No âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o auditório da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira foi palco, no passado sábado, da tertúlia “𝐀 𝐆𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚 𝐂𝐨𝐥𝐨𝐧𝐢𝐚𝐥 𝐞 𝐨 𝟐𝟓 𝐝𝐞 𝐀𝐛𝐫𝐢𝐥”.
Moderada por Francisco Nuno, diretor do Jornal do Fundão, a iniciativa contou com a presença do jornalista Joaquim Furtado, “Voz” da revolução e autor da série televisiva “A Guerra”, e da escritora Marta Martins Silva, autora da obra “Madrinhas de Guerra”.
Joaquim Furtado falou, ao público presente, sobre como viveu a noite do 25 de Abril, nos estúdios da Radio Clube Português. Descreveu o momento em que 7 militares entraram nas instalações da estação de rádio, gerando inquietação, quando corria a informação de que poderia estar a avançar uma ação conotada com a extrema-direita.
Mas a boa notícia não tardou, quando um elemento do exército explicou que se tratava de “um movimento militar para derrubar o regime, fazer eleições, libertar os presos políticos, acabar com a PIDE e acabar com a Guerra Colonial”.
Estava dado o mote para abordar outro dos temas que trouxeram Joaquim Furtado a Gouveia: a Guerra Colonial. Um conflito armado a que o 25 de Abril de 1974 pôs fim, mas que esteve muito tempo – antes e depois da Revolução – envolvido por um manto de silêncio. Razão esta que levou Joaquim Furtado a realizar a premiada série documental televisiva “A Guerra”. Se o jornalista falou sobre o tema numa perspetiva histórica e politica, Marta Martins Silva debruçou-se sobre a correspondência dos soldados portugueses durante a Guerra do Ultramar e como chegada do correio era o momento mais aguardado pelos militares que combatiam na Guerra Colonial. Em Angola, na Guiné e em Moçambique, milhares de rapazes portugueses viveram o inferno na terra, e as cartas que recebiam da metrópole eram o conforto que precisavam. Ler Mais »