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Avisos e Liturgia do IV Domingo do Advento – ano C

a)         Este Domingo coloca-nos às portas do mistério do Natal. Apesar disso, tanto na homilia como nos cânticos deverá haver já um tom festivo, mas “ligeiro”, para que nada se antecipe e, assim, se mantenha o espírito de expectativa.

 

b)        “Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor” (evangelho). É a primeira bem-aventurança que encontramos no evangelho. É dirigida a Maria. É pronunciada por Isabel, cheia do Espírito Santo. Nós, hoje, repetimo-la: “Bendita sois vós entre as mulheres”. A humildade de Maria, que ela proclamará no Magnificat, é a sua grandeza. Ela é como Belém que, apesar de pequena, dela “sairá aquele que há-de reinar sobre Israel… Ele será a paz” (1ª leitura). A sua humildade levou-a à grandeza do serviço desinteressado a Isabel que estava tão necessitada de ajuda e de companhia. Perante esta grandeza, também Isabel proclama a sua pequenez: “Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?” Deus também elevou a pequenez e a humildade de Isabel, concedendo-lhe um filho, algo que a todos parecia já impossível de acontecer. Às portas da solenidade do Natal, como é bom meditar na humildade e na pequenez de Maria, porque esta é a condição necessária para a acção salvadora de Deus. Também Ele se faz pequeno para se “recolher” no seio de Maria. E no Natal, só os pequenos, os simples e os humildes foram capazes de compreender esta grandeza de Deus. Em Maria, a Palavra de Deus torna-se eficaz. O Prefácio do Advento II/A exprime claramente o papel de Maria na história da salvação: “A graça que em Eva nos foi tirada, foi-nos restituída em Maria. Nela, Mãe de todos os homens, a humanidade, resgatada do pecado e da morte, recebe o dom da vida nova”. A sua atitude de entrega tornou possível a vida de Jesus Cristo; por isso o Prefácio recorda-nos o anúncio da Vigília Pascal através destas palavras: “onde abundou a culpa, superabundou a misericórdia por Cristo, Nosso Salvador”.

 

c)         Tudo isto leva-nos ao paralelismo entre a Mãe de Deus e a Igreja. Também nós pedimos que o Senhor aceite “os dons que trazemos ao vosso altar e santificai-os com o mesmo Espírito que, pelo poder da sua graça, fecundou o seio da Virgem Santa Maria (Oração Sobre as Oblatas). Todos somos convidados ao cuidado generoso e desinteressado dos pobres e humildes, porque são amados por Deus. Também nós devemos descobrir na humildade (“pequenez”) a grandeza de Deus sem nos deixar deslumbrar por coisas grandiosas que só pertencem e têm lugar neste mundo e em nós. Como Maria e como Cristo, quando “entrou no mundo”, aprendamos a dizer: “Eis-me aqui: Eu venho para fazer a tua vontade” (2ª leitura), porque só assim a Palavra de Deus será viva e eficaz na nossa vida e na nossa sociedade.

 

d)        A Oração Colecta deste Domingo tem um valor teológico extraordinário. Vale a pena reflecti-la. Depois de suplicar que a graça de Deus se derrame em cada um de nós, pede “para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a encarnação de Cristo vosso Filho… alcancemos a glória da ressurreição”. Apresentam-se, assim, todos os elementos do Advento e da teologia do Natal que estamos para celebrar brevemente, começando pela clara identificação da Igreja com Maria. O centro, como não podia deixar de ser, é o mistério pascal de Jesus Cristo, do qual fazemos memorial na Eucaristia, Páscoa contínua na vida da Igreja. A celebração da encarnação deve encaminhar-nos para esta plenitude salvadora. Por isso, do Natal também fazemos memorial. “Desça o orvalho do alto dos Céus e as nuvens chovam o Justo. Abra-se a terra e germine o Salvador” (Antífona de Entrada).

 

http://www.liturgia.diocesedeviseu.pt/

19-12-2021

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