SER FELIZ OU ESTAR CONTENTE?
Talvez um dos defeitos cometidos, durante décadas, na transmissão da fé, tenha sido investir muitas horas a dizer: “não faças isto”, ou, “não faças aquilo”, como se o Evangelho fosse um código de circulação rodoviária. Contudo, ainda não é tarde para mudar; ainda estamos a tempo de recordar que a cada princípio da moral cristã, deve acrescentar-se o seguinte: “se queres ser feliz”. É deste ponto que deve partir a nossa reflexão das leituras bíblicas deste Domingo: “Feliz de ti que temes o Senhor e andas nos seus caminhos”. Ser feliz não é a mesma coisa que estar contente. Muitas pessoas confundem estas duas situações que, na verdade, são tão diferentes. Podemos não “estar” felizes, mas contentes; e não “ser” contentes, mas felizes. Estar contente é algo transitório, superficial; enquanto a felicidade é algo estável, consistente, que não está submetida às “ideologias e hábitos” passageiros ou à moda de um certo momento social. O próprio salmo diz-nos: “Comerás do trabalho das tuas mãos, serás feliz e tudo te correrá bem”. Não diz: “acredita em Deus e espreguiça-te no sofá”. Deus não nos promete uma vida fácil, mas uma felicidade que está escondida e brota de uma forma silenciosa, lenta e constante. Ser feliz supõe aceitar a frustração. Mas, podemos ser felizes, no meio das angústias do dia-a-dia da vida? Claro que sim; se quisermos, porque Deus deseja muito a nossa felicidade. O que é difícil, é dar o primeiro passo. Ou seja, aceitar que as frustrações, os conflitos e os fracassos fazem parte da vida. Em teoria, já sabemos disto, mas quando surgem as dificuldades, alguns ficam arrasados pela depressão, e outros vivem, voltando as costas aos problemas, que vão crescendo, até se tornarem monstros que não os deixam viver. Deus mantém a sua aliança de felicidade. É o que nos diz o texto do Evangelho deste Domingo, quando perguntam a Jesus sobre os problemas da vida, como o fracasso da vida conjugal entre um homem e uma mulher. Enquanto os fariseus teimam em criar ciladas a Jesus sobre os problemas da vida e a exigirem culpados, o Senhor diz-lhes que o desejo de Deus sempre foi que o homem e a mulher vivessem em plenitude; que quem acredita em Deus não pode desanimar com as desilusões; nem procurar, obsessivamente, culpados para os acusar dos seus erros. A preocupação do cristão não pode ser outra que a de se integrar nesse grande projecto de felicidade, delineado por Deus, ou seja, uma aliança que se desenvolve entre as canseiras do trabalho e as dificuldades da vida do casal. Porque Jesus não nos prometeu estar sempre contentes, mas vivermos felizes. Neste Domingo, as leituras bíblicas revelam-nos a profundidade dos vínculos que tecem a vida e a história do ser humano: a relação entre o homem e a mulher, inseparável da relação de amor que os une a Deus. A leitura do Genesis diz que Deus dá ao homem “uma auxiliar semelhante a ele”. Depois de um sono profundo, ou seja, completamente abandonado à acção omnipotente de Deus, o homem recebe a mulher, diante da qual exclama: “Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Este misterioso encontro, face a face, entre o homem e a mulher fomenta o vínculo de amor e de unidade do casal, de tal forma que os esposos deixam o pai e a mãe, e “os dois serão uma só carne”. A prescrição de Moisés foi necessária devido ao endurecimento dos seus corações, como recorda Jesus aos fariseus. Ainda hoje, a palavra de Jesus convida a acolher o Reino, como uma criança, para o qual todos, e também os casais, são chamados. Solidário com todos, Cristo, depois da sua humilhação, provocada pelos seus sofrimentos, coroado de glória, inunda-nos de alegria, alimenta-nos na Eucaristia e faz-nos participar, como irmãos, na sua glória. As relações familiares são uma bênção de Deus, um dom de Deus que, uma vez recebido, não pode ser abandonado. A união entre o homem e a mulher é a imagem do amor eterno de Deus que nos ama e que, por Jesus Cristo, a todos guia para a salvação.
06-10-2024
paroquiasagb
Leitura Espiritual
«Deixai vir a Mim as criancinhas»
Os pais, que transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de educar a prole e, por isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e principais educadores. Esta função educativa é de tanto peso que, onde não existir, dificilmente poderá ser suprida. Com efeito, é dever dos pais criar um ambiente de tal modo animado pelo amor e pela piedade para com Deus e para com os homens que favoreça a educação integral, pessoal e social, dos filhos. A família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade. Mas é sobretudo na família cristã, ornada da graça e do dever do sacramento do matrimónio, que os filhos devem ser ensinados, desde os primeiros anos, segundo a fé recebida no baptismo, a conhecer e a adorar a Deus, e a amar o próximo; é aí que eles encontram a primeira experiência, quer da sã sociedade humana, quer da Igreja; é pela família, enfim, que são a pouco e pouco introduzidos no consórcio civil dos homens e no Povo de Deus. Caiam, portanto, os pais na conta da importância da família verdadeiramente cristã na vida e no progresso do próprio Povo de Deus. (Concílio Vaticano II, Declaração sobre a educação cristã, «Gravissimum Educationis», 3).
Ver: https://liturgia.diocesedeviseu.pt/LITURGIAEVIDA/index.html
Unidade Pastoral das Paróquias de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres.
Missa de Tomada de Posse do Sr. Padre Eurico Sousa, será realizada no dia 13 de outubro (Domingo) às 15:30h na Igreja Matriz de Fornos de Algodres.
Avisos Pastorais Paroquiais nas Paróquias de Figueiró da Granja, Fuinhas, Maceira, Muxagata e Sobral Pichorro.
Fonte:Paróquia de Fuinhas