A Gaiola Dourada de Ruben Alves, de 2013, é um filme sobre uma família de emigrantes portugueses em França, em que é explorada uma representação plena de clichês, relacionados com aquela comunidade. O tema da emigração portuguesa é especialmente atrativo para o público português, que se revê e sente o filme com todas as suas particularidades, esta pode ser uma das explicações para a sua grande visualização. O realizador, pela elegante forma como caracteriza e representa o povo português, enaltece-o, enquanto homenageia os emigrantes que sonham voltar a casa.
Relativamente à estrutura e aspetos que valorizam o filme como, estereótipos, elementos subliminares portugueses, as diferenças entre portugueses e franceses e jogos cómicos, fazem desta uma obra muito bem conseguida. Conjugado com a utilização das formas cinematográficas como, ligações entre cenas, cortes, montagem, movimentos de câmara, e utilização de som e imagem, conferindo-lhe ainda mais brilho e atratividade, tornando-a um êxito cinematográfico.
A história, simples, divertida, e muito próxima do espectador, termina com a frase: “c’est ça que c’est bon”, “isto é que é bom” – este é o esperado final feliz, com portugueses e franceses juntos à mesa e com vista para o Douro. A frase é uma mensagem sobre os valores que os portugueses defendem e o que realmente importa, a família, os amigos, o amor, uma mesa farta e conversadora, e o estar em casa.
Madalena Fonseca