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Artigo de Sara Morais- A Mudança do tempo e a saúde mental

Num período em que a chuva não dá tréguas, as calçadas da cidade vestem os seus tons Outonais, das folhas das árvores que vão caindo, em contraste com os dias cinzentos, estes impregnados pelo aroma convidativo das lareiras que vão declarando o regresso dos dias mais frios.

Esta mudança sazonal representa a expressão da renovação da natureza na qual o Ser Humano é convidado a exercer a sua capacidade de adaptabilidade ao meio. O Outono é, por designação, a estação do ano associada à transformação da vida, em que os elementos naturais passam por um ciclo de transformação; exatamente como as folhas caducas que sopradas pelo vento desapegam-se dos ramos para permitir o fim daquilo que já não serve. Assim, acontece com a mente humana que inicia, também, neste período um processo de reflexão, melancólico e de desapego sobre a finitude e a renovação da própria existência.

Uma das alterações que ocorre no Outono e Inverno é a redução de horas de luz que contribui para a alternância das emoções na psique humana. A diminuição da luminosidade interfere com o ciclo circadiano que é responsável, ininterruptamente, pelos vários processos biológicos do corpo, como o metabolismo, o ciclo do sono e de vigília. O cérebro recebe diferentes estímulos de luminosidade que são captados pela retina do olho e transmitidos ao Hipotálamo que ao receber esta informação estabelece os padrões de vigília e sono. Estes sinais são, posteriormente, transmitidos à Hipófise que vai produzir melatonina preparando o corpo para dormir diminuindo, assim: a temperatura corporal, a frequência cardíaca, o metabolismo, a atividade urinária, entre muitos outros processos quando existe um decréscimo de claridade. Durante o dia, esta produção é inibida e as glândulas suprarrenais aumentam a sua atividade produzindo cortisol, permitindo que o corpo aumente o estado de vigília durante o dia.

No entanto, a excessiva produção desta hormona provoca distúrbios de ansiedade, alterações de humor, perturbações do sono o que vai incitar, consecutivamente, a irritabilidade. Aliado a este descontrolo, a diminuição da luminosidade produz uma quebra dos níveis de serotonina – hormona da felicidade – que comumente com a incidência de uma produção mais prolongada da melatonina, aumentam a fadiga, o que caracteriza em termos gerais a Depressão Sazonal. Esta patologia, normalmente, principia no Outono, prolongando-se pelo Inverno e desaparece com o desabrochar da Primavera.

É neste período que a Hipnose Clínica poderá servir como ferramenta preventiva na sustentação de uma saúde mental equilibrada.  A terapia assente num estado fisiológico natural, não só permite um estado de relaxamento mental e físico, o que produz por si só o aumento da hormona da felicidade, como promove o seu desenvolvimento sensorial, intelectual permitindo, também, melhorar a capacidade de memória e atenção concentrada.  Esta captação natural de serotonina, vai automaticamente produzir efeitos na alteração do humor e por conseguinte na própria construção do pensamento.

Em jeito de conclusão, o leitor terá a oportunidade de trabalhar as várias experiências e sentimentos armazenados no seu subconsciente, o que irá permitir expandir a sua capacidade mental para interagir com uma maior adaptabilidade do “eu” à mudança: “Não existem dias cinzentos para aqueles que sonham colorido” (autor desconhecido).

No próximo artigo boletim de saúde poderá saber mais sobre a pior prisão é a da mente.

 Sara Morais

Hipnoterapeuta

 

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