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Liturgia da Assunção de Nossa Senhora – 15 de agosto

A Meta (o Céu) está ao alcance de todos!
“Eu sei que Deus existe e me fez participante da sua vida. Eu tenho em mim algo de divino! Eu sei que Deus criou o Céu e nele reservou um lugar para mim! E o que Deus mais deseja é que, um dia e por toda a eternidade, eu possa ocupar esse lugar. E se eu não o ocupar, o que só poderá acontecer por culpa minha, esse lugar ficará vazio para sempre, e o Céu como que ficará incompleto sem mim!
Quando liberto as amarras do meu pensamento e do meu coração e os deixo percorrer a imensidão do cosmos, contemplando a sua beleza, ou lhes permito que se fixem nas mais pequenas coisas que me rodeiam; quando deixo que se concentrem em mim, na minha vida e nos meus sonhos, ou então lhes dou tempo para “lerem” e meditarem a história da salvação – a história do amor de Deus – sinto Deus tão evidente e, por momentos, sinto-me elevado para as alturas!
Porém, o meu amor próprio, que se manifesta de tantos modos e a todo o momento, ainda me mantém demasiado preso a esta terra e iludido com projetos demasiado terrenos.
Consolam-me aqueles breves instantes em que pressinto e suspiro pelo dia em que também eu possa chegar ao Céu. Aí, junto de Maria e com Maria, usufruindo da visão plena de Deus, também eu sonho cantar eternamente as misericórdias infinitas do seu amor!”
Sabemos que o Céu existe, conhecemos o caminho que nos leva até lá. Além disso, Deus concede-nos todos os meios necessários para o alcançarmos!

Fonte:PCB

Liturgia e avisos do XIX Domingo do Tempo Comum – ano B

 A PRESENÇA SOB AS “ESPÉCIES” DE POBRE, DE PÃO E DE VINHO

Avisos:11-08-2024

Vivemos rodeados de coisas boas, apesar de, muitas vezes, darmos importância somente aos momentos complicados. Vivemos rodeados de pessoas; cada uma com a sua história de vida, com as suas alegrias e capacidades, com as suas fraquezas e dificuldades. Porém, toda esta realidade, por vezes, passa despercebida aos nossos olhos, porque não os colocamos nas capacidades, alegrias e preocupações daqueles que nos rodeiam.

Assim acontecia com os judeus, em relação a Jesus. Murmuravam entre eles, porque Jesus tinha afirmado que era o pão descido do céu. Olhavam para Ele com desconfiança, porque consideravam-no um homem normal, filho de uma pobre e humilde família de Nazaré. Até O podiam aceitar como profeta escolhido por Deus com o poder de fazer milagres! Mas ter descido do céu, isso é que não! Era difícil, para os judeus, aceitar que um homem como eles, que nem sequer tinha sido reconhecido pelas autoridades, viesse de Deus; assim como é, para nós, aceitar que um bocado de pão, tão minúsculo, seja o Corpo de Cristo.

“Quem comer deste pão viverá eternamente”. Não há nenhum alimento neste mundo que tenha este efeito permanente. Todas as vezes que tomamos uma refeição, sabemos que, depois de algumas horas, temos de voltar a comer. Isto é uma necessidade para suster as forças e a vida. Consumimos alimentos, mas também consumimos relações, experiências, alegrias…, mas nada nos satisfaz para sempre. O sistema económico actual descobriu que a nossa necessidade de consumir é uma mina de ouro e, por isso, procura excitar a nossa vontade de satisfazer os nossos apetites e vícios. Por isso, já há muitos anos, se utiliza o termo “sociedade de consumo”. Infelizmente, continua actual.

Quando falamos de fé cristã, não estamos a falar de um simples consentimento intelectual a uma doutrina, mas de um olhar novo que nos permite perceber a presença de Deus, tão perto de nós. Uma presença palpável em todo o ser humano, que sempre guarda a marca original de Deus, por muito que tenha sido manchada e obscurecida pelo pecado. Uma presença que se manifesta, especialmente, nos pobres, com quem Jesus se identifica: o indigente, o sem-abrigo, o estrangeiro, o doente, o preso, o explorado, o descartado. No Evangelho, Jesus torna-se presente sob as “espécies” de pobre e sobre as espécies do pão e do vinho. Saber descobrir Jesus nestes dois lugares é um critério de autenticidade da fé cristã. Adorar a Eucaristia e permanecer indiferente aos pobres e famintos revela que não adoramos Jesus, mas uma fantasia piedosa.

Vemos Jesus, sentimos Jesus nos olhos de uma criança, de um doente, de um necessitado, de um idoso abandonado pela família e esquecido pela sociedade. Mas também vemos e sentimos Jesus na Eucaristia, quando, olhos nos olhos, escutamos a sua palavra e deixamos que ela nos transforme. Só assim entenderemos o que significa comungar. “A Eucaristia, presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis e seu alimento espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história” (João Paulo II, Ecclesia de Eucharistia, 9). Comer o pão da vida, a sua carne, é permitir que Jesus viva em nós, para que continue a sua missão de que nos fala o texto do Evangelho deste Domingo: dar a vida ao mundo, para que o Reino de Deus esteja cada vez mais próximo de todos.

 

 

Leitura Espiritual

«O pão que Eu hei de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo»

 

«O Senhor Jesus, na noite em que foi entregue» (1Cor 11,23), instituiu o sacrifício eucarístico do seu corpo e sangue. A Igreja recebeu a Eucaristia de Cristo seu Senhor, não como um dom, embora precioso, entre muitos outros, mas como o dom por excelência, porque dom dele mesmo, da sua Pessoa na sua humanidade sagrada, e também da sua obra de salvação. Esta não fica circunscrita no passado, pois «tudo o que Cristo é, tudo o que fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente» (CIC, 1085).

Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente e «realiza-se também a obra da nossa redenção» (Vaticano II, «Lumen Gentium», 3) Este sacrifício é tão decisivo para a salvação do género humano que Jesus Cristo o realizou e só voltou ao Pai depois de nos ter deixado o meio para dele participarmos como se tivéssemos estado presentes.

Assim, cada fiel pode tomar parte nela, alimentando-se dos seus frutos inexauríveis. Esta é a fé que as gerações cristãs viveram ao longo dos séculos, e que o magistério da Igreja tem continuamente reafirmado com jubilosa gratidão por dom tão inestimável. É esta verdade que desejo recordar mais uma vez, colocando-me convosco, meus queridos irmãos e irmãs, em adoração diante deste mistério: mistério grande, mistério de misericórdia. Que mais poderia Jesus ter feito por nós? Verdadeiramente, na Eucaristia, Ele demonstra-nos um amor levado até «ao extremo» (Jo 13,1), um amor sem medida. (São João Paulo II, 1920-2005, Encíclica «Ecclesia de Eucharistia», 11).

 

Liturgia do Domingo SAGRADA FAMÍLIA – ano B

Celebração do Domingo SAGRADA FAMÍLIA – ano B

O ritmo de vida actual faz com que seja difícil formar uma família, porque os casais estão privados de oportunidades com futuro, devido aos problemas económicos e de habitação digna; isto origina uma grande variedade de situações familiares e, portanto, há que evitar certos juízos que não têm em conta a complexidade e a dificuldade das diversas circunstâncias. Nestes dias de Natal e de Ano Novo, as famílias, mesmo em reduzido número de pessoas, juntam-se à volta de uma mesa, onde se sentem amados, acolhidos, tranquilos, notando que alguns vão crescendo de ano para ano, outros vão envelhecendo e outros já partiram para o lugar e descanso eternos. Também ao redor da mesa da comunhão, pedimos à Sagrada Família que as famílias – Igrejas domésticas – imitem a suas virtudes. Todos formamos a grande família dos filhos de Deus, que é a Igreja, formada de Igrejas domésticas que são as famílias cristãs, onde cada um dos seus membros tem a missão de seguir o exemplo da Família de Nazaré. A comunhão familiar não é fácil. Cada membro da família tem a sua responsabilidade, a sua liberdade, a sua maneira de entender e de se situar na vida e no mundo. São, pois, diversos e diferentes os membros de uma família. A comunhão, que deve existir entre eles, não anula estas diferenças; por isso, a família não pode ser uma ditadura, nem uma democracia, nem uma anarquia. Não é o mais forte quem manda, nem é a maioria quem impõe. Temos de entender que a família é, por sua natureza, uma comunhão em que todos e cada um se respeitem, se ajudem, se falem e se escutem com atenção. Ou seja, que se amem de verdade, porque o amor autêntico é primordial na família. A família é o lugar, por excelência, onde vivemos juntos todos os dias, experimentando os limites próprios e dos outros, os nossos defeitos, erros, os pequenos e grandes problemas que se geram com o convívio e para haver acordo entre todos. Não existe a família perfeita, mas não há que ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem dos conflitos, mas temos de aprender a enfrentá-los de uma forma construtiva. Por isso, a família, onde todos se amam, apesar dos defeitos e pecados de cada um, converte-se numa escola privilegiada do perdão. A mesa mais familiar e mais natalícia que podemos ter é a mesa da Eucaristia. É nesta mesa que recordamos a aliança de Deus com Abraão, o juramento feito a Isaac, que culmina no nascimento do Filho de Deus. Peçamos a Deus que, por intercessão da Santa Maria, a Mãe de Deus, e de São José, seu esposo, mantenha as nossas famílias na sua paz e na sua graça.

 LEITURA ESPIRITUAL

«Voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré»

Podeis rezar à Sagrada Família pela vossa família: Pai Nosso, que estás nos Céus e que nos deste um modelo de vida na Sagrada Família de Nazaré, ajuda-nos, Pai Santíssimo, a fazer da nossa família uma nova Nazaré, onde reinem a alegria e a paz. Que ela seja profundamente contemplativa, intensamente eucarística e vibrante de alegria. Ajuda-nos a permanecer unidos na felicidade e nas dores, graças à oração em família. Ensina-nos a reconhecer Jesus em cada membro da nossa família, em particular nos que sofrem. Que o coração eucarístico de Jesus torne o nosso coração manso e humilde como o dele (Mt 11,29). Ajuda-nos a corresponder santamente à nossa vocação familiar. Que sejamos capazes de nos amar uns aos outros como Deus ama cada um de nós, cada dia mais, e de perdoar os pecados uns aos outros como tu nos perdoas os nossos pecados. Ajuda-nos, Pai amantíssimo, a tomar o que nos dás e a dar o que nos tomas com um grande sorriso. Coração Imaculado de Maria, causa da nossa alegria, roga por nós. Santos anjos da guarda, sede sempre a nossa companhia, guiando-nos e protegendo-nos. Amém! (Santa Teresa de Calcutá,1910-1997, fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade, Um Caminho Simples).

 Paroquiagb

Programação de Missas e Celebrações do dia 01 de Janeiro de 2024 (Segunda), Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.

