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Avisos e Liturgia do V Domingo da Quaresma- ano A

Domingo V da Quaresma – ano A

 

Neste último Domingo da Quaresma, o evangelho da ressurreição de Lázaro é uma antecipação do anúncio da Páscoa que contém também uma dimensão baptismal. A palavra chave é a afirmação que Jesus faz: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Esta proclamação é a raiz da fé e da esperança. É isto que nos dizem as leituras bíblicas. Ezequiel descreve, com a imagem da reanimação, a reconstrução de Israel; o povo terá uma nova vida (1ª leitura). No evangelho, é a vontade de Jesus que reconstrói a vida de Lázaro. A carta aos romanos convida a tomar consciência do Espírito de Deus que está em cada um de nós; por isso, é imprescindível a consciência da fé.

As três leituras têm algo em comum. A vida na Babilónia era viver como num sepulcro, estavam socialmente mortos, só havia ossos, mas é o profeta que anuncia ao povo que Deus, perante a situação dramática que vive, propõe recomeçar algo de novo, como um novo êxodo, para regressar à “terra de Israel”. É o Senhor que derrama o seu espírito e, assim, recuperarão a vida. Perante a morte, o desespero de Marta era enorme; ela pede uma mudança: não se trata de acreditar na ressurreição dos mortos que acontecerá no seu tempo, mas de acreditar em Jesus. No evangelho, está claro que a fé não está centralizada no poder de Jesus, mas na sua pessoa: Eu sou. É através de Jesus que há vida; por isso, quem Nele acredita tem de reconhecer e confessar que Jesus é quem dá vida na sua plenitude. Também a 2ª leitura diz que é importante acreditar que “o Espírito de Deus habita em vós” para receber a vida; mas, “os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus”.

Como nos últimos Domingos, o texto evangélico é uma catequese. Jesus encontra-se numa situação dolorosa. Lázaro está doente e isto é uma oportunidade para Jesus dar glória a Deus: “muitos judeus, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele”. Por isso, diz: “alegro-Me de não ter estado lá, para que acrediteis”. Quando Jesus chega a Betânia, Marta faz uma profissão de fé muito simples, mas para Jesus o que é importante é que esta fé seja Nele: “Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá”. Então Marta confessa que Jesus é o Messias, “o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”. É de notar o que Maria faz, ao ver Jesus: “caiu-Lhe aos pés”. Junto ao túmulo de Lázaro, Jesus pede que seja retirada a pedra. Marta responde: “Já cheira mal, pois morreu há quatro dias”. Com a sua oração ao Pai, Jesus revela a razão do seu gesto com Lázaro: “para acreditarem que Tu Me enviaste”. Assim, vemos todo o processo de amadurecimento e aprofundamento da fé que todos precisamos de fazer.

O prefácio deste Domingo, centrado na figura de Lázaro, ajuda-nos a contemplar o texto do evangelho. Fala dos sentimentos, da emoção, que existem numa amizade verdadeira. Destaca a dimensão de Deus, como libertador dos laços da morte. Contemplemos o mistério de Cristo que nos leva a uma nova vida. Lázaro representa todos aqueles que ainda hoje vivem encarcerados nos seus túmulos, nos seus lugares de morte, enfaixados e manietados nos seus pecados. É para derrubar as pedras sepulcrais das nossas vidas que Jesus vem ao nosso encontro, para revivificar-nos, para vivermos como ressuscitados, no “aqui e agora” das nossas decisões, ouvindo a voz de Jesus.

 

 

LEITURA ESPIRITUAL

«Lázaro, sai para fora»

26-03-2023

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Flyer Parque do Perdão, Vigilia, Via Sacra e Missa Final (1)

«Lázaro, sai para fora». Deitado no túmulo, ouviste este chamamento imperioso. Haverá voz mais sonora que a do Verbo? Então, vieste para fora, tu, que estavas morto, e não apenas há quatro dias, mas há muito tempo. Ressuscitaste com Cristo; caíram-te as ligaduras. Agora, não voltes a cair na morte; não voltes a juntar-te aos que habitavam nos túmulos; não te deixes abafar pelas ligaduras dos teus pecados.

É que talvez não pudesses voltar a ressuscitar. Poderias acaso retirar da morte deste mundo a ressurreição de todos, no final dos tempos? Que o chamamento do Senhor te ressoe, pois, aos ouvidos! Não te feches aos ensinamentos e aos conselhos do Senhor. Se estavas cego e mergulhado em trevas no túmulo, abre os olhos para não te afundares no sono da morte. Na luz do Senhor, contempla a luz; no Espírito de Deus, fixa o teu olhar no Filho.

Se acolheres a Palavra, concentrarás na tua alma todo o poder de Cristo, que cura e ressuscita. Não receies sofrer para conservar a pureza do teu baptismo e abre no coração os caminhos que te fazem ascender ao Senhor. Conserva cuidadosamente o acto de libertação que recebeste por pura graça. Sejamos luz, como os discípulos aprenderam a sê-lo com Aquele que é a grande Luz: «Vós sois a luz do mundo» (Mt 5,14). Sejamos luminárias no mundo, erguendo bem alto a Palavra da vida, sendo poder de vida para os outros. Partamos em busca de Deus, em busca daquele que é a primeira e a mais pura das luzes. (São Gregório de Nazianzo, 330-390, bispo, doutor da Igreja, Sermão sobre o Santo Baptismo).

 

http://www.liturgia.diocesedeviseu.pt/

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