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Avisos e Liturgia do XXXIV Domingo do TEMPO COMUM – ano C

 

CRISTO REI

a)       Para as celebrações deste Domingo, é importante ter em consideração dois aspectos. Em primeiro lugar, a comunidade deve sentir que hoje termina o ano litúrgico, como se fosse o último dia de um curso académico. Os nossos encontros semanais não são exclusivamente celebrativos, mas também formativos. No decurso anual dos Domingos, a comunidade cristã faz como que um “curso de formação”, aprofundando a fé e a Pessoa de Jesus Cristo. Assim, seria interessante que na homilia fosse feito um brevíssimo resumo da caminhada realizada neste ano litúrgico, orientados pelo evangelista S. Lucas que nos apresentou alguns aspectos importantes da vida de Jesus: começaríamos pela encarnação do Filho de Deus, no Natal, preparado pelo Advento; lembraríamos a Quaresma que nos preparou para celebrar o mistério da Redenção na Paixão e Morte do Senhor; recordaríamos a alegria da Ressurreição e de todo o Tempo Pascal. O centro de toda a História da Salvação foi Jesus Cristo; por isso, hoje, O aclamamos como Cristo-Rei. Se na celebração deste Domingo há a preocupação de marcar o final do ano, isto permitir-nos-á no próximo Domingo dar o sentido da novidade: o início de um novo ano litúrgico com o Advento.

 

b)       Em segundo lugar, é importante fazer referência ao evangelho do Domingo passado. Se nessa leitura evangélica, Jesus anunciava a destruição do Templo de Jerusalém que era o único lugar de encontro do Povo de Israel com Deus, hoje sentimos que em Jesus podemos construir o novo lugar de encontro e de relação com Deus Pai e com os outros nossos irmãos. Jesus é o Novo Templo, Jesus é o centro. Jesus é o Cristo-Rei.

 

c)       No tempo de Jesus, a imagem do rei tinha muito significado, sobretudo para aqueles que, sob o domínio romano, recordavam o esplendor da monarquia de Israel com David ou Salomão (o construtor do Templo). Na História, a imagem do rei teve sempre uma conotação de governo e de domínio, mas hoje pode ficar um pouco diluída por ideologias e correntes políticas que podem confundir mais que esclarecer. Por isso, não é necessário acentuar demasiadamente o que Jesus diz no evangelho de S. João: “O meu reino não é deste mundo” (Jo 18, 36). Seguindo as recomendações de Jesus, não façamos demasiadas comparações abusando desta metáfora e procuremos mostrar com clareza a “novidade” que é a maneira de reinar de Jesus, ou seja, a partir da cruz, entre dois ladrões. Podemos, também, fazer uma descrição do Reino de Deus com as palavras do prefácio desta solenidade: “um reino eterno e universal: reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”. O Reino de Deus não é idêntico às diversas formas de governar que encontramos neste mundo. Para a homilia, será mais esclarecedor realçar estas diferenças do que encontrar semelhanças. De facto, o que Jesus não quer é o domínio da humanidade e das nações, mas governar no interior do nosso coração e ser o centro de todas as comunidades. Hoje, como no passado, entre os ladrões que pendiam ao seu lado, Jesus oferece-nos o seu Reino-Paraíso. Não é uma oferta para amanhã ou para um futuro incerto, mas para o “hoje”.

 

d)       A primeira leitura do Livro de Samuel narra-nos como nos finais do século XI a. C. o rei David tinha reunido todas as tribos de Israel num só reino, dando origem a um tempo de grande esplendor. Esta é a visão terrestre e temporal que Jesus modifica totalmente com a oferta de um Reino de Deus que é a união de todo o mundo num universo de salvação. Assim, a casa do Senhor e a Jerusalém que cantamos no salmo 121 será o novo Reino de Deus que Jesus inaugurou e universalizou, do qual todos somos membros, sem qualquer distinção de raça, povos e nações. O hino de S. Paulo na carta aos Colossenses (2ª leitura) é também um reconhecimento deste “Reino da luz” que dissipa todas as trevas do pecado. Para S. Paulo, Jesus, o “Filho muito amado”, é muito mais que um rei de uma nação, é a “imagem” visível de um Deus que, até então, tinha permanecido “invisível”.

 

23-11-2025

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Leitura Espiritual

«Príncipe da paz» (Is 9,5)

 

Se os homens reconhecessem a autoridade real de Cristo na sua vida privada e pública, toda a sociedade seria cumulada de extraordinários benefícios: liberdade justa, ordem e tranquilidade, concórdia e paz. […] Se os príncipes e os governantes legitimamente eleitos estivessem convencidos de que governam muito menos em seu próprio nome do que em nome e no lugar do Rei divino, exerceriam a sua autoridade com toda a virtude e sabedoria possíveis. E que atenção não dariam, na elaboração e aplicação das leis, ao bem comum e à dignidade humana dos seus subordinados! […]

Então, os povos desfrutariam dos benefícios da concórdia e da paz. Quanto mais se estende um reino, quanto mais ele abarca a universalidade do género humano, mais os homens tomam consciência do vínculo mútuo que os une. Essa consciência preveniria e impediria a maioria dos conflitos; ou, pelo menos, suavizaria e atenuaria a sua violência. […] Porque havemos então de desesperar dessa paz que o Rei pacífico veio trazer à Terra? Ele veio reconciliar consigo todas as coisas (cf Col 1,20); «não veio para ser servido, mas para servir» (Mt 20,28); Senhor de todas as criaturas (cf Ef 1,10), deu exemplo de humildade e fez da humildade, unida ao preceito da caridade, a sua lei principal; e disse ainda: «O meu jugo é suave e a minha carga é leve» (Mt 11,30). [Pio XI (1857-1939), Papa, Encíclica Quas Prima, 1925, nn. 14-15].

 

http://www.liturgia.diocesedeviseu.pt/

Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

Avisos de 23 a 30 de novembro de 2025

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