Unidade Pastoral P. Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã, Algodres e Freixiosa

Avisos e Liturgia do Domingo XXVIII do Tempo Comum – ano A

Novamente, Jesus fala-nos em parábolas. Se no Domingo passado utilizava a imagem da vinha, hoje usa outra que, talvez, seja mais universal: o banquete nupcial. Não me parece exagerado afirmar que em todas as culturas é importante e cheio de significado as pessoas sentarem-se à volta de uma mesa, ou sentar-se no chão, partilhando o alimento, a hospitalidade e a amizade. Por diversas circunstâncias, fomos privados de tantas reuniões familiares. E, depois, quando voltamos a reunir e falta algum membro que já não está entre nós, sentimos que, a partir daquele momento, a nossa vida já não será como tinha sido até então. Esta experiência humana pode ser o ponto de partida para captar toda a riqueza da mensagem evangélica deste Domingo. Não podemos esquecer que Jesus tinha o hábito de falar do Reino de Deus a partir das realidades da vida quotidiana e da beleza da natureza; a Eucaristia foi instituída à volta de uma mesa, em ambiente familiar. O profeta Isaías, na primeira leitura, como também o salmo, diz-nos que Deus convida-nos para nos sentarmos à mesa. Isaías é mais universal: “sobre este monte, o Senhor do Universo há de preparar para todos os povos um banquete”. O salmo fala da dignidade de cada pessoa, ninguém é anónimo neste banquete: “para mim preparais a mesa”. O convite ao banquete é sinal daquilo que Deus quer oferecer a toda a humanidade: vencer a morte é enxugar as lágrimas de todas as faces, é estar sempre presente nas nossas vidas com a sua bondade e amor, é viver na sua casa. Ou seja, é sermos salvos por Ele. Por isso, cada celebração da Eucaristia convida-nos a fazer o que diz Isaías: “alegremo-nos e rejubilemos, porque o Senhor nos salvou”. As parábolas de Jesus ajudam-nos a entender Deus e o seu projecto do Reino, a reflectir sobre a nossa relação com os outros e sobre a necessidade de nos convertermos. Jesus não fala de um banquete qualquer, mas da festa do casamento do filho de um rei. Como é possível que os convidados não queiram ir? Parece-me que deveriam ir para, ao menos, ficarem bem aos olhos do rei que os convidou! A parábola fala-nos da aliança (ou banquete) definitiva que Deus Pai quer fazer com toda a humanidade, através do seu Filho, Jesus. Uma aliança, para a qual todos os povos estão convidados; da qual a Eucaristia é sinal, assim como deve ser seu sinal, ainda que imperfeito, a vida dos cristãos e da Igreja neste mundo. Porém, este convite continua hoje a ser recebido, por alguns, com desinteresse ou rejeição. É um escândalo o que alguns fazem, privando milhões de pessoas do banquete de uma digna vida humana. Não por falta de recursos, mas por desculpas vergonhosas: os interesses dos mercados capitais que não têm outro objectivo do que ganhar mais e mais; reina o “primeiro nós” e depois os outros; o medo da pessoa com cultura diferente; a loucura de investir cada vez mais em armamento em vez de desarmar os nossos corações; o não cuidar da casa comum que Deus nos deu: a irmã e mãe terra. A parábola deste Domingo é um convite à conversão, para não colocarmos obstáculos a viver segundo os critérios do Reino dos Céus. Apesar do desinteresse e da rejeição ao seu convite, Deus continua o seu projecto de salvar e reunir toda a humanidade em sua casa. “A sala do banquete encheu-se de convidados”. Mas, “o rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial”, e foi expulso. Pois é! Não podemos participar na Eucaristia, nem na Igreja, se não nos preocuparmos em viver o evangelho e se não formos sensíveis ao sofrimento humano. Este é o traje nupcial! A Eucaristia é comungar Cristo, o Pão da Vida e a Palavra da Vida. Esta comunhão deve tornar-se palpável na vida de cada um e na comunidade.

15-10-2023

 

LEITURA ESPIRITUAL

«Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro» (Ap 19,9)

 

Compreendestes quem é o Rei, Pai de um Filho que também é Rei? É Aquele acerca de quem o salmista pedia: «Ó Deus, dai o vosso juízo ao Rei e a vossa justiça ao Filho do Rei» (71,1). Ele «preparou um banquete nupcial para o seu filho»; ou seja, o Pai celebra as núpcias do Rei seu Filho, a união da Igreja com Ele, no mistério da encarnação. E o seio da Virgem Maria foi o quarto nupcial deste Esposo. Por isso, há outro salmo que diz: «Do sol fez a sua tenda, Ele mesmo é como um esposo que sai do seu pavilhão de núpcias» (18,5-6). Ele mandou os servos convidar os amigos para esta boda. Enviou-os uma vez, e depois outra vez, ou seja, primeiro os profetas, depois os apóstolos, a anunciar a encarnação do Senhor. Pelos profetas, anunciou como futura a encarnação do seu Filho único, pelos apóstolos pregou-a, depois de realizada. «Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio»: ir para o campo consiste em prestar atenção exclusivamente às tarefas deste mundo; ir para o negócio consiste em procurar avidamente o próprio lucro nos negócios deste mundo. Um e outro esquecem o mistério da encarnação, não conformando a sua vida com ele. Mais grave ainda é o caso daqueles que, não se contentando em desprezar os favores daquele que os chama, ainda O perseguem. Mas o Senhor não ficará com lugares vazios no festim das núpcias do Rei seu Filho. Manda procurar outros convivas, porque a Palavra de Deus, permanecendo embora ainda ignorada por muitos, encontrará um dia onde repousar. E vós, irmãos, que pela graça de Deus já entrastes na sala do festim, isto é, na Santa Igreja, examinai-vos atentamente, não vá acontecer que, ao entrar, o Rei encontre algum reparo a fazer na veste da vossa alma. (São Gregório Magno, c. 540-604, papa, doutor da Igreja, Homilias sobre o Evangelho, nº 38).

