Expressões como “A mulher ficou com os nervos à flor da pele” permitem que o seu pensamento crie, automaticamente, a imagem de uma mulher, agitada, que age sob o impulso, à medida que as emoções parecem brotar como suor que lhe sai da pele … Mas o mais interessante desta visualização, não é efetivamente a imagem da mulher em si, mas a reação do próprio leitor que, inconscientemente, alterou o movimento das suas narinas e o próprio batimento cardíaco. Estas pequenas alterações subconscientes comprovam que mesmo quando as palavras são mudas o corpo fala!
Manifestações como o suor, o odor, a temperatura, a irritação ou comichão da pele são alterações causadas, comumente pelos diversos fatores psico emocionais. E porquê? No que respeita ao órgão mais extenso do corpo humano -a pele – constituída pela epiderme e derme, tem como origem embrionária o neuro- ectoderma onde são formados o sistema nervoso e a pele, e por essa mesma razão existe uma relação entre as emoções e as doenças dermatológicas.
A Psoríase é uma, entre inúmeras outras, efemeridades que testemunha este vínculo. Esta, é caracterizada como uma doença crónica e inflamatória, na qual a pele se veste de placas encarnadas e salientes que provocam desconforto e prurido. Este processo inflamatório, proliferado pela epiderme, é reacional, e consequentemente, quanto mais o leitor estiver exposto a níveis de elevado stresse emocional maior será a inflamação.
Os aumentos de produção de cortisol na corrente sanguínea vão ativar as células dendríticas da pele, o que vai desencadear uma maior libertação de neuro mediadores e catecolaminas pelas terminações nervosas contribuindo para piorar a inflamação cutânea e retardar o processo de cicatrização das feridas. Este agravamento vai produzir um impacto psicossocial negativo, pois vai impossibilitar a realização de tarefas, ditas normais e rotineiras, a autoestima baixa, e o isolamento social surge como um mecanismo compensatório para lidar com a incapacidade de exposição do próprio corpo ou com o julgamento alheio sobre as lesões, aparência ou até mesmo um contágio hipotético e irreal.
Na envolvência destes constrangimentos, é possível através da Hipnose Clínica, controlar a sintomatologia e diminuir, significativamente, o processo inflamatório de forma natural e sem contraindicações. A dissociação entre a emoção e a razão desencadeia, por si só, a libertação hormonal de dopamina e serotonina que vai, automaticamente, reduzir os níveis de cortisol na corrente sanguínea e, por conseguinte, travar ou diminuir todo o processo inflamatório cutâneo. Para além desta compreensão fisiológica, esta ferramenta terapêutica permite regular outras funções autónomas, como: o fluxo sanguíneo, ou até mesmo a dor, o prurido. A intervenção abrange, também, os diversos fatores psicossomáticos que influem negativamente nas doenças dermatológicas, devolvendo assim a qualidade de vida ao leitor.
No próximo boletim de saúde poderá saber mais sobre a diferença entre o desejo e a necessidade.
Sara Morais
Hipnoterapeuta
Consultas 91 63 54 106