Em comunicado, a JSD Guarda refere:”Este ano de 2022 está já a terminar, mas será impossível pensar que 2023 possa trazer-
nos o que merecemos enquanto cidadãos de uma capital de distrito. Tal seria de crer se
fôssemos governados por gente apostada em transformar a Guarda, colocando-a, com as
suas decisivas vantagens, na rota das cidades do desenvolvimento.
Ao longo dos anos, uma das vantagens da Guarda foi, efetivamente, ser uma cidade de
Cultura. Uma cidade dotada de infraestruturas e dinamizadores culturais que deixaram
categórico lastro e ainda hoje fazem repercutir a sua marca indelével.
A Guarda é conhecida como a Capital da Cultura das Beiras, mas em 2023 deixará
definitivamente de o ser. Vamos aos factos:
Em 19 de abril de 2022, o Presidente da Câmara da Guarda, acompanhado do seu
executivo, anunciou o resultado do Concurso da Direção-Geral das Artes de Apoio à
Programação da Rede de Teatros e Cine Teatros Portugueses do Ministério da Cultura.
Graças a este mesmo Concurso, o Teatro Municipal da Guarda, considerado uma
referência de programação, destacou-se, sendo contemplado com o apoio máximo de
800 mil euros em quatro anos, classificando-se entre as 12 salas que receberam este
valor. Portanto, a nível nacional, só o TMG e mais 11 salas de espetáculos receberam este
envelope financeiro. Diga-se também, que, a nível regional, só Seia foi contemplada com
verba parecida (600 mil euros).
Pese embora tenha havido este natural exercício de anunciar as boas notícias, o
Presidente Sérgio Costa não resistiu a colher para si todos os louros, afirmando, com
total despudor, que “foi por causa da vontade deste executivo que o processo foi para
a frente”. Nada mais falso, hipócrita e despropositado, como agora se confirma. A este
executivo coube apenas submeter a candidatura, ou seja, fazer o mínimo que lhe é exigido
– concluir o trabalho que vem de trás.
É um exemplo, quiçá o mais categórico, da “herança pesada” que o Presidente disse
receber, nesta que é uma Câmara, no seu entender, “à deriva e sem projetos”.
Como todos podem agora constatar, a herança recebida é boa demais para tão pouca
capacidade e quem anda mesmo à deriva é o Movimento Pela Guarda, é Sérgio
Costa, são as suas vereadoras e todo o seu séquito.
Em política, não há nada pior do que a falta de ambição e a covardia. Ainda mal passou
um ano e a Guarda já está a ver, claramente, o quão fraco é este Presidente de Câmara e
o quão pobre é o destino que nos está a traçar.
No início de um novo ciclo de investimentos, em plena Assembleia Municipal, disse que
decidimos abdicar deste apoio quadrienal porque o TMG tem agora menos
espectadores. Assim, sem mais nem menos. Assim, sem qualquer justificação digna
desse nome. Tudo com a maior leviandade e desfaçatez. Esta é a mensagem de esperança
para 2023, este é o futuro da Cultura na Guarda e este é o destino de um Teatro Municipal
que caminha para os 20 anos de existência.
Se há menos espectadores, por força dos efeitos da crise pandémica e da
conjuntura económica, a solução é desinvestir! É desistir! É abandonar
a Cultura e os agentes culturais.
Nós entendemos o desejo do marasmo. Quanto mais instruído e culto é um povo, mais
difícil e exigente se torna governá-lo. O PG quer um concelho fraco, à sua imagem, a
duvidar das duas capacidades.
Um concelho sem rasgo, mas, acima de tudo, sem vontade de romper com todas e
quaisquer amarras que ainda o agarrem ao salazarismo mesquinho e castrador.
Na Guarda, vai-se o Teatro e fica o circo do Presidente da Câmara. Os guardenses
é que não vão querer ser os palhaços.”