 

Unidade Pastoral P. Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã, Algodres e Freixiosa
Programação da Semana de 17 a 22 de outubro

 

Avisos e Liturgia do 6º Domingo de Páscoa (Ano C)

Aconselhar os outros em momentos difíceis é uma tarefa muito delicada. Não é fácil, porque nem sempre temos todos os elementos para orientar correctamente os outros e tudo o que fizermos e dissermos será a partir de fora desses momentos. Colocarmo-nos no lugar do outro é quase impossível. Mas, é sempre importante cuidar dos outros. Aconselhar, orientar, acompanhar, animar os outros é sempre a nossa missão. E esta nossa missão tem de ser feita com toda a humildade e serenidade, nunca perdendo de vista que temos de lutar pelo bem dos outros. Esta é a vontade de Deus: que todos sejam felizes. O apóstolo João apercebeu-se o quanto Jesus o amava e não se cansava de transmitir que Ele o tinha mudado por dentro e feito um valente por fora. Também João ouviu a frase de Jesus que se encontra no evangelho deste domingo: “Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”. Com esta frase, Jesus pede-nos serenidade e valentia. Estas duas virtudes estão relacionadas uma com a outra. Dificilmente seremos valentes se estivermos inquietos, bloqueados, ansiosos e inseguros.

Mas, quem nos poderá dar esta serenidade? Estaremos inseguros quando nos sentirmos abandonados. Quando nos sentirmos cheios de confiança, em boas mãos, ficaremos tranquilos e reconfortados. A resposta é-nos dada por Jesus no evangelho: “Quem me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Disse-vos estas coisas, estando ainda convosco. Mas o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas estas coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse”. As palavras de Jesus têm uma grande força, porque expressam a sua vida, os seus gestos, as suas palavras, as suas acções, a sua proximidade com os mais necessitados, curando-os e salvando-os. Por isso, acrescenta: “Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração”.

26-05-2019

O Espírito Santo ajudar-nos-á a encontrar a serenidade para a nossa vida e tomar as decisões certas a partir da misericórdia de Deus. A primeira leitura narra-nos um exemplo da ajuda do Espírito Santo para gerar serenidade e tomar decisões certas. Nas primeiras comunidades cristãs, começaram a surgir pessoas que queriam seguir Jesus, mas não pertenciam ao povo judeu; eram de outras nações, de outras culturas e tradições. Começaram a surgir dois grupos: os fundamentalistas (rigorosos) e os moderados (que não colocam grandes barreiras a estes cristãos vindos de outros povos). Então, a comunidade cristã de Antioquia decidiu que Paulo e Barnabé e mais alguns discípulos subissem a Jerusalém, para tratarem dessa questão com os Apóstolos e os anciãos. Regressarem a Antioquia com alguns representantes dos Apóstolos para transmitirem de viva voz as suas decisões, porque “alguns dos nossos, sem nossa autorização, vos foram inquietar, perturbando as vossas almas com as suas palavras”. As decisões dos Apóstolos e dos anciãos não são palavras de circunstância, ou a favor ou contra. Dizem claramente o seguinte: “O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além das que são indispensáveis. Procedereis bem, evitando tudo isso”. É uma decisão, fundamentada na vontade de Deus. Não é nenhum decreto mas uma decisão tomada com o coração, iluminado pelo Espírito Santo e pela misericórdia de Deus.

Que o Senhor resplandeça sobre nós a luz do seu rosto. Ele conceder-nos-á a paz, a serenidade e a confiança para enfrentar e governar a vida. Tudo venceremos, orientados pelo Espírito Santo e na certeza de que somos amados por Deus. Se guardarmos as suas palavras, Ele não nos abandonará, mas fará em cada um de nós a sua morada.

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Ano C - Tempo Pascal - 6º Domingo - Boletim Dominical

Avisos e Liturgia do 5ºDomingo de Páscoa (Ano C)

A ressurreição de Jesus gera um projecto novo para a humanidade. Os apóstolos sentem-se com forças para ir pregar a Boa Nova. A primeira leitura dos Atos dos Apóstolos diz-nos que a Igreja nascente, ou seja os primeiros cristãos, é uma Igreja que caminha, as comunidades surgem e crescem por todo o lado. Os primeiros cristãos ajudavam-se uns aos outros, estavam unidos na fé, quando enfrentavam perseguições e sofrimentos. Escutando as palavras que relatam a realidade do início apaixonante da Igreja, ficamos a pensar no seguinte: hoje, somos assim? As nossas comunidades cristãs são assim? Estamos entusiasmados e apaixonados para a missão de anunciar o Evangelho à nossa volta e em todo o lado? Podemos ter a tentação de pensar que para os primeiros cristãos tudo seria mais fácil. Mas não podemos esquecer que eles eram perseguidos e que tinham de acreditar fortemente que Deus “enxugará todas as lágrimas dos seus olhos”; com Deus “nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor”.

Agora, depois da ressurreição de Jesus, aquilo que antes os discípulos consideravam impossível de fazer, sentem que podem conseguir. E não é uma questão de capacidades mas de convicção interior, porque Jesus vai à sua frente. Agora, há a esperança no coração dos discípulos de um futuro melhor. Esta esperança é descrita poeticamente na segunda leitura do Apocalipse, afirmando: “Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido. Aquele que estava sentado no trono disse: Vou renovar todas as coisas”. Trata-se de uma esperança que vem de muito longe. Todos os profetas e sábios, todos os missionários procuraram este novo céu e esta nova terra. Tantas vezes, hoje nós condenamos muitas coisas do passado e não estamos contentes com o presente, onde reina o egoísmo e a corrupção. Mas procuramos e desejamos um mundo novo, mais justo e mais fraterno. Parece uma utopia. Para os cristãos a grande utopia para a humanidade é a Páscoa de Jesus, porque anuncia uma nova maneira de viver, de nos relacionarmos, de partilhar os bens da terra. Não se trata de um paraíso somente desejado, mas de um compromisso concreto de ir renovando as pessoas e as estruturas da sociedade, ou seja, mudar o nosso comportamento pessoal, mudar as instituições e os organismos que terão de estar sempre ao serviço das pessoas e deixar de as explorar e desprezar.

