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Avisos e Liturgia do XXXI Domingo do Tempo Comum – ano B

 

TENHO DOIS AMORES

Bem sabemos da importância das normas de conduta na nossa vida. Ajudam-nos, sobretudo, a concretizar um dos trabalhos mais difíceis e, talvez, o mais importante: saber discernir, estabelecer prioridades. Uma vez por ano, na Quaresma, procuramos examinar, discernir e reorientar, novamente, a nossa vida interior. Sempre pedimos a Deus que nos livre de termos os afectos desordenados. Não pedimos a Deus que nos livre de ter afectos, mas que nos ajude a pô-los na sua ordem. As leituras deste Domingo falam-nos do que é prioritário e colocam o amor de Deus em lugar de primazia. É curioso verificar que são poucos os que se preocupam em verificar se as suas obras afirmam que o amor de Deus é o primeiro afecto do seu coração. Devemos, em primeiro lugar, amar a Deus e depois a Igreja. Mas, amar a Deus acima de tudo e de todos? Mais do que o meu marido ou a minha esposa? Como amar a Deus mais do que os meus filhos? Mas do que a mim próprio? Isto entristece-nos e somos incapazes de ceder a Deus o primeiro lugar, que Lhe corresponde. De facto, podemos pensar que colocar Deus acima das pessoas que amamos seria convertermo-nos em fanáticos e isso ninguém o quer. Se não dermos o primeiro lugar a Deus, nunca poderemos ser plenamente felizes. Mas isto não é um anúncio de uma calamidade. Amar a Deus acima de tudo não supõe deixar de amar os outros. A experiência de tantos santos diz-nos que dando a Deus o primeiro lugar, a nossa capacidade de amar (ou seja, de ver o bom e desculpar o mal a quem amamos), expande-se de uma forma inimaginável. Assim, entra a felicidade na nossa vida. Quando Deus toma posse do coração, amas muito mais e melhor. Mas, como saber se o nosso amor a Deus é autêntico e não um integrismo fanático? O Senhor responde-nos no evangelho: amar aquele que está ao nosso lado. Esta é a maior prova de autenticidade do nosso amor a Deus. Eis o duplo mandamento do amor que escutamos neste domingo: amar a Deus e amar o próximo. Devemos ter presente este duplo mandamento do amor quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia. Nela, procuremos dar glória a Deus, mas não nos desliguemos dos nossos irmãos. A salvação não se encontra só na assistência à celebração, nem só na preocupação pelos outros. Ambas são necessárias e estão relacionadas entre si. É importante que, como filhos de Deus, entendamos como deveremos responder a estes dois amores durante a nossa vida. Com as palavras do Deuteronómio, na primeira leitura, e do Levítico (Lv 19,18), o evangelista Marcos coloca nos lábios de Jesus um resumo do núcleo essencial da lei de Moisés. Ele não veio abolir a Lei, mas dar-lhe plenitude (cf. Mt 5,17). O escriba, que faz a pergunta, revela que reconhece Jesus, como Messias, o que levou o Mestre a afirmar: “Não estás longe do Reino de Deus”. A fidelidade a este duplo mandamento leva a superar, tanto no tempo de Jesus como hoje, procedimentos em que a letra está acima do espírito. Paulo afirmava que, sem caridade, de pouco servirão as obras (cf. 1Cor 13). A perfeição da caridade encontra-se, como afirma a segunda leitura, na forma como Jesus se ofereceu em sacrifício para nos salvar; cumpriu, de uma vez para sempre, o compromisso que Deus, seu Pai, tinha contraído em favor do seu povo, dando-lhe a Lei, por Moisés. Quando, na Eucaristia, celebramos este único sacrifício, Cristo torna-se presente; pela sua ressurreição abre-nos o acesso ao Pai e prepara-nos para receber as promessas com que Deus nos quer enriquecer.

03-11-2024

 paroquiasagb

Leitura Espiritual

«Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças»

 

Gloriosa e mui querida Mãe, senhora rainha, a vossa indigna Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, escreve-vos no seu sangue precioso, com o desejo de que sejais verdadeira filha e esposa escolhida de Deus. Suplico-vos instantemente, em nome de Cristo Jesus, que consagreis todo o vosso coração, a vossa alma e as vossas forças a amar e a servir este doce e querido Pai, este Esposo que é Deus, Verdade suprema e eterna, que tanto nos amou sem ser amado. Sim, que nenhuma criatura Lhe resista, qualquer que seja a sua categoria, a sua grandeza e o seu poder, pois todas as glórias do mundo são vãs e passam como o vento. Que nenhuma criatura se afaste deste amor verdadeiro, que é a glória, a vida e a felicidade da alma. Então, mostraremos que somos esposas fiéis. Quando a alma apenas ama o seu Criador, nada deseja fora dele. Tudo o que ama e faz, é por Ele que o faz, e detesta tudo o que vê fora da sua vontade: os vícios, os pecados, as injustiças; e o ódio santo que tem ao pecado é tão forte que prefere morrer a violar a fé que deve a seu eterno Esposo. Sejamos, pois, fiéis, seguindo as pegadas de Jesus crucificado, detestando o vício, abraçando a virtude, fazendo por Ele grandes coisas. (Santa Catarina de Sena, 1347-1380, terceira dominicana, doutora da Igreja, co-padroeira da Europa, Carta 36, à rainha Joana de Nápoles).

 

Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

Avisos de 04 a 10 de novembro

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