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Avisos e Liturgia do 33º Domingo do Tempo Comum- Ano A

 

Continuando com a ênfase do final do ano litúrgico que terminaremos, se Deus quiser, no próximo Domingo, as leituras da Palavra de Deus que escutamos neste Domingo falam-nos do fim dos tempos e da necessidade de estarmos preparados. Concretamente, no texto do evangelho, Jesus pede-nos para fazer frutificar os talentos que Deus nos concedeu. Desde o início da nossa existência, Deus colocou em cada um de nós uma série de dons, de carismas. São dons da sua graça. Alguns de nós terão o dom da liderança, outros terão o dom para tarefas mais práticas, outros para um trabalho de pesquisa e mais intelectual, etc.

Estes dons que, gratuitamente, Deus nos deu têm de frutificar, ou seja, têm de ser postos a render, usando-os em benefício dos nossos irmãos. Jesus recusa a atitude do terceiro servo que nada fez para fazer render os talentos, apesar de não os ter perdido. Assim, Jesus convida-nos a não ficarmos encerrados em nós próprios, mas a partilhar tudo aquilo que recebemos de Deus, a abrirmo-nos ao mundo, aos irmãos, à Igreja. Não podemos guardar egoisticamente os dons que Deus nos deu. O Senhor sempre foi generoso connosco, até ao ponto de nos dar o seu próprio Filho. E nós? Somos generosos com Ele? Somos generosos como Ele? Cada um de nós, jovens e adultos, saudáveis ou fragilizados, temos de fazer frutificar os dons oferecidos por Deus, cada um na sua medida. Juntos podemos dar um bom testemunho como filhos de Deus que somos aos nossos irmãos mais necessitados, aos que não acreditam, aos desiludidos, aos jovens, etc. Desta forma, no final da vida terrena, queremos apresentar-nos diante de Deus com as nossas mãos cheias das boas obras que praticámos, não em nosso nome ou por nossa própria conta, mas as obras que fizemos em nome do Senhor, porque, como nos diz S. Paulo na segunda leitura, “não somos filhos da noite nem das trevas”, mas “filhos da luz e filhos do dia”. Assim como na primeira leitura encontramos o elogio da mulher no livro dos Provérbios, no salmo é dito que é ditoso o que segue o caminho do Senhor, ajudando o irmão, partilhando com ele a vida, levando luz onde há trevas.

Assim, podemos perguntar: qual é a verdadeira sabedoria? A resposta é a seguinte: colocarmo-nos nas mãos do Senhor, que nos criou, servi-lo seguindo os seus caminhos e fazendo frutificar em nós tudo aquilo que nos ofereceu generosamente. É muito importante viver o presente com o olhar orientado para o futuro. Só temos uma vida; temos de viver cada momento como se fosse o único, com autenticidade, com honestidade, sempre a fazer o bem, numa atitude vigilante. Assim, também ouviremos da boca de Jesus: “Muito bem, servo bom e fiel. Vem tomar parte na alegria do teu Senhor”. Que a Eucaristia deste domingo, antecipação deste banquete eterno, seja o alimento salvador que dá a força e o vigor para fazer frutificar o que o Senhor semeou em cada um de nós.

 

«Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória»

15-11-2020

«[O Senhor disse a Josué:] Há ainda muita terra por conquistar» (Js 13,1). Considerai a primeira vinda de Nosso Senhor, o Salvador, quando veio a este mundo semear a Palavra; pela simples força da sua sementeira, apoderou-Se de toda a terra, pondo em fuga as potências adversas e os anjos rebeldes que dominavam o espírito das nações, ao mesmo tempo, que semeava a sua Palavra e expandia a sua Igreja. Assim foi a sua primeira tomada de posse de toda a terra. Segui-me agora pelas veredas subtis da Escritura e mostrar-vos-ei em que consiste a segunda conquista de uma terra sobre a qual foi dito a Josué/Jesus que faltava ainda conquistar uma grande parte.

Escutai as palavras de Paulo: «É necessário que Ele reine até que tenha feito de todos os inimigos um estrado para os seus pés» (1Cor 15,25; Sl 109,1). É essa a terra da qual faltava submeter uma grande parte a seus pés, de modo que Ele tomasse para Si todos os povos como herança. E vemos que há muitas coisas que não estão ainda submetidas aos pés de Jesus; ora, é preciso que Ele entre na posse de todas elas, uma vez que o fim do mundo não poderá advir sem que tudo Lhe tenha sido submetido.

Assim, diz o profeta: «Todas as nações Lhe serão submetidas, das extremidades dos rios até às extremidades da terra, e diante d’Ele se prostrarão os etíopes» (Sl 71,8-9, Setenta); e também: «Do outro lado dos rios da Etiópia hão de trazer-Lhe ofertas» (Sof 3,10). Daqui resulta que, na sua segunda vinda, Jesus dominará esta terra da qual muito resta por possuir.

Mas bem-aventurados aqueles que tiverem sido seus súbditos desde a primeira vinda, pois serão verdadeiramente cumulados de favores, mau grado a resistência de tantos inimigos e os ataques de tantos adversários, e receberão a sua parte da Terra Prometida. Mas quando, pela força, for alcançada a submissão, no dia em que necessariamente for destruído o último inimigo, que é a morte (1Cor 15,26), não haverá favores para aqueles que recusarem submeter-se-Lhe. (Orígenes, c. 185-253, presbítero, teólogo, Homilias sobre o Livro de Josué, 16, 3)

 

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Ano A - Tempo Comum - 33º Domingo - Boletim Dominical II

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