Início » Artigos de Opinião » Artigo de Ana Carolina Marques- Terapia da Fala nas Escolas

Artigo de Ana Carolina Marques- Terapia da Fala nas Escolas

Todas as fases escolares apresentam desafios tanto para as crianças como para os pais. No pré-escolar, dá-se um salto no desenvolvimento da linguagem, através da interação com os pares e com os jogos simbólicos e de grupo; no 1º ciclo inicia a aprendizagem da leitura e escrita; no 2º e 3º ciclos surgem novas disciplinas e novas matérias, cada vez mais exigentes. Em todas as etapas o Terapeuta da Fala pode ajudar, embora o mais comum seja a intervenção direta e indireta em fases mais precoces, nomeadamente na creche, pré-escolar e 1º ciclo.

A nível pré-escolar são detetadas dificuldades ao nível da fala, linguagem e/ou comunicação. Conforme a área, o foco da intervenção varia e é personalizado de acordo com a criança e as suas rotinas. Aprender a brincar ajuda a criança a adquirir competências de forma mais fácil. No pré-escolar, a intervenção pode ser direta com a criança em contexto jardim-de-infância com tarefas planeadas pela TF ou indireta através da observação e aplicação de estratégias através das Educadoras e auxiliares. O TF é responsável por decidir a melhor abordagem de intervenção e o feedback dos pais e educadoras também ajuda a avaliar a eficácia da intervenção. O trabalho em equipa é fundamental para o sucesso da intervenção. A intervenção em sala de aula, em parceria com as Educadoras, normalmente é mais eficaz e lúdica. Além de ser contextualizada na rotina da criança, permite o envolvimento dos parceiros comunicativos da criança que facilita a generalização das aprendizagens. Exemplificando com situações comuns na prática profissional do TF:

– Crianças com dificuldades articulatórias beneficiam de uma intervenção que envolve as Educadoras;

– Crianças com Perturbação do Espetro do Autismo podem ter necessidade de usar símbolos para comunicar ou ter um quadro de rotinas na sala de aula, onde mais uma vez a colaboração das Educadoras é uma mais-valia;

– Crianças com dificuldades na alimentação (seletividade ou alterações na sensibilidade) podem beneficiar de dinâmicas com os pares em sala de aula.

Quando ingressam no 1º ciclo, a mudança na rotina das crianças é muito significativa, desde a introdução de mais e novas disciplinas, a carga horária e a redução do tempo dedicado ao brincar. Esta mudança implica uma alteração no contexto e um aumento das exigências na aprendizagem no entanto, a articulação entre os intervenientes deve ser mantida. Nesta etapa, as crianças podem ser retiradas da sala de aula para usufruir das sessões de terapia ou o papel do TF pode passar pela sua atuação em sala de aula, ajudando na adaptação dos conteúdos escolares e aplicação de estratégias facilitadoras da aprendizagem da leitura e escrita e mais tardiamente de outras matérias. Resumidamente, em qualquer fase da vida escolar, o TF pode fazer a diferença seja qual for o diagnóstico e dificuldades da criança.

 

Ana Carolina Melo Marques C-046322175

Terapeuta da Fala na APSCDFA, na Clínica Nossa Srª da Graça e na CliViseu

 

 

Publicidade...