
a) Ao olharmos para as leituras bíblicas deste Domingo, reparamos que o grande visado é aquele que preside e prega. Jesus critica duramente os escribas, os fariseus e toda a classe de dirigentes do povo por causa da sua hipocrisia e pela maneira interessada de exercer o seu ministério, não cumprindo o que ensinam. São umas boas pistas de reflexão para aquele que fala. Com termos muito parecidos, o profeta Zacarias também aborda este tema.
b) Os fariseus não eram pessoas más. Eram piedosos, amavam a Lei de Deus, porque O queriam agradar. Tão amantes eram da Lei de Deus que se convertiam facilmente em legalistas. As formas exteriores e os ritos cumpriam-nos até ao mínimo detalhe, descuidando, todavia, coisas tão importantes como a caridade e a misericórdia. Pregavam aos outros o que deveria ser feito, mas não assumiam na vida aquilo que diziam. Ao longo do evangelho, Jesus denuncia os vários defeitos que encontrava nos fariseus e nos dirigentes da sociedade de então. Esta postura trouxe-lhe muitos problemas e veio a acabar mal. Jesus não condenou a autoridade, mas o modo de a exercer. O seu ataque era directo: “eles dizem e não fazem”: não há harmonia entre as palavras e as acções; são exigentes somente com os outros: “atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover”; “tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens”, procurando os primeiros lugares, as saudações nas praças públicas e que os tratem por mestre, pai, conselheiro e guia. Já o Profeta Malaquias criticava os sacerdotes do seu tempo, porque não eram sinceros e somente se interessavam por si mesmos, esquecendo Deus e os seus fiéis. “Vós desviastes-vos do caminho, fizestes tropeçar muitos na lei e destruístes a aliança de Levi… Fazeis acepção de pessoas… Não temos todos nós um só Pai?”
c) Todos podemos ter algo de fariseu e de hipócrita. A denúncia de Jesus continua actual para os responsáveis de uma comunidade, para os que ocupam algum lugar de autoridade nos vários âmbitos: vida familiar, educação, política, trabalho e eclesial. Seremos “afectados” pela mesma denúncia se não fizermos o que dizemos, se somos exigentes com os outros e tolerantes connosco próprios; se somente queremos protagonismo (aplausos, uma boa opinião pública a nosso respeito, “aparecer na fotografia”), dando desprezo aos outros; se entendermos a autoridade para nosso proveito em vez de a colocar ao serviço dos outros, esquecendo a frase de Jesus: “aquele que for o maior entre vós seja o vosso servo”. Que bom seria fazer um sério exame de consciência sobre como está a nossa relação com os outros, por vezes, afectada pelo próprio interesse e pela ideia de auto-suficiência (olhar por cima do ombro do outro, tratando bem os que nos interessam ou os que são mais simpáticos, etc). Dou, aqui, uma sugestão: aqueles que na celebração litúrgica exercem algum ministério (presidente, admonitor, cantor, sacristão, etc) poderão examinar-se sobre se entendem esse ministério a seu favor ou como serviço à comunidade; se nos sentimos donos e senhores da palavra, da graça, da comunidade, ou representantes Daquele que disse que veio para servir e não para ser servido e dar a vida pelos outros. Neste domingo, além do exemplo de Jesus, temos, na 2ª leitura, o exemplo de Paulo. Que bom seria se pudéssemos dizer sobre a nossa conduta na comunidade o que ele disse de si: “pela viva afeição que vos dedicamos”, “tão caros vos tínheis tornado para nós”, desejaríamos partilhar convosco, não só o Evangelho de Deus, mas ainda a própria vida”, “foi a trabalhar noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, que vos pregámos o Evangelho de Deus”.
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Programação de Missas e Celebrações da Semana, de 07 à 12 de novembro na Unidade Pastoral P. Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã, Algodres e Freixiosa

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