Assim até dia 30 de abril de 2024, estará patente ao público no Pólo Museológico, Vilar Formoso Fronteira da Paz – Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes, a exposição coletiva de escultura da autoria de João Marques e Arlindo Pereira, residentes no distrito de Viseu.

João Marques,autodidata, criador, escultor e poeta ao seu jeito, reflete a sua sensibilidade e a sua visão do mundo em tudo o que toca. A Natureza é a sua fonte de inspiração, o seu ponto de equilíbrio entre o rudimentar e o produto final. Dela retira a simplicidade de um olhar para, de seguida, dar forma a um amontoado mágico de figuras únicas. De peça em peça, procura transformar materiais e dar corpo a obras esquecidas no tempo. Gosta de criar e esculpir. Partilhar o que melhor sabe fazer.

João Marques iniciou a sua vertente artística com exposições a partir de 2014, um pouco por todo o país, em galerias de arte e eventos municipais. Desde criança, Arlindo Pereira sempre teve o prazer de brincar com a madeira. Mas o destino não permitiu que fosse essa a sua arte. Numa reviravolta de destino, em 2012, as torgas (raízes de urgueira) reacendem-lhe a paixão. Arrancadas da terra queimada, destinadas ao sistema de aquecimento central doméstico, com suas formas irreverentes as torgas despertaram-lhe a imaginação. Pareciam formas vivas, querendo soltar-se das raízes sujas. Uma ideia se instalou em sua mente: porque não dar uma nova «vida» a estas raízes? As torgas transformam- se em histórias de vida contadas à lareira de antigamente, retratadas em imagens em movimento, imagens figurativas que por vezes escapam a uma explicação consciente.