19-05-2019

Um mundo novo não é um sonho impossível, é uma realidade que começou com a Páscoa de Jesus. Temos de nos convencer mais do que nunca que o velho mundo da violência e da injustiça é, deve ser, história passada e que podemos conseguir um mundo novo onde poderemos viver sem medos, em solidariedade e no amor. Neste mundo sonhado e desejado, Deus será uma realidade viva, íntima, em cada pessoa e em cada nação. Como podemos concretizar este projecto de Deus para toda a humanidade? De que forma, com que força e entusiasmo? Um mundo novo necessita de leis novas. Só há um caminho, uma maneira nova de viver. Qual? Jesus diz-nos no texto do evangelho deste domingo como testamento definitivo e definidor da sua vida e da sua pessoa: “Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como Eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros”. Este mundo novo é o Reino de Deus que já está no meio de nós, naqueles que lutam pela dignidade das pessoas, em cada comunidade que acolhe, em cada pessoa que descobre que o perdão dá-lhe um olhar e um coração limpos.

Como construir este mundo novo? Enxugando lágrimas, ajudando os que sofrem, colaborando na construção da paz. Amando como Jesus amou. Ele amou não de forma possessiva (para controlar quem quer que fosse), não de uma forma egoísta (para se sentir bem), não amou para ser amado (numa espécie de comércio). Jesus amou para fazer o bem ao outro. Só assim, imitando Jesus, seremos felizes. Amar assim dá felicidade e gosto de viver.

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Ano C - Tempo Pascal - 5º Domingo - Boletim Dominical

Avisos e Liturgia do 3º Domingo de Páscoa (Ano C)

A ressurreição de Jesus é a fonte de entusiasmo, força e valentia para dar testemunho, se for preciso com o sangue, diante de todos, da mensagem que nos aparece na primeira leitura deste domingo: “O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro…e nós somos testemunhas disto”. No início, os discípulos tiveram muito medo e trancaram-se em casa. Depois, tiveram o atrevimento de sair e regressar à sua actividade da pesca no Mar de Tiberíades, aquele trabalho que tinham deixado para seguir o Mestre. Quando tudo começou abandonaram as redes de pescadores e agora voltaram a elas, mas ainda muito inseguros. Era a nova etapa da vida. Voltar a começar. Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Continuavam juntos e unidos, mas o esforço não tinha dado o fruto esperado. Estavam desanimados. Jesus vai ao seu encontro. Não o reconheceram, ou seja, não conheceram Aquele que lhes tinha oferecido um projecto extraordinário para as suas vidas.

Jesus faz-lhes uma proposta: “Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis peixe”. Eles lançaram a rede e apanharam uma grande quantidade de peixe. E o discípulo predilecto de Jesus disse a Pedro: “É o Senhor”. Como Maria Madalena, João reconhece Jesus. Como é importante reconhecer Jesus nas diversas circunstâncias da nossa vida! Quando chegaram a terra, viram brasas acesas com peixes. Jesus pede que tragam peixes apanhados naquele momento e diz-lhes: “Vinde comer”. Assim, dão conta que Jesus está no meio deles, em tudo o que fazem e abençoa o seu trabalho. Como isto nos faz sentir que somos instrumentos nas mãos de Deus, que somos profetas de um futuro que pertence a Deus.

05-05-2019

Hoje, como devemos ser profetas? Que mensagem temos para transmitir? Tantas vezes deixamo-nos vencer pelo desânimo, pelo excesso de trabalho, pelas preocupações da vida! Os discípulos entusiasmaram-se novamente, porque sentiram a presença de Cristo vivo e comeram com Ele: “tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com os peixes”. A partir das manifestações de Jesus ressuscitado, eles sabem qual é a sua missão, expressa nas palavras de Pedro: “O Deus dos nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós destes a morte, suspendendo-O no madeiro. Deus exaltou-O pelo seu poder, como Chefe e Salvador, a fim de conceder o arrependimento e o perdão dos pecados”. Agora, é bem claro para todos que o mundo não está perdido, porque Deus tem um projecto para toda a humanidade: a construção de um mundo mais fraterno, onde as pessoas sejam respeitadas, onde reine a paz, a humildade e o amor. Isto parece uma ilusão, uma utopia, mas é possível. Basta querer e viver, seguindo Cristo ressuscitado.

Mas como tornar visível este projecto de amor de Jesus? Respondendo à pergunta que Jesus fez a Pedro: “Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?”. Hoje, Jesus pergunta a cada um de nós: “Tu amas-me?”. Estás disposto a servir Jesus, a lançar as redes com Jesus, a tornar esta sociedade e este mundo um pouco melhor? A missão é grande, sentimos as nossas fragilidades e as nossas inseguranças. Mas tenhamos a mesma coragem para responder a Jesus como Pedro: “Senhor, Tu sabes tudo, bem sabes que Te amo”. Amar e seguir o Senhor vale muito mais que obedecer cegamente aos homens. Assim, também ergueremos a nossa voz para, como vimos na segunda leitura, proclamar: “Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro o louvor e a honra, a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen”.

