“Manual de interação terapêutica para a utilização dos pais e docentes”
Como habitualmente, damos destaque aos novos lançamentos de livros e assim Sara Morais, que também é nossa colaboradora com os seus artigos de opinião, editou o seu livro, “Os Quês de Maria Inês”, fomos conversar um pouco para dar o seu testemunho sobre esta nova publicação.
Magazine Serrano-Recentemente, lançou o seu livro “Os Quês de Maria Inês”, o que podem os leitores encontrar nesta edição?
Sara Morais – O livro “Os Quês de Maria Inês” é uma obra singular, na medida em que abrange não só uma mensagem sobre a diferença e a pegada ecológica, mas sobretudo é um olhar atento sobre o medo, a timidez e a dificuldade de comunicação. Um verdadeiro manual de interação terapêutica para a utilização dos pais e docentes que visem contornar as várias dificuldades dos mais novos. O próprio livro integra um anexo prático com vários exercícios de visualização e respiração com o objetivo de anuir o medo e o desconforto emocional. Em adição, em colaboração com a terapeuta da fala Joana Sesta foram também desenvolvidos exercícios para trabalhar na comunicação e expressão fonológica. De realçar, que esta obra está indicada para as idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos. A Maria Inês é uma personagem criada e inspirada na minha filha de 8 anos. A minha musa inspiradora foi referência das várias características físicas, emocionais e comportamentais que alicerçam o conto e a respetiva ilustração que é simplesmente fantástica, não só captou toda a essência da minha construção imaginativa, como transmite dinâmica e vivacidade ao conto.
Em que se inspirou para escrever este livro? No futuro teremos outros livros seus?
Inicialmente, debrucei-me nas minhas memórias olfativas, visuais e auditivas num regresso breve à minha infância. Seguidamente, a minha filha, o espaço físico, pessoal docente e não docente da escola EB de Assequins, bem como a explosão de cores da cidade de Águeda, onde trabalho, apareceu como base modelante no meu processo imaginativo.
A imaginação é um processