Tudo está bem, o dia vai acontecendo, enquanto o leitor lê o seu jornal, ocupando a sua mente com as várias atualidades, notícias e alguns artigos de opinião que vão acrescentando conhecimento e senso crítico ao seu “eu”. Mas, subitamente, sem explicação aparente surge uma espécie de nervosismo, a respiração vai – se tornando pesada, os minutos parecem crescer num tempo sem tempo em que o medo surge num galope indomável que vai esmagando a tranquilidade numa sensação iminente de perigo; segue-se o aperto no peito, as tonturas e, por sua vez, as mãos e o corpo transpiram, a sua atenção fica enviesada, tudo o que acreditara é como se tivesse perdido num abismo de onde a irrefreável ansiedade se soltou.
Esta experiência é devastadora para quem passa por estas sensações e pensamentos incapacitantes. É frequentemente uma guerra inglória. Mas, para muitos outros, aqueles que não estremeceram, ainda, por aquele medo galopante, é comummente vulgarizado por uma fraqueza qualquer de espírito, de físico ou de personalidade. Embora, a ansiedade seja, atualmente, conhecida por todos, a compreensão da mesma ainda está muito aquém.
Contudo, se analisarmos o próprio desenvolvimento do cérebro humano, conseguimos aferir que este não existe apenas para correlacionar o físico e a mente, e vice-versa, mas também para assegurar a sobrevivência da espécie Humana através da sua tendência natural para procurar ameaças. É, por esse motivo, que quando está a ler o seu jornal e surge um movimento brusco perto de si, a sua atenção é desviada para este novo estímulo, dado que este pode representar uma possível ameaça. Portanto, a ansiedade é algo natural quando positiva face à exposição de experiências e processos adaptativos.
No entanto, a agudização da intensidade e frequência do mal-estar físico e psicológico, transforma a naturalidade em patologia desencadeada por fatores endógenos, no que diz respeito a disfunções hormonais ou desenvolvimento de outras doenças; e exógenos que destacam o contexto pessoal, profissional e familiar enquanto catalisadores de emoções negativas.
A Hipnose Clínica usa a hipnose como ferramenta terapêutica que potencia esta atenção plena, de forma natural, para que o leitor possa estar ciente das próprias experiências, sentimentos e emoções, de forma recetiva e sem julgamentos. Durante o transe hipnótico o relaxamento, a calma, a segurança e o conforto vão se entranhando e espalhando por todo corpo, mente e espírito. Simultaneamente, o lado crítico e racional é, automaticamente, diminuído o que facilita o contacto com o seu eu mais profundo. Durante este processo de desenvolvimento pessoal, os vários pensamentos, crenças e comportamentos são revivificados, alterados e processados de forma a promover estados psicológicos positivos, e por sua vez, trazer o bem-estar e a felicidade para a sua vida.
No próximo boletim de saúde poderá verificar mais sobre a correlação das férias de verão com a ansiedade e o papel interventivo da Hipnose Clínica.
Sara Morais
Hipnoterapeuta
Magazine Serrano A Voz Serrana para o Mundo