Teve lugar uma palestra relacionada com o tema “Desertificação do Território- causas, consequências e soluções”, com iniciativa do Rotary Club de Mangualde, com a oradora Maria José Roxo (geógrafa, geóloga física, professora…) e uma casa cheia no Auditório da Câmara Municipal.
A mesa era composta pelo Vereador João Lopes, José Augusto e Maria José Roxo.
Assim, José Augusto começou por dar as boas- vindas a todos os presentes e a agradecer à Dra. Maria José por ter aceite o convite. Começou por afirmar: Os incêndios de 2017 em Portugal, mataram vidas e devastaram territórios.
Mais ou menos um terço da superfície terrestre corre o risco de desertificação. E a desertificação está presente neste momento no Continente Europeu.
Portugal, Espanha, Itália, França e Grécia em 2005 tinham perdido muitos hectares.
Cinquenta e dois por cento do território português, está em risco de desertificação.Assim a Maria José, vai-nos ajudar a compreender o fenómeno que é a desertificação.
Seguiu então o Vereador João Lopes que frisou: nós optámos por uma vida sedentária e deixamos a vida nómada.
Com a revolução industrial, tivemos a felicidade, de diminuir a morte na natalidade. Com a evolução na medicina.
Houve um aumento demográfico, seguido de estabilização.
Tomas Mouth disse “ Quem trabalha e mata a fome, não come o pão de ninguém, quem come o pão que não ganha, come sempre o pão de alguém.” Tentando ele incutir o controlo da população na escassez de recursos. Há gente a mais no planeta.
Esta vai ser uma palestra interessante, para nos fazer compreender o que é a desertificação, e tentarmos encontrar algumas soluções.
Chegou então o momento da oradora da noite a Dra. Maria José Roxo, que começou por frisar: O fenómeno desertificação é um fenómeno dos mais complexos.
A minha missão hoje aqui, é ajudar -vos a encontrar algumas soluções para esse fenómeno.
A comunicação Social é importante na pesquisa e combate a este fenómeno.
Mais de metade do território português está em risco de desertificação.
A desertificação é algo verdadeiramente definido, algo bastante concreto.
Pode-se dizer que a desertificação, é a degradação do solo, da paisagem, do sistema bio produtivo terrestre, em áreas áridas, semi-áridas e sub-húmidas, resultantes de vários fatores, ainda as variações climáticas e as atividades humanas.
É um fenómeno tremendamente alarmante.O recurso mais ameaçado no planeta é o solo, porque sem solo também não vai existir água.
É um fenómeno complexo, pouco mediático e de difícil perceção.
Cinquenta e dois por cento das terras agrícolas no mundo estão danificados.
Doze milhões de hectares de terra arável e produtiva perdeu-se.
Grande parte da Península Ibérica está afetada com este fenómeno.
Em Portugal, a situação no dia de hoje, é considerada grave.
Não existe desertificação humana nem física, existe despovoamento ou simplesmente desertificação, que é o abandono da terra.
Na desertificação temos os fatores humanos e os fatores naturais.
Quando mexemos numa peça do ecossistema estragamos todo o seu percurso.
Esta degradação no mundo, deve-se á agricultura mal praticada, a industrialização, a sobrepastorícia, a desflorestação, entre outras.
Não há como salvar o planeta, há como salvar o ser humano no planeta.
Nós somos o litoral da Península ibérico, deixemo-nos de falar no litoral ou no interior.
O número de dias de chuva diminuiu, mas a quantidade de chuva aumentou. A precipitação está a aumentar. O grave da situação é que chove menos na Primavera e chove menos no Inverno.
O que mais me preocupa é salvaguardar o património genético.
Os incêndios são catastróficos. Perdemos solo, contamina-se água e perde-se a biodiversidade.
A prática agrícola desajustada é errada.
Algumas soluções são, o uso da água eficientemente, culturas melhor adaptadas, menor utilização de fertilizantes e pesticidas.
Entre 2000 e 2010, trinta e três por cento do solo português encontrava-se já degradado.
Tem de haver biodiversidade no território. Quando está saturado, há que deixar repousar.
A nação que destrói o seu solo destrói-se a ela própria.
A fechar o Presidente do Rotary, José Tomás,agradeceu a Maria José por ter aceite o convite para estar presente nesta palestra, onde explicou a diferença entre desertificação e despovoamento. De nos elucidar sobre as suas causas, suas consequências e também suas soluções.
Diz José Tomás: tememos que este seja um processo irreversível. Porque será catastrófico para todos nós, para os nossos filhos e para os nossos netos.
Que condições de vida vamos deixar às próximas gerações?
Este é sem dúvida um tema que muito nos preocupa.
De seguida, José Tomás deu a vez a assembleia para que tirassem as suas dúvidas com perguntas, que a Maria José respondeu.