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Artigo de Sandra Correia —-“Happy School”

Quando a escola não responde às necessidades dos alunos e aumenta a frustração dos professores, há que procurar os motivos, estar atentos ao mal-estar de ambos. Tenho ouvido constantemente colegas meus afirmarem que querem mudar de profissão, com mais de cinquenta anos, estão certos que conseguiriam outra atividade, bastava querer.

  Quanto aos alunos não os vejo felizes, passamos por experiências, em sala de aula, que são espelho do seu sentir perante a escola. Ainda que o professor crie novas experiências, novos métodos, tudo para eles, parece uma “seca” ao ponto de recusarem fazer o que não é corrente fazer. Algo está mal. É urgente tornar a Escola, um lugar onde todos se sintam felizes e realizados. São importantes as medidas pelas quais os professores estão a lutar, mas não basta. Porquê? A escola tem de acompanhar a evolução e as mudanças do mundo moderno. Hoje, os alunos têm acesso imediato às novidades, às curiosidades, aos seus interesses. Em sentido contrário, a escola mantém nos manuais, os mesmos conteúdos, nas aprendizagens essenciais. Se olharmos para os cursos profissionais, nas disciplinas teóricas, as aprendizagens são iguais às do ensino regular, quando poderiam estar adaptadas ao curso em causa. Certamente aumentaria o interesse dos alunos, pelas disciplinas de português, de inglês, por exemplo. No ensino regular, verificamos graves dificuldades na compreensão dos textos e na sua interpretação, muitos temas da área de cidadania -igualdade de género, diversidade, educação financeira, ambiente, etc.- poderiam ser abordados em muitas disciplinas, aumentando o interesse em aprender, em saber debater, argumentar e escrever. Obviamente, serão sempre fulcrais os conteúdos das disciplinas de português, história ou geografia ou matemática entre outras, relevante é torná-las cativantes para os alunos, alimentando o seu prazer em aprender e do professor em ensinar. Mas a escola não se restringe à sala de aula. Pensar a escola como um espaço de felicidade e bem-estar é promover a vontade de querer estar nessa escola. Ser feliz faz parte da resposta à pergunta “como se sente como professor?”, “Como te sentes na tua escola?” “Sou feliz!”. Uma “happy school” contribui para o sucesso dos alunos, uma vez que vai proporcionar-lhes vontade de fazer, de aprender, de saber estar, bem-estar e felicidade dos professores que, necessitam cada vez mais de ânimo e estímulo para fomentar aulas inovadoras para alunos e pais, cada vez mais exigentes. Trata-se de uma mudança de olhar, uma nova visão para a Escola, pensada nas pessoas e não apenas no produto (resultados). O resultado será sempre o mesmo, porque alunos felizes só podem conseguir melhores resultados. Vale a pena pensar nisto.

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