Chegou a hora de largar a chupeta!
– Quando é que se deve retirar a chupeta? A que estratégias pode recorrer?
– Sabe qual é o papel do Terapeuta da Fala?
O envolvimento da criança no processo de retirada da chupeta é bastante importante, visto que garante um desenvolvimento emocional saudável.
Com que idade as crianças devem deixar a chupeta?
O adeus à chupeta deve acontecer, segundo especialistas em saúde oral, entre os dois e os três anos de idade, sendo estas consideradas as idades de limite. Quanto mais tempo o hábito de sucção se mantiver, maior será o risco de prejudicar o desenvolvimento do seu filho, principalmente depois da erupção dos dentes!
Como deve ser retirada a chupeta?
Considerando a componente emocional, é importante que a chupeta seja retirada gradualmente. Ao retirar, repentinamente, o objeto mais querido da criança, vai deixá-la triste e a tendência é esta procurar uma alternativa próxima, fácil e rápida que substitua a chupeta, ou seja o dedo.
Nesta fase da vida da criança, deve ser realizada uma preparação emocional e torná-la ativa durante todo o processo de remoção da chupeta.
A sucção digital é prejudicial à criança?
O ato de chuchar no dedo é considerado pior do que chuchar na chupeta. Enquanto a chupeta com mais ou menos tempo pode ser esquecida pela criança, o dedo vai estar sempre presente. A sucção digital causa alterações dentárias com maior probabilidade.
Em relação à higiene, é mais fácil manter a chupeta limpa (com proteções do bico e esterilizações) do que o dedo que está constantemente exposto a fatores poluentes.
Que estratégias pode utilizar para retirar a chupeta à criança?
Como nem sempre é fácil retirar a chupeta, de seguida são apresentadas algumas ideias que podem facilitar a separação desse objeto tão importante para a criança:
Planeia a despedida: tal como existe a fada dos dentes, pode inventar a fada das chupetas. A criança coloca-a numa caixa, que a fada leva, e em troca tem uma surpresa. Em caso de crianças crescidas pode sensibilizá-las para esse facto e em conjunto deitarem-nas no lixo.
Estabeleça limites: reduza os contextos de utilização da chupeta, quer seja em determinados espaços da casa ou em momentos do dia.
Reforço positivo: torne este momento positivo e em tom de jogo (vamos ver se consegues usar a chupeta só no teu quarto?), evitando ralhar para não se conseguir o efeito oposto (mais apego à chupeta).
Conforto: se a criança está cansada, ofereça outras formas de conforto – beijinhos, carinhos, peluches e reforce esse comportamento de “menino(a) crescida”.
Se for necessário pode fazer um pequeno furo na chupeta, dificultando a sua sucção.
Para mais sugestões deve consultar um Terapeuta da Fala!
Qual é o papel do Terapeuta da Fala?
A Terapia da Fala tem um papel preponderante nesta área. É importante efetuar campanhas de divulgação e prevenção, esclarecendo as dúvidas dos pais mas também fornecendo orientações acerca dos problemas que podem advir do uso prolongado da chupeta.
A atuação precoce e a orientação bem direcionada evitará problemas de fala, mastigação, deglutição, respiração e dentárias que muitas vezes são frequentes em crianças que usaram chupeta até tarde.
Não deixe que o uso da chupeta vire um vício para a criança! E nunca é demais repetir que o uso deve ser limitado para quando for absolutamente necessário.
Por:Ana Carolina Marques – Terapeuta da Fala na APSCDFA