No texto do evangelho, estamos a ouvir passagens do Sermão da Montanha, proferido por Jesus no início da sua vida pública; é o sermão programático da sua missão. Neste domingo, é proclamada a parte em que Jesus envia os Doze em missão e apresenta-lhes as tarefas que terão de cumprir, dando-lhes, para isso alguns conselhos oportunos. Recorda-lhes, de uma forma resumida, a opção que tomaram, o estilo de vida e a postura pública a ter. Nunca poderão esquecer que, por Jesus, são enviados pelo Pai. Trata-se agora de imitar o Mestre pondo em prática os seus ensinamentos e imitá-lo nas acções. Porém, neste domingo, por três vezes, Jesus dá-lhes coragem e confiança, dizendo: “Não tenhais medo”.
Desde o início, Jesus afirmou que tinha chegado a hora do Reino: “o Reino de Deus está perto, está no meio de vós”. Já não é algo escondido que ainda se está à espera, mas, com as suas palavras e acções e as dos seus, o Reino torna-se presente. Nenhuma perseguição, nenhuma oposição ou estratégia humana poderão destruir este Reino. É a hora da verdade! Acabou-se o tempo da espera! Com a pregação pública do Reino, revela-se o que estava escondido nas mentes e nos corações. Agora, cada pessoa, cada família, cada grupo, têm de decidir a favor ou contra o projecto de Deus que Jesus anuncia. Já não há lugar para posições secretas, cobardes, interesseiras e para as meias verdades. O Evangelho do Reino dissipa as dúvidas e apresenta claramente o caminho de Deus. Hoje, a frase de Jesus “Não tenhais medo dos homens” convida a Igreja a sair à rua, sem medo nem complexos.
De seguida, Jesus continua: “Não tenhais medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma”. Esta é a coragem missionária. A pregação do Evangelho é maior que a voz corporal que a proclama. Esta voz pode ser calada, mas a “alma” da pregação não é possível ser calada, nem com o martírio, nem com a morte.
Finalmente, pela terceira vez, Jesus diz: “Não tenhais medo: valeis muito mais do que os passarinhos”. Bem se pode aplicar esta última parte do texto às resistências que sentimos quando anunciamos o Evangelho. À nossa volta, reina tanto desinteresse religioso e tanta falta de fé! Vivemos uma situação parecida com a de Jeremias na primeira leitura. O profeta estava disposto a sofrer a perseguição dos inimigos de Deus, convertidos em seus próprios inimigos. Mas o que lhe faz mais sofrer é a perseguição que lhe fazem os seus amigos mais próximos, aqueles de quem ele esperava apoio. Hoje, podemos vacilar, mas nunca desanimar, como Jeremias. A perseguição mais dolorosa e que mais desgasta a Igreja é a indiferença das pessoas que não acreditam na fonte da nossa fé e da nossa missão. Por isso, há que confiar em Deus, o Senhor do Universo. Estamos nas suas mãos. Deus não abandona os discípulos do seu Filho.
Tenhamos a confiança e o entusiasmo de S. Paulo, expressos na segunda leitura. Ele foi perseguido por uns e outros. Mas nunca perdeu a fé na missão que recebeu. Até ao fim, lutou contra ventos e tempestades. Como ele, estejamos convencidos que os frutos da nossa missão brotam da acção redentora de Cristo na cruz.
«Nada há encoberto que não venha a descobrir-se»
21-06-2020Do alto do céu, Deus oferece a todos os homens as riquezas da sua graça. Ele próprio é a fonte da salvação e a luz de onde emana eternamente a misericórdia e a bondade. Mas nem todos os homens tiram proveito da sua força e da sua graça pelo exercício perfeito da virtude e a realização das suas maravilhas; só o fazem aqueles que puseram as suas realizações em prática e que provaram por actos o seu apego a Deus, aqueles que se afastaram completamente do mal, que aderem firmemente aos mandamentos de Deus e que fixam o seu olhar espiritual em Cristo, Sol de justiça (Mal 3,20).
Do alto do céu, Cristo oferece aos que combatem o socorro do seu braço, e exorta-os com estas palavras do Evangelho: «A todo aquele que se tiver declarado por Mim diante dos homens também Eu Me declararei por ele diante do meu Pai que está nos Céus». Enquanto servidores de Deus, os santos declaram-se por Cristo nesta vida passageira e diante dos homens mortais; fazem-no por um curto espaço de tempo e na presença de um pequeno número de homens. Mas nosso Senhor Jesus Cristo declara-Se por nós no mundo da eternidade, diante de Deus seu Pai, rodeado dos anjos e dos arcanjos e de todas as forças do céu, na presença de todos os homens, desde Adão até ao fim dos séculos. Porque todos ressuscitarão e serão julgados no tribunal de Cristo. Então, na presença de todos e à vista de todos, Ele dará a conhecer, glorificará e coroará aqueles que Lhe provaram a sua fé até ao fim. (Gregório Palamas, 1296-1359, monge, bispo e teólogo, Sermão para o Domingo de todos os Santos).
http://www.liturgia.
As Orientações Pastorais em tempo de covid-19 para as Paróquias que me estão confiadas são:
ORIENTAÇÕES PASTORAIS
em tempo de COVID-19
Baptizados:
- Serão celebrados na sede da Paróquia, somente com os Pais e Padrinhos;
- Cumprir-se-ão as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).
Casamentos:
- Devem celebrar-se, preferencialmente, aos Sábados, somente com os Nubentes e as testemunhas…;
- Cumprir-se-ão as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa.
Reconciliação:
- Sempre que for necessário, marcando antecipadamente com o Pároco;
- Cumprir-se-ão as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa.
Unção dos Doentes:
- Sempre que for necessário, marcando antecipadamente com o Pároco;
- Cumprir-se-ão as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa.
Funerais:
- Serão no Cemitério e seguindo as disposições da DGS, do Município e da Diocese;
- A Celebração da Santa Missa de sufrágio será acertada com a Família para quando for oportuno;
- Cumprir-se-ão as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa.
Missas:
Dominical: à hora marcada;
Ferial: à hora marcada. Não haverão celebrações nas Capelas, visto estas não terem as disposições mínimas pela DGS e CEP para este tempo de pandemia. As Missas com intenções particulares serão avisadas e celebradas na Igreja Paroquial;
Cumprir-se-ão, sempre, as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa.
Outros actos religiosos:
Peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas, acampamentos e outras actividades similares em grandes grupos, passíveis de forte propagação da epidemia, continuam suspensas até novas orientações da DGS e CEP.
Pe. Jorge Gomes
Ano A - Tempo Comum - 12º Domingo - Boletim Dominical II