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Ano C - Tempo Pascal - 3º Domingo - Boletim Dominical

Avisos e liturgia do 5º Domingo da Quaresma (Ano C)

Depois da reflexão da parábola do Pai Misericordioso, neste Domingo, nas leituras bíblicas, encontramos a forma de viver a misericórdia e um grande exemplo de Jesus Cristo a exercer a misericórdia: o perdão à mulher pecadora. Tendo em conta a primeira leitura do profeta Isaías, podemos afirmar que a misericórdia de Deus convida-nos a não recordar o passado, porque as águas da sua graça divina limparam a nossa consciência no dia do nosso baptismo, abriram caminho no deserto da nossa vida e fizeram correr rios na terra árida do nosso coração. Na segunda leitura, São Paulo afirma que a misericórdia divina lança-nos para a frente na vida, sem olhar para trás, rumo à meta da santidade. Jesus Cristo é a expressão máxima da misericórdia de Deus, perdoando quando confessamos os nossos pecados, dizendo: “Vai e não tornes a pecar”. Como se isto não bastasse, Ele avisa-nos para não atirarmos pedras de condenação aos outros, porque não somos juízes de ninguém.

O texto do evangelho diz-nos que os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em flagrante adultério. Esta mulher estava solteira e era noiva. Por isso, os seus acusadores, profissionais da lei, pedem contra ela a pena de morte por apedrejamento. A mulher sabe a morte que lhe espera e não se queixa, sabe que pecou. Mas, onde está o homem com quem foi apanhada em flagrante adultério? Nada se sabe dele, talvez escondido em algum lado ou no meio daqueles que a queriam apedrejar. Ninguém atira uma pedra, porque todos são pecadores! Os mais jovens não começaram atirar pedras, porque ainda eram ingénuos, os mais velhos nada fizeram, porque já sabiam todas as estratégias de atirar pedras aos outros e esconder a mão.

07-04-2019

Os escribas e os fariseus não apedrejaram logo a mulher pecadora, porque queriam armar uma cilada a Jesus e, assim, terem pretexto para O acusar. Será que Jesus iria lançar a primeira pedra sobre esta mulher? Se Jesus fosse contra a Lei, seria já motivo de acusação e da sua condenação. Se Jesus ficasse indiferente perante este caso, perderia toda a sua autoridade, porque iria contradizer toda a sua pregação, fundamentada no amor e na misericórdia. Durante a sua vida, Jesus confundiu muitas vezes os seus inimigos com a sua sabedoria, deixando-os sem resposta e obrigando-os a mudar de atitude. Neste episódio da mulher adúltera, Jesus procedeu do seguinte modo: em primeiro lugar, “inclinou-se e começou a escrever com o dedo no chão”; em segundo lugar, como persistiam em interrogá-lo, Jesus dá uma resposta brilhante, através da qual consegue três coisas: não contradiz a lei e assim não o podem acusar; perdoa a mulher pecadora e assim faz o que o seu coração deseja; e confunde os escribas e os fariseus, afirmando: “Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”. Jesus condena o adultério, mas não condena a mulher adúltera: “Ninguém te condenou? Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar”. Coisa impressionante! Condena-se o pecado, mas não o pecador! Em toda a história da humanidade, só existiu um homem inocente que, na hora de atirar a primeira pedra, inclinou-se e começou a escrever com o dedo no chão, espantou os acusadores e perdoou a mulher pecadora.

Com este gesto de Jesus, o que podemos aprender para a nossa vida? Quantos de nós talvez andemos a guardar pedras para atirá-las contra os nossos irmãos pecadores? Quantos de nós já atirámos pedras com a nossa língua afiada, com a nossa inveja, com o nosso desprezo e silêncio? Não desanimemos porque pecamos, porque Deus é misericórdia. Tenhamos a coragem de lhe pedir perdão e mudar a vida. Sejamos firmes contra o pecado, mas cheios de misericórdia com o pecador. Que o Senhor tenha piedade de mim que sou um pecador e que me dê um coração manso e humilde, semelhante ao Seu.

 

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PREPARAR AS CELEBRAÇÕES PASCAIS

A Congregação para o Culto divino publicou, em Janeiro de 1988, uma “Carta circular” que retoma, explicita e particulariza as normas litúrgicas relativas à preparação e celebração das Festas Pascais e sugere oportunos temas da catequese do máximo interesse para a vivência da Páscoa. Destacamos algumas propostas:

1. “Tal como a semana tem o seu início e o seu ponto culminante na celebração do Domingo, sempre caracterizado pela sua índole pascal, assim também o centro culminante de todo o ano litúrgico refulge na celebração do sagrado Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor, preparada pela Quaresma e prolongada na alegria dos cinquenta dias seguintes“. (Carta circular, Preparação e celebração das Festas pascais [PCFP], nº 2). Toda a pastoral e, assim, a pastoral litúrgica, devem brotar da e convergir para a celebração anual da Páscoa.

2. “A caminhada anual de penitência da Quaresma é o tempo de graça durante o qual se sobe à santa montanha da Páscoa. O tempo da Quaresma, com a sua dupla característica, prepara quer os fiéis quer os catecúmenos em ordem à celebração do mistério pascal… Os fiéis, dedicando-se com mais assiduidade a escutar a Palavra de Deus e a uma oração mais intensa, e mediante a penitência, preparam-se para renovar as suas promessas baptismais. (PCFP, nº 6)

3. “Toda a iniciação cristã comporta um carácter eminentemente pascal enquanto é a primeira participação sacramental na Morte e na ressurreição de Cristo. Por esta razão convém que a Quaresma adquira o seu carácter pleno de tempo de purificação e de iluminação…; a própria Vigília Pascal há-de ser tida como o momento mais adequado para celebrar os Sacramentos da iniciação” (PCFP, nº 7).

