NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO
Com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, encerramos o Ano Litúrgico. Neste Domingo, São Mateus, que nos acompanhou durante este ano litúrgico, apresenta-nos Jesus como Filho do homem glorioso e rei que, no fim dos tempos, examinará a vida de cada pessoa, a partir da prática, ou não, das obras de misericórdia. É um texto que nos convida não só a pensar no fim da nossa caminhada terrena, mas também a avaliar todos os dias da nossa vida, segundo os critérios de Jesus para se alcançar o Reino preparado pelo Pai. A celebração deste domingo oferece-nos a possibilidade de contemplar Jesus a partir dos títulos que Lhe são atribuídos, tanto pela Palavra de Deus, como pela oração da Igreja. A oração colecta deste Domingo faz referência ao projecto de Deus “de instaurar todas as coisas” em Jesus, “seu amado Filho”, constituído “Rei do universo”. Diz-nos, portanto, que através de Jesus (da sua encarnação, vida, morte, ressurreição e glorificação) toda a humanidade e todo o universo estão convidados a participar da plenitude da Vida que o Pai nos oferece. Na segunda leitura, Paulo afirma que a ressurreição de Jesus é já o início e a garantia de que todo o mal – mesmo a morte – será vencido. A Oração Sobre as Oblatas fala de “reconciliação”. Recorda a importância de vivermos em paz e reconciliados connosco próprios, com todas as pessoas, com a natureza e com Deus. Levarmos a sério este projecto de vida, é dispormo-nos a seguir Cristo, “Ele é a nossa paz” (Ef 2,14), colaborando com Ele na construção do “reino de verdade e de vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz” (Prefácio); e pedindo a graça de não colaborarmos em tantos reinos da mentira, da aparência, da violência e da exclusão dos pobres que existem nos nossos dias. Jesus Cristo, o Filho de Deus, consagrado “Sacerdote eterno e Rei do universo” vai à nossa frente neste caminho, oferecendo-Se pela redenção da humanidade e do universo. Seguir Jesus leva-nos a viver com Ele em plena comunhão (Oração Depois da Comunhão). A primeira leitura e o salmo destacam, em Jesus, a missão de Pastor. O evangelho une a missão de Pastor à de Rei. Ambas têm profundas raízes bíblicas e já no Antigo Testamentos são atribuídas a Deus. Tanto o texto de Ezequiel como o salmo 22, proclamados nesta solenidade, falam de Jesus que exerce a sua realeza cuidando dos mais fracos, dos doentes e dos esquecidos deste mundo. Recorda-nos a urgente necessidade de cuidarmos uns dos outros e de sermos cuidadores do universo que Deus colocou nas nossas mãos para ser a casa acolhedora de todos. A imagem do Pastor fala também da necessidade de nos sentirmos seguros, tranquilos, de sabermos que a vida do mundo e de cada um de nós está em boas mãos. Está nas mãos de Alguém que quer acolher-nos em sua casa, preparar-nos pessoalmente a mesa e tratar-nos, com todas as honras, como hóspedes importantes. Podemos, pois, aproximarmo-nos, confiadamente, de Jesus, “manso e humilde de coração”. Hoje, é muito importante falar de Jesus Cristo com esta imagem de Rei-Pastor que acompanha, caminha ao nosso lado, concede a paz, a cura, a esperança e vai conduzindo a humanidade para a plenitude da vida. Ele conhece a situação pessoal de cada um e ocupa-se de todos. Ajuda-nos a caminhar para a nossa verdadeira casa, onde receberemos o dom da vida, na sua plenitude. É bom não esquecer que só poderemos falar de Cristo Rei-Pastor se tivermos a consciência de sermos o seu povo, a sua família, membros do seu Corpo e do seu Reino. Somos discípulos e enviados como os primeiros que Ele convidou a segui-Lo. Em todos os Domingos, o nosso Rei e Pastor prepara-nos a mesa. Oferece-nos generosamente o Pão da Palavra e o Pão da Eucaristia. Recorda-nos que nos fez nascer como membros do seu povo e da sua família na água do baptismo. Ungiu-nos, marcando-nos com a identidade de cristãos, associando-nos na sua missão de construir todos os dias o “Reino de Deus”.
LEITURA ESPIRITUAL
«Vinde, benditos de meu Pai!»
«Vinde, benditos de meu Pai, recebei como herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Vinde, vós que tendes amado os pobres e os imigrantes. Vinde, vós, que tendes sido fiéis ao meu amor, a Mim, que sou o amor. Eis que o meu Reino está preparado e o meu céu aberto, e que a minha imortalidade aparece em todo o seu esplendor. Vinde todos e recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo». Então — que maravilha! — os justos surpreender-se-ão por serem convidados a aproximar-se como amigos daquele que as hostes angélicas não podem sequer ver com clareza, e perguntar-Lhe-ão com voz decidida: «Senhor, quando foi que Te vimos? Tu tinhas fome, e nós demos-Te de comer? Mestre, Tu tinhas sede, e nós demos-Te de beber? Estavas nu, e nós vestimos-Te? A Ti, que veneramos? A Ti, o Imortal, quando foi que Te vimos peregrino e Te recolhemos? A Ti, que amas os homens, quando Te vimos nós doente ou na prisão, e Te visitamos? Tu és o Eterno. Tu não tens começo, és um com o Pai e co-eterno com o Espírito. Tu criaste tudo do nada, Tu, o Rei dos Anjos, a quem os abismos temem. Tu tens por manto a luz (Sl 104,2), Tu fizeste-nos e modelaste-nos da terra (Gn 2,7), Tu criaste os seres invisíveis. A Terra inteira foge para longe da tua face (Ap 20,11). Como acolhemos nós a Tua realeza e soberania?» E o Rei dos reis responder-lhes-á: «Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes. Sempre que acolhestes e vestistes todos estes pobres de que falei, e lhes destes de comer e de beber, a eles que são meus membros (1Cor 12,12), a Mim mesmo o fizestes. Vinde para o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Desfrutareis eternamente dos bens de meu Pai que está nos céus e do Santíssimo Espírito que dá a vida». Que língua poderá então descrever tais benefícios? «Nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento do homem o que Deus preparou para aqueles que O amam» (1Cor 2,9). (Homilia atribuída a Santo Hipólito de Roma, ?-c. 235, presbítero, mártir, Tratado sobre o fim do mundo, 41-43; GCS I, 2, 305-307).
Programação de Missas e Celebrações da Semana de 28 de novembro a 03 de dezembro na Unidade Pastoral P. Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã, Algodres e Freixiosa.