultimar os procedimentos de atribuição de subsídios às nossas associações e coletividades e recentemente foi colocado um Compostor orgânico nas Capelas, fruto de uma parceria com várias entidades.
Ainda no final do mês de setembro, como forma de celebrar o feriado municipal em honra ao Padroeiro, S. Miguel Arcanjo, dinamizamos um Teatro Solidário, juntando o útil ao agradável, ou seja: Trazer até à nossa freguesia a comédia “E Tudo o Morto Levou” da artista Marina Mota, numa parceria com o CLDS 4G, AHBVFA e Município e as receitas decorrentes do espetáculo serão canalizadas para adquirir um veículo de combate a incêndios florestais, que irá substituir a viatura que ardeu no incêndio da Arrifana este ano. Existem câmaras municipais com bem menos andamento e atividades que a nossa junta (Risos).
MS – A região tem perdido gente e sobretudo jovens. Que apoios terão? O que fazer para os fixar após conclusão dos estudos?
FFA – É um facto. Assistimos há várias décadas a um declínio populacional no interior, que não se afigura infelizmente reversível. Nós enquanto junta de freguesia e dentro daquilo que é a nossa disponibilidade financeira e competências, temos efetivamente ativas algumas medidas que pretendem combater ou minorar este facto: Apoio à Natalidade de 250 euros, apoio na submissão de candidaturas ao Arrendamento Jovem, atribuição de Bolsas de Estudo aos nossos estudantes, agora, é evidente que estas são medidas com um contexto próprio, que não resolvem, nem pretendem resolver a questão de fundo que impõe que a interioridade deixe de ser uma mera questão de retórica política, não raras vezes vulgarizada e objeto de aproveitamento político inconsequente.
MS – Que mensagem deixa a toda a comunidade fornense nesta altura?
FFA- Estamos cá para servir a nossa freguesia. Esta é a nossa filosofia e forma de estar. Contactem-nos para resolver os problemas, critiquem construtivamente quando tiverem que criticar, participem e envolvam-se nas nossas atividades pois a junta é de todos e para todos. Os fornenses conhecem-nos e sabem que encontram na sua junta de freguesia a disponibilidade, transparência e zelo nos serviços que diariamente lhes prestamos.