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Avisos e Liturgia do XV domingo do Tempo Comum-ano B

FALAR DE JESUS SUPÕE VIVER COMO ELE

Neste Domingo, ouvimos a proclamação do envio dos Doze Apóstolos. Jesus tinha constituído aquele grupo, como nos diz o evangelho de Marcos, “para estarem com Ele e para os enviar a pregar” (Mc 3, 14). A primeira parte desta dupla função pode considerar-se cumprida desde o momento em que os doze acompanham Jesus para todo o lado. Agora, fala-se, pela primeira vez, da outra dimensão da sua identidade: Jesus envia-os a pregar. Não os envia sozinhos, cada um para seu lado, mas são enviados “dois a dois”. Esta estratégia pode ter um sentido prático: não estão tão indefesos, podem ajudar-se um ao outro e se acontecer alguma dificuldade, é mais fácil ser resolvida entre os dois. Mas também dava um tom formal ao anúncio: no judaísmo, duas pessoas podiam oferecer um testemunho válido, mesmo no aspecto legal. Ao enviar os seus apóstolos, Jesus quer que a sua mensagem seja transmitida, pelo menos com mais do que um testemunho, para se apresentar credível. Assim também se recordam mutuamente que não estão sozinhos. De seguida, Jesus diz-lhes o que devem levar para o caminho. Diz-lhe que têm de ser simples, e, assim, transmitir que colocam a sua confiança em Deus. Também lhes dá indicações sobre a maneira de agir com aqueles que encontrarão ao longo da missão. Quando forem recebidos numa casa, deverão nela permanecer; aqueles que pregam a Boa Nova dependem da hospitalidade das pessoas, mas quando são rejeitados não deverão permanecer nesse local. Envia-os a pregar a conversão, a expulsar os demónios e a curar os doentes. São enviados a fazer o que Jesus fazia e, por isso, terão de comunicar uma mensagem que não se resume, somente, a teorias. É uma mensagem que liberta e salva. Não parte de uma comunicação simplesmente intelectual: falar de Jesus supõe viver como Ele. Na primeira leitura, podemos ver como o profeta Amós fala sobre como se sente enviado por Deus a anunciar a sua Palavra. E é claro que há profetas enviados por Deus e há, também, falsos profetas que desejam aproveitar-se da sua posição social. No texto, encontramos o conflito com Amasias, que era responsável por um santuário que existia em Betel. Amasias denunciou Amós ao rei e conseguiu que fosse expulso do território. Este confronto é o fim de Amós, que teve de abandonar a sua missão como profeta; mas, antes de terminar, quer deixar claro que não se é profeta por vontade própria ou por interesse pessoal, mas que foi Deus que o chamou para anunciar ao povo a Sua vontade. É uma chamada irresistível. Como Deus enviou os profetas, e como Jesus enviou os Doze, também nós somos enviados todas as vezes que celebramos a Eucaristia. É isto que nos recordou a segunda leitura deste Domingo. São Paulo colocou, nesta carta aos Efésios, um hino de louvor de uma profundidade e beleza únicas. Deus Pai recebe o louvor, pois é Ele que tem a iniciativa do processo salvador e, através de Cristo, compromete e integra os que Nele acredita. E isto concretiza-se “com toda a espécie de bênção espirituais em Cristo”; com esta expressão, podemos encontrar uma referência à presença do Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo unidos nesta corrente de salvação que chega até nós. Este hino fala-nos do amor gratuito de Deus, de quem procede toda a bênção; e este dom gratuito não pode ficar escondido. Este plano salvífico de Deus, revelado em Jesus Cristo é para os dois grandes grupos; recordemos que a perspectiva bíblica considera a humanidade dividida entre os judeus e os gentios. Graças a Jesus, uns e outros recebem a bênção de Deus e fazem parte do único povo de Deus. Ser enviado não quer dizer ausência de dificuldades, mas a promessa de Deus ficou expressa no salmo; apesar de nos falar no futuro, sabemos que Deus é sempre fiel às suas promessas: “Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis e a quantos de coração a Ele se convertem. A sua salvação está perto dos que O temem, e a sua glória habitará na nossa terra”.

Ver: https://liturgia.diocesedeviseu.pt/LITURGIAEVIDA/index.html

14-07-2024

Paróquiaagb

Leitura Espiritual

Começou a enviá-los dois a dois»

O nosso Senhor e Salvador, irmãos caríssimos, instrui-nos pelas suas palavras e pelas suas acções. As suas acções são, já por si, mandamentos porque, quando faz alguma coisa, mesmo sem nada dizer, Ele mostra-nos como devemos agir. Eis, pois, que envia os seus discípulos a pregar dois a dois, porque os mandamentos da caridade são dois: o amor a Deus e o amor ao próximo. O Senhor envia os seus discípulos a pregar dois a dois para nos sugerir, sem o dizer, que quem não tem caridade pelos outros não deve empreender o ministério da pregação. O Senhor envia-os «dois a dois à sua frente a todas as aldeias e localidades a que Ele mesmo deveria ir» (Lc 10,1). Ele virá depois, porque a pregação é um preâmbulo: o Senhor vem habitar a nossa alma depois de as palavras de exortação a terem preparado para acolher a verdade. É por isso que Isaías diz aos pregadores: «Preparai o caminho do Senhor, aplanai as veredas para o nosso Deus» (40,3); e o salmista: «Abri caminho para Aquele que Se eleva ao pôr do sol» (Sl 67,5 vulg). O Senhor ergue-Se ao pôr do sol porque, tendo-Se deitado por ocasião da sua Paixão, manifestou-Se com maior glória na sua ressurreição; ressuscitando, esmagou aos pés a morte que tinha sofrido. Assim, pois, abrimos caminho Àquele que Se eleva ao pôr do sol quando vos pregamos a sua glória para que, vindo a seguir, Ele vos ilumine pela presença do seu amor. (São Gregório Magno, c. 540-604, papa, doutor da Igreja, Homilias sobre o Evangelho).

http://www.liturgia.diocesedeviseu.pt/

Programação de Celebrações e Missas da Semana de 17 a 21 de julho da Unidade Pastoral  P. Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã, Algodres e Freixiosa.

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