4. “…Os pastores recordem aos fiéis a importância que tem para fomentar a sua vida espiritual a profissão da fé baptismal que, “terminado o exercício da Quaresma”, são convidados a renovar publicamente na Vigília Pascal” (PCFP, nº 8). Este é o programa próprio da Quaresma.

5. Durante a Quaresma há que organizar uma catequese para os adultos… Ao mesmo tempo, estabeleçam-se celebrações penitenciais… (PCFP, nº 9).

6. “O tempo da Quaresma é também tempo apropriado para levar a cabo os ritos penitenciais, a modo de escrutínios… também para as crianças, já baptizadas, antes de se abeirarem pela primeira vez do Sacramento da Penitência” (PCFP, nº 10).

7. “Deve ministrar-se, sobretudo nas homilias do Domingo, a catequese do mistério pascal e dos sacramentos…” (PCFP, nº 12).
8. “Os pastores exponham a Palavra de Deus mais a miúdo e com maior empenho, nas homilias dos dias feriais, nascelebrações da Palavra de Deus, nas celebrações penitenciais, nas pregações especiais próprias deste tempo, nas visitas que façam às famílias ou a grupos de famílias para a sua bênção. Os fiéis participem mais frequentemente nas Missas feriais e, se isso não lhes for possível, serão convidados para ao menos ler, em família ou privadamente, as leituras do dia” (PCFP, nº 13).9. “A Igreja celebra todos os anos os grandes mistérios da redenção humana, desde a missa vespertina da Quinta-feira “In Cena Domini” até às vésperas do domingo da ressurreição. Este espaço de tempo é justamente chamado o “tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado” e também tríduo pascal, porque com a sua celebração se torna presente e se cumpre o mistério da Páscoa, isto é, a passagem do Senhor deste mundo ao Pai. Com a celebração deste mistério a Igreja, por meio dos sinais litúrgicos e sacramentais, associa-se em íntima comunhão com Cristo seu Esposo” (PCFP, nº 38).
10. “É muito conveniente que as pequenas comunidades religiosas, quer clericais, quer não, e as outras comunidades laicais participem nas celebrações do t r í d u o pascal nas igrejas maiores. De igual modo, quando em algum lugar é insuficiente o número dos participantes, dos ajudantes e dos cantores, as celebrações do tríduo pascal sejam omitidas e os fiéis reúnam-se noutra igreja maior. Também onde mais paróquias pequenas são confiadas a um só sacerdote, é oportuno que, na medida do possível, os seus fiéis se reúnam na igreja principal para participar nas celebrações. Para o bem dos fiéis, onde ao pároco é confiada a cura pastoral de duas ou mais paróquias, nas quais os fiéis participam em grande número e podem ser realizadas as celebrações com o devido cuidado e solenidade, os mesmos párocos podem repetir as celebrações do tríduo pascal, respeitando-se todas as normas estabelecidas” (PCFP, nº 43). “Nestas comunidades, embora muitas vezes pequenas e pobres, ou dispersas, está presente Cristo, por cujo poder se unifica a Igreja una, santa, católica e apostólica” (LG 26)
11. “É desejável que, segundo as circunstâncias, seja prevista a reunião de diversas comunidades numa mesma igreja, quando, por razão da proximidade das igrejas ou do reduzido número de participantes, não se possa ter uma celebração completa e festiva. Favoreça-se a participação de grupos particulares na celebração da vigília pascal, na qual todos os fiéis, formando uma única assembleia, possam experimentar de modo mais profundo o sentido de pertença à mesma comunidade eclesial. Os fiéis que, por motivo das férias, estão ausentes da própria paróquia sejam convidados a participar na celebração litúrgica no lugar onde se encontram” (PCFP, nº 94).

Ano C - Tempo da Quaresma - 5º Domingo - Boletim Dominical

Avisos e Liturgia do 1º Domingo da Quaresma (Ano C)

Na passada quarta-feira, iniciámos o tempo da Quaresma com o rito da imposição das cinzas. Este é um tempo favorável para fazer uma revisão da nossa vida: como estou a dar testemunho de cristão nas minhas palavras, nas minhas acções, em casa, no trabalho, com os amigos e nas minhas responsabilidades profissionais e sociais? Estas semanas da Quaresma são também uma oportunidade para conhecer melhor o mistério de Cristo, para aprender a Verdade de Cristo, para reencaminhar a vida segundo o Evangelho e viver com alegria a dignidade de filhos de Deus.

Todos os anos, a Quaresma conduz-nos à Páscoa, ou seja, à paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo e ao seu regresso ao Pai. Regressa ao Pai levando no seu corpo os sinais da Paixão. Vivamos com intensidade este tempo quaresmal para celebrarmos alegremente a Páscoa deste ano. Que a Páscoa de Cristo seja também a nossa Páscoa. Para que tal aconteça, é necessário viver a nossa vida segundo a vontade de Jesus, o Filho de Deus, que se entregou por nós na cruz, na alegria e no entusiasmo da sua Ressurreição.

10-03-2019

Pelas leituras bíblicas, a Quaresma deste ano está marcada pela misericórdia. Bem sabemos que Deus é misericórdia; foi assim que Se foi revelando no decorrer da história da humanidade. Mas para sentir este Deus misericordioso, é necessário assumir que somos pecadores, pedir-lhe perdão e procurar mudar a nossa vida. Deus concede a sua misericórdia generosamente a todo aquele que está arrependido. Depende de nós abrir o nosso coração à misericórdia de Deus, ou seja, com um coração contrito, humilde, disposto para começar de novo e voltar ao caminho recto, deixando a vida e os caminhos do pecado.

