Solenidade da Ascensão do Senhor
- a) Hoje, não recordamos outro facto histórico senão a morte e a ressurreição de Jesus: o Ressuscitado está com Deus: “Na verdade, o Senhor ressuscitou”, como temos vindo proclamar neste tempo. O homem Jesus, o Crucificado, é um com o Pai: é o próprio Deus que assume a nossa vida e a leva à plenitude (“Eu e o Pai somos um”). As orações da liturgia deste Domingo expressam a fé da Igreja que acredita que a glória da qual participa plenamente a sua Cabeça, Jesus, será também a mesma para todos aqueles que formam o seu Corpo. É uma solenidade que aumenta a nossa esperança de sermos aquilo que Deus quer que sejamos: ser como Ele, viver com Ele, intimamente unidos a Ele. Seguindo a sua vontade, também gozaremos da vida de Jesus Cristo: nele se unem a humanidade e a divindade. No evangelho deste Domingo, Jesus Ressuscitado incentiva os seus discípulos à acção evangelizadora, ou seja, a fazer aquilo que Ele fez: anunciar o evangelho “por todo o mundo”, “a toda a criatura”. De que forma? Como Jesus tinha feito, com palavras e obras, combatendo o mal. Com que finalidade? Para que todo o mundo possa ter a oportunidade de experimentar a felicidade que Deus nos concede. Outro aspecto da Ascensão que não pode ficar esquecido, é que, apesar da sua ausência física, Jesus está presente e acompanha a missão dos discípulos. A Ascensão de Jesus não supõe um abandono do mundo. Desde o início, os discípulos de Jesus sentiram que “o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam”. Foi esta a força dos mártires e é esta a força de todos aqueles que se comprometem e se entregam ao serviço da evangelização.
- b) A Solenidade da Ascensão não perturba o ritmo litúrgico do Tempo Pascal. Por isso, convém manter o mesmo “clima” festivo de toda a Pascoa, não exagerando na ornamentação da igreja. Deixemos a “apoteose” festiva para o próximo Domingo, Solenidade do Pentecostes, encerramento do Tempo da Páscoa.
- c) Neste Domingo, a Carta aos Efésios afirma que é vontade de Deus todos alcançarem a plenitude em Cristo. A Ascensão é o anúncio desta vontade e desta esperança que podemos viver e vivemos, porque este desígnio de Deus já se vai realizando neste mundo. Deus manifesta-se e a sua missão salvífica prossegue nas mais diversas circunstâncias da vida, ou seja, na cruz e na ressurreição de cada um e da humanidade. Aos discípulos recomenda-lhes: “sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra”. Celebramos a Ascensão sem esquecer a Incarnação. Assim nos recorda S. Paulo: “Aquele que desceu é precisamente o mesmo que subiu muito acima de todos os céus, a fim de encher o universo” (Ef 4, 10). O Filho de Deus fez-se homem não só para assumir a nossa condição, mas também para nos conduzir (como bom pastor) a ser como Ele. E isto Ele faz e fará a partir da realidade humana. Como Ele, não fugiremos à paixão e à morte. Se Ele venceu a morte, com Ele, também nós venceremos. A 1ª leitura dos Actos dos Apóstolos leva-nos a concluir que a vida cristã é um permanente olhar “para cima”, para o céu, mas também olhar para a terra. Olhar para o céu, esperando o Senhor; olhar para a terra (a realidade donde, pela fé, também vemos Deus que se manifesta), amando e trabalhando pelo bem de todos. Em Jesus Cristo, o céu e a terra unem-se para sempre. Assim, olhar o céu e a terra é o mesmo olhar. Por isso, sem procurar uma saída fácil para as nossas dificuldades, podemos rezar: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Em cada dia, o cristão reza e espera tudo de Deus, procura saber qual é a Sua vontade para a concretizar com todas as suas forças.
Ver: https://liturgia.diocesedeviseu.pt/LITURGIAEVIDA/index.html
12-05-2024paroquiaagb
Leitura Espiritual
«O Senhor Jesus […] foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus»
«Alteai-vos, pórticos antigos, que vai entrar o Rei da glória! Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos exércitos. É Ele o Rei da glória» (Sl 23, 7.10). Estes versículos aplicam-se maravilhosamente à ascensão de Nosso Senhor, recebido no Céu pelos coros dos anjos. […]
Como sois bom, meu Deus, que nos consolais das penas da terra com a visão da vossa felicidade. […] Como primeiro dever, mandais-nos amar-vos. […] E, se cumprirmos este dever, segue-se imediata e necessariamente que somos, já neste mundo, durante toda a nossa vida, maravilhosamente, infinitamente felizes. Participamos já, de certo modo, da felicidade dos eleitos, pois, como eles, gozamos daquilo que os torna felizes; como eles, somos felizes porque sabemos que Vós sois feliz. […] Na verdade, não o vemos claramente, mas sabemo-lo indubitavelmente […].
Quando estivermos tristes, angustiados pelos pecados dos outros ou pelos nossos, pelos sofrimentos físicos ou morais do nosso próximo ou os nossos, quando sentirmos chegar o desânimo, elevemos o nosso coração e pensemos que, aconteça o que acontecer connosco neste mundo e no outro, aconteça o que acontecer com o mundo inteiro, Jesus, que é o nosso bem-amado, é bem-aventurado: Ele subiu aos Céus, está sentado à direita do Pai e é feliz por toda a eternidade. […] Quando amamos, se aquele a quem amamos é feliz, nada nos falta […]; basta-nos que o nosso tudo seja feliz […].
Se O amamos, olhemos para Ele e agradeçamos-Lhe sem cessar, como os anjos e como a Igreja à vista da sua glória: «Nós Vos damos graças por vossa imensa glória» […]. Meu Deus, pela vossa grande misericórdia, fazei que a visão da vossa felicidade seja o nosso apoio neste mundo e a nossa felicidade eterna! Amen. (São Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saara, Salmo 23, § 46).
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Programação de Celebrações e Missas da Semana, de 15 a 19 de maio na Unidade Pastoral das Paróquias de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã, Algodres e Freixiosa.