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Avisos e Liturgia do VI Domingo da Quaresma – ano C

Domingo de Ramos

O DOMINGO DOS CONTRASTES

O Domingo de Ramos dá singular importância a uma personagem colectiva dos evangelhos: a multidão. Um grupo grande de pessoas, que caminham juntas, estendem as suas capas no caminho por onde passa Jesus, montado num jumentinho. Louvam a Deus, junto ao monte das Oliveiras, símbolo da paz. Esta multidão tem consciência de que aquele que vai montado no jumentinho é alguém importante, de linhagem real, que fala e actua humildemente em nome do Senhor. Tem consciência de que estão a acontecer coisas maravilhosas. Também nós, neste dia, com os nossos ramos nas mãos, queremos expressar a nossa admiração e união ao Messias que afirmou que o seu Reino é dos pequeninos, daqueles que é preciso defender de qualquer escândalo. Mas, será que sabemos, verdadeiramente, quem aclamamos? Conhecemos a sua realeza e a sua importância para a nossa vida? Saciamo-nos na sua mesa e com as suas palavras? Este é o Domingo dos contrastes, em que se inicia a Semana Santa de maneira multitudinária e que, pouco a pouco, se vai reduzindo à fidelidade dos mais próximos, até, no final, à mais absoluta e terrível das solidões. A multidão caminha e acompanha Jesus. É esta atitude que a Igreja tem de continuar a valorizar, cuidando da comunhão, para participar na missão do Messias. Mas, pôr-se a caminho é comprometedor. Subir a Jerusalém custa! Quem nos ajuda ao longo do caminho? Quem nos anima nos carreiros da vida? Precisamos de fazer caminho, individual e comunitariamente, porque, assim, nos preparamos para a entrega radical do Senhor.

Ele oferece-nos o seu corpo e o seu sangue, culminando o itinerário no único sacrifício da cruz, em comunhão com todos os crucificados do mundo e da história. Sem vaidades, como afirma São Paulo, Cristo submeteu-se à humilde condição de servo, que, infelizmente, persiste de diversas formas entre os explorados de hoje. Só assim podia elevar em Si todos aqueles que, desprovidos de nome e de dignidade, foram oprimidos ao longo da história e no silêncio cúmplice do nosso tempo. O mal não terá a última palavra, porque ao nome de Jesus todos se ajoelharão e toda a língua proclamará que Ele é o Senhor. Esta é a garantia da nossa esperança, sem esquecer que não está isenta de cruz, a exemplo de Jesus. Este é o Domingo, que começa com uma procissão, repleta de alegria, e que culmina com uma desoladora narração, onde impera o insulto, a falta de respeito, a violência física e o escarnio. Esta narrativa continua a repetir-se todos os dias nas mulheres agredidas e violentadas, nos que fogem das guerras, nos discriminados, naqueles que não contam para nada! O evangelista Lucas, amante e pintor de contrastes, oferece-nos uma narração com um momento de ternura, diante de tanto drama. Em pleno suplício, um dos condenados volta o seu coração para o Senhor. Só lhe pede que se lembre dele. Jesus promete-lhe o paraíso. Antes de se entregar nas mãos de Deus Pai, o Crucificado termina a sua missão neste homem arrependido. O Crucificado revela-nos como é o seu coração, capaz de amar e de dar oportunidades até ao fim. Hoje, entrando em Jerusalém, aclamamos que o Amor nunca abandona o seu povo. O Amor inspira-nos com a força da sua debilidade, encorajando-nos a fazer caminho até à Jerusalém do Céu, pátria da multidão que alcançou um mundo sem fronteiras. Lá, a alegria será plena, superior a alegria de Domingo de Ramos.

13-04-2025

paróquiasagb

Leitura Espiritual

Eis que o nosso Bem-amado Se encaminha para a morte

Eis que o nosso Bem-amado, o ramo de nardo, a bolsa de mirra (cf Cant 1,12-13), depois de ter celebrado um festim abundante e refinado, e cantado o hino, sai com os seus discípulos para o Monte das Oliveiras, onde passa toda a noite sem dormir, preocupado com a realização da obra da nossa salvação; afasta-Se dos apóstolos, cai sobre Ele uma tristeza de morte, dobra os joelhos diante de seu Pai e pede-Lhe que, se for possível, aquela hora passe longe dele, mas submete a sua vontade à do Pai (cf Mt 26,38-39). Entrando em agonia, corre-Lhe pela testa um suor de sangue (cf Lc 22,44). A seguir, é atraiçoado com um beijo por um dos seus discípulos, preso e levado como um malfeitor. O seu rosto velado será coberto de escarros, arrancar-Lhe-ão a barba. Batem-lhe na cabeça com uma cana, dão-Lhe bofetadas, flagelam-no na coluna, coroam-no de espinhos, condenam-no à morte. Carregam-Lhe às costas o madeiro da cruz e Ele dirige-Se ao calvário, onde é despojado das suas vestes e crucificado entre dois ladrões; dão-Lhe a beber fel e vinagre, insultam-no, ouve as blasfémias de quem por ali passa. O que poderemos juntar a tudo isto? A Vida morre pelos mortos, que somos nós. Ó olhos do nosso Bem-amado, fechados na morte! Ó rosto no qual os anjos amam fixar o seu olhar, caído e exangue. Ó lábios, raios de mel que destilam palavras de vida eterna, tornados lívidos! Ó chefe que faz tremer os anjos, pendendo inclinado! Ó mãos, cujo toque fez desaparecer a lepra, devolveu a vista, expulsou o demónio, multiplicou os pães, perfuradas por pregos, banhadas de sangue! Irmãos bem-amados, recolhamos todas estas coisas para compor um ramo de mirra, coloquemo-lo sobre o peito e tragamo-lo no coração, para podermos ressuscitar com Ele ao terceiro dia. Que Aquele que é bendito pelos séculos dos séculos nos obtenha tudo isto. Amen! (Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja, Sermão para a Ceia do Senhor).

http://www.liturgia.diocesedeviseu.pt/

Avisos Paroquiais – Semana Santa – Ano 2025

Quinta-Feira Santa, 17
– Missa Crismal na Sé de Viseu – 10.30h
– Missa da Ceia, com lava-pés, em Maceira : 18h.
– Missa da Ceia, em Sobral Pichorro : 19.15h .
– Missa da Ceia, com lava-pés, em Figueiró da Granja, 20.30h.
Sexta-Feira Santa, 18 – Dia de Jejum e Abstinência
– Celebração da Paixão do Senhor em Fuínhas : 15h .
– Celebração da Paixão do Senhor, em Muxagata : 16.30h
– Celebração da Paixão do Senhor, em Figueiró : 18h .
– Via-Sacra encenada pelas ruas de Figueiró : 20.30h .
Sábado Santo, 19 – Dia de Silêncio
– Solene Vigília Pascal em Figueiró : 21h
Domingo de Páscoa, 20
– Maceira : 8h .
– Sobral Pichorro : 9.15h
– Muxagata : 10.30h .
– Fuínhas : 11.45h
– Figueiró da Granja : 13.45h, seguindo-se a Visita Pascal .
Segunda-Feira de Páscoa , 21
– Fuínhas : 10.30h, seguindo-se a Visita Pascal .
( Durante esta semana, não haverá atendimento / cartório )
– Contacto do Pároco : 936 948 077

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