Neste primeiro domingo da Quaresma, somos convidados a fazer deserto, a rever e a centrar a nossa vida naquilo que é essencial e mais importante, ou seja, na fé que devemos professar com a boca e com a vida. Na primeira leitura, Moisés pedia ao povo de Israel para fazer a profissão de fé ao oferecer as primícias diante do altar do Senhor. E hoje somos convidados a fazer o mesmo. A profissão de fé não é uma lista de “verdades para acreditar” ou de “preceitos para cumprir”. Para o povo de Israel era o recordar das maravilhas que Deus fez quando o libertou da escravidão do Egipto. Para nós, é voltar a experimentar nesta Páscoa a liberdade trazida pela morte e ressurreição de Cristo, que nos libertou da escravidão do pecado e da morte e nos faz participantes de uma nova vida: uma vida de santidade e de graça, uma vida de liberdade e de plenitude. Não podemos ter saudades das “cebolas do Egipto”, mas voltar a agradecer a liberdade dos filhos de Deus que nos foi dada no dia do nosso Baptismo.

A narração das tentações de Jesus é para nós um aviso. Durante o deserto da nossa vida, a nossa fé será tentada pelas forças do mal, pelo demónio. Seremos tentados nos três pontos mais fracos que todos carregamos como herança do pecado original: ter, poder e desejo de triunfo. O que fazer? Cristo ensina-nos a vencer as tentações, através dos seguintes meios: a oração, a Palavra de Deus, o jejum, a vigilância, o desprendimento e a humildade. Como é importante rezar sempre com a Bíblia entre as mãos! O jejum é a forma de nos afastarmos de tudo aquilo que não agrada a Deus: ambição, ganância, vícios, egoísmo, inveja. A vigilância ajuda-nos a estar atentos e a dar conta por onde o mal nos quer atacar. O desprendimento das coisas faz-nos bem para nos enchermos de Deus, porque quanto mais vazio está o coração de uma pessoa, mais precisa de coisas para comprar, possuir e consumir. A humildade será sempre a arma eficaz contra o nosso orgulho e egoísmo.

Todos somos tentados! Jesus foi tentado mas não pecou. As tentações não são pecado! Todos temos a tentação do egoísmo, da riqueza, do poder, da fama, do prazer, da indiferença, do desespero, da falta de confiança em Deus! Tantas vezes falhamos na solidariedade, na justiça, no serviço aos outros! Em todas as tentações há o perigo de nelas cairmos, mas também são boas ocasiões de amadurecimento, de redescobrir o verdadeiro sentido da vida, são oportunidades para crescermos na fé e na entrega das nossas vidas a Deus.

Ano C - Tempo da Quaresma - 1º Domingo - Boletim Dominical

 

Avisos da Semana e Liturgia 3ºdomingo do Advento Ano C

O tema deste 3º Domingo pode girar à volta da pergunta: “e
nós, que devemos fazer?” Preparar o “caminho” por onde o Senhor vem significa questionar os nossos limites, o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.
A primeira leitura sugere que, no início, no meio e no fim desse
“caminho de conversão”, espera-nos o Deus que nos ama. O seu amor não só perdoa as nossas faltas, mas provoca a conversão, transforma-nos e renova-nos.

16-12-2018

Daí o convite à alegria: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de tudo, insiste em fazer caminho connosco. A segunda leitura insiste nas atitudes corretas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, oração.
O Evangelho sugere três aspectos onde essa transformação é
necessária: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar absolutamente a
dignidade dos nossos irmãos. O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “batizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver de acordo com essa dinâmica.
“E nós, que devemos fazer?” A expressão revela a atitude correcta de quem está aberto à interpelação do Evangelho. Sugere-se aqui a disponibilidade para questionar a própria vida, primeiro passo para uma efetiva tomada de consciência do que é necessário transformar.
Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus e, portanto, pertencem a todos: ninguém tem o direito de se apropriar deles em seu benefício exclusivo. As desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração aos gritos de quem vive abaixo do limiar da dignidade
humana, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem, são obstáculos intransponíveis que impedem o Senhor de nascer no meio de nós. As nossas comunidades e nós próprios damos testemunho desta partilha que é sinal
do Reino proposto por Jesus?
Os publicanos eram aqueles que extorquiam dinheiro de modo
duvidoso, despojando os mais pobres e enriquecendo de forma ilícita. Que dizer dos modernos esquemas imorais (às vezes lícitos, mas imorais) de enriquecimento rápido? Que dizer da corrupção, do branqueamento de dinheiro sujo, da fuga aos impostos, das taxas exageradas cobradas por certos serviços,
das falcatruas? Será possível prejudicar conscientemente um irmão ou a comunidade inteira e acolher “o Senhor que vem”?
“Não exerçais violência sobre ninguém”… E os atos de violência, que tantas vezes atingem inocentes e derramam sangue ou, ao menos, provocam sofrimento e injustiça? E os atos gratuitos de terrorismo, ainda que sejam mascarados de luta pela libertação? E a exploração de quem trabalha, a recusa de um salário justo, ou a exploração de imigrantes estrangeiros? E as prepotências que se cometem nos tribunais, nas repartições públicas, na própria
casa e, tantas vezes, nas recepções das nossas igrejas? Neste quadro, é possível acolher Jesus?
Ser cristão é ser batizado no Espírito, quer dizer, é ser portador dessa vida de Deus que nos permite testemunhar Jesus e a sua proposta. O que é que conduz a nossa caminhada e motiva as nossas opções – o Espírito, ou o nosso
egoísmo e comodismo?