A Distrital do PSD da Guarda, presidida por Carlos Condesso e o Deputado eleito pelo círculo eleitoral da Guarda, Carlos Peixoto, em comunicado, referem que: lastimam o estado a que chegaram os cuidados de saúde prestados aos cidadãos do distrito da Guarda, entendendo que “O governo do PS abandonou a região e as pessoas naquilo que elas mais necessitam: cuidados de saúde”.
Os factos são o que são e para os contrariar não há argumentos.
Os Hospitais da Guarda e de Seia continuam no grau zero das preocupações do Governo, que assiste impavidamente ao seu colapso sem desenhar nenhuma resposta ou estratégia capaz de inverter a sua morte lenta.
Em algumas das suas especialidades, as duas estruturas não passam de interpostos ou salas de espera de ambulâncias que transportam os doentes para os Hospitais de Viseu e de Coimbra, numa irracionalidade de gestão e de recursos que só em 2019 atingiu um custo superior a 3 milhões de euros, muito mais que o suficiente para contratar as dezenas de médicos que eram necessários à prestação de cuidados de saúde dignos da população do Distrito da Guarda.
O tempo de espera de consultas continua a acrescer obscenamente, estando já ao nível de países de terceiro mundo, como o demonstram os 803 dias da consulta de oftalmologia em Seia, os 1113 dias de consulta de ortopedia na Guarda, os 609 dias das consultas prioritárias de cardiologia na Guarda e 1499 dias das consultas normais dessa especialidade, só para citarmos alguns números publicados em março de 2020 no sitio do Ministério da Saúde http.//tempos.min.saude.pt.
Os profissionais de saúde escasseiam, os concursos e os estímulos para os fixar no Interior do país são uma miragem e o drama de um SNS incapaz acentua-se sem um pingo de ressentimento dos responsáveis governativos.
As instalações do Centro de Saúde de Seia não servem e o Pavilhão 5 do Hospital da Guarda, destinado à saúde materno-infantil (a denominada fase 2) arrasta-se penosamente de promessa em promessa, de ilusão em ilusão e de campanha em campanha eleitoral, atingindo o seu exponente máximo em setembro de 2019, com o Primeiro Ministro a aproveitar um seu comício na Guarda para garantir o arranque das obras que estão hoje tão paradas e distantes como nessa altura.
A Comissão COVID do Hospital da Guarda demitiu-se em bloco há já quase dois meses, deixando de pensar operativamente a resposta à doença, mas o Ministério da Saúde, entre as enfadonhas conferências de imprensa e as mediáticas reuniões semanais no Infarmed, em face de uma situação de emergência, relaxou e tardou que se fartou para nomear uma outra que continue a levar a pandemia a sério.
A administração da ULS da Guarda está em gestão corrente desde dezembro de 2019 e o Governo exibe uma inacreditável incapacidade em substituir quem já terminou o seu mandato há já quase 8 meses.
A saúde na Guarda caminha sem Rei nem Roque e não parece que exista uma ideia organizada e pensada sobre o seu futuro e sobre a sua sustentabilidade.
Perante este quadro negro, que não trata, mas adoece, que não cura, mas mata uma região e a sua competitividade, o deputado do PSD, Carlos Peixoto, colocou esta semana à senhora Ministra da saúde as seguintes questões:
-O que pensa em concreto fazer o Governo para assegurar os cuidados de saúde dos utentes do distrito da Guarda nos Hospitais de Seia e da Guarda, sem que tenha necessidade de recorrer permanentemente à sua transferência para Viseu e Coimbra.
-Que papel específico reserva o Ministério da Saúde para a ULS da Guarda? Pretende dotá-la de recursos técnicos e humanos para funcionar com autonomia na prestação de todos os cuidados de saúde de todas as especialidades ou pretende esvaziá-lo ou afastá-la de algumas delas.
-Que medidas ou incentivos pensa o Governo adotar para atrair e fixar profissionais de saúde no Distrito da Guarda e como pensa diminuir os tempos de espera de consultas acima referidos?
-Em que fase ou estado se encontra a proclamada intenção do Governo arrancar com a obra do denominado pavilhão 5 do Hospital da Guarda?
-Quando estará o Governo em condições de nomear a nova administração da ULS?
Estas respostas têm de ser dadas com urgência, porque a saúde no distrito da Guarda não pode continuar neste estado de agonia, prejudicando todos os cidadãos.