Em comunicado, o PSD Distrital da Guarda refere que um Requerimento foi entregue pelo Deputado do PSD, Carlos Peixoto, ao MAI, sobre o fecho ou suspensão de postos da GNR no Distrito da Guarda, referindo:” O Governo validou o encerramento e/ou a suspensão da atividade de nove postos da GNR no distrito da Guarda.
O estranho argumento que utilizou foi o da otimização dos recursos disponíveis em face do aumento da incidência de Covid-19 em inúmeros concelhos, a que acrescentou o alegado benefício obtido pelas populações com aumento do número de militares disponíveis para o patrulhamento exterior.
Ora, é do conhecimento geral que as forças de segurança neste distrito em particular, e no interior do país em geral, têm perdido efetivos ano após ano.
O Governo não investe nos territórios de baixa densidade e vai esvaziando lentamente o corpo de guardas que afeta a estas regiões, desincentivando quem neles resiste, afastando investimentos públicos e privados e aniquilando emprego e fixação de pessoas nestes desprezados e recônditos lugares.
Daí que a retórica questão da otimização de recursos só se coloca porque o Governo renunciou e prescindiu desses recursos, capitulando perante as zonas urbanas e perante outras prioridades que não a segurança nas zonas menos populosas.
Por outro lado, é absurdo que seja precisamente na fase em que a situação epidemiológica está a melhorar a olhos vistos que se justifique o encerramento destes postos com base no agravamento da situação de Covid-19…!!!
Este paradoxo, somado à explicação que foi dada de que a suspensão permite um melhor serviço de patrulhamento exterior, lança a dúvida legitima se, afinal, este ensaio, que se classifica benignamente como temporário, não será para ficar e se transformar em definitivo.
De resto, não deixa de ser sintomático que os argumentos usados sejam transversais a todo o país e só as regiões do interior tenham sofrido na pele (uma vez mais) com esta denominada suspensão temporária do funcionamento dos postos.
Assim sendo, e para que não subsistam dúvidas, vem o deputado signatário, nos termos regimentais e constitucionais aplicáveis, através de Vossa Excelência, colocar as seguintes questões ao Senhor Ministro da Administração Interna:
1) Quantos postos da GNR suspenderam, modificaram ou cessaram a sua atividade de
atendimento à população nas últimas semanas em todo o território nacional?
2) Do número global de postos nessa situação, quantos se situam nas áreas Metropolitanas de
Lisboa e Porto ou no litoral do país, e quantos se situam em regiões ou distritos do denominado
interior do país (ou territórios de baixa densidade)?
3) A alteração no funcionamento dos postos do distrito da Guarda é mesmo temporária e
provisória? Em caso afirmativo, até quando?
4) Se o Governo explica que a suspensão ocorrida melhora o patrulhamento exterior, com que
argumentos vai justificar a reabertura desses postos ou a reposição dos seus horários de
funcionamento?
5) Porque razão no primeiro confinamento de Março de 2020, onde também foi necessário
controlar fronteiras e conter o crescimento dos contágios por Covid-19, esta suspensão ou
encerramento não ocorreu?