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Avisos e Liturgia do XXIX Domingo do Tempo Comum – ano B

A SALVAÇÃO ACOLHE-SE

O “PELOURO” DO PODER GENUÍNO “Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem, para os que esperam na sua bondade”. Esta afirmação de fé, que proclama o salmista, não brota do catecismo, nem de uma alocução do magistério, mas de uma experiência de vida. Ele sabe que quem procura a Deus, com um coração sincero, sente a Sua proximidade. Estas verdades que nasceram da experiência de milhares de crentes que nos antecederam, têm um sabor e uma importância singulares, que devemos valorizar. Deus olha-nos e considera-nos como seus amigos. Todos sabemos que estamos sob o olhar atento de Deus. Mas, o que nos diz a Sagrada Escritura está muito longe, do que, geralmente, pensamos. Nos antigos retábulos de talha dourada, encontramos, por vezes, a imagem de um olho que tudo vê. No texto evangélico deste Domingo, é dito que dois amigos de Jesus tudo fazem para subir na vida, para se fazerem a lugares de honra e de prestígio; e os outros seus companheiros ficam invejosos, por eles se terem antecipado. Este é um dos pecados mais repugnantes da fraqueza humana. Deus não nos olha para nos repreender nem para nos condenar, nem para nos afastar da sua presença. Deus não condena, mas une, congrega. De facto, o evangelista diz que, perante o clima tenso gerado, “Jesus chamou-os”, ou seja, juntou-os à sua volta. Deus não se surpreende com o calibre dos nossos pecados. Ele vê-nos a experimentar o pecado; certamente, não gostará da nossa falta de amor e de honestidade. Mas, não nos rejeita.

Quando gostamos de alguém, depois de ter passado o momento da paixão e do encantamento, segue-se uma outra fase em que se descobrem os defeitos e as incapacidades.

Por vezes, ficamos surpreendidos que alguém ame uma pessoa, a qual não apreciamos. Porém, quando se ama alguém, não se valoriza o mal do outro, mas valoriza-se o que tem de bom. Pode, até, o bom ser muito pouco, mas é de uma qualidade suficiente que vale a pena partilhar a vida com essa pessoa. Porquê? Porque o amor verdadeiro não desilude ninguém; nem Deus. Ele olha-nos com amor. Por isso, não se importa de se fazer homem e de sofrer a cruz como profetizou Isaías: “Aprouve ao Senhor esmagar o seu servo pelo sofrimento…O justo, meu servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades”. A carta aos Hebreus diz-nos que somos felizes, porque o sumo sacerdote (Jesus) é incapaz de não se compadecer de nós. Ele vê-nos, cuida de nós, conhece-nos muito bem. Pelo pouco de bom que temos, muitas vezes escondido, Ele achou que valia a pena morrer por nós. Hoje, o Senhor continua a juntar-nos para nos explicar que o serviço é a nossa vocação. A nossa condição de baptizados faz com que olhemos a vida de uma forma incompreensível aos olhos do mundo. A quem ambiciona, se não for o primeiro lugar, um posto mais vantajoso do que o que já tem, Jesus recorda-lhe que “quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos”. Revestir-se de Cristo é entrar na condição do Filho do homem, que veio para dar a sua vida pela redenção de todos, cumprindo, assim, a vontade do Pai, sendo o Servo Sofredor. Com o seu sofrimento, suportado livre e convictamente, restaura a comunhão entre a humanidade e Deus. Em cada Domingo, Ele convoca-nos para nos ver (olhar de Deus) e para nos transmitir uma Palavra de Vida que nos ajude a revelar e a investir a beleza que temos no mais profundo do nosso ser.

20-10-2024

 paroquiasagb

Leitura Espiritual

«Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo»

 

Que necessidade tinha o Filho de Deus de sofrer por nós? Uma grande necessidade, que podemos resumir em dois pontos: necessidade de remediar os nossos pecados e necessidade de nos dar um exemplo de conduta. A Paixão de Cristo dá-nos um modelo válido para toda a vida. Se procuras um exemplo de caridade: «Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15,13). Se buscas paciência, irás encontrá-la na cruz em grau máximo; na cruz, Cristo sofreu grandes tormentos com paciência: «ao ser insultado não ameaçava» (1Ped 2,23), «não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro» (Is 53,7). «Corramos com perseverança a prova que nos é proposta, tendo os olhos postos em Jesus, autor e consumador da fé. Ele, renunciando à alegria que Lhe fora proposta, sofreu a cruz, desprezando a ignomínia» (Hb 12,1-2). Se procuras um exemplo de humildade, olha para o Crucificado; porque Deus quis ser julgado por Pôncio Pilatos e morrer. Se procuras um exemplo de obediência, basta que sigas Aquele que Se fez obediente ao Pai «até à morte» (Fl 2,8). «De facto, tal como pela desobediência de um só homem todos se tornaram pecadores, assim também pela obediência de um só todos se hão de tornar justos» (Rm 5,19). Se buscas um exemplo de desapego dos bens terrenos, segue Aquele que é «Rei dos reis e Senhor dos senhores», «em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (1Tim 6,15; Col 2,3): Ele está nu na cruz, tornado motivo de escárnio, coberto de escarros, maltratado, coroado de espinhos e, por fim, dessedentado com fel vinagre. (São Tomás de Aquino, 1225-1274, teólogo dominicano, doutor da Igreja, Conferência sobre o Credo, 6).

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Avisos na Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres de 20 a 27 de outubro de 2024.

Agenda Pastoral Paroquial nas Paróquias de Figueiró da Granja, Maceira, Sobral Pichorro, Muxagata, Fuinhas e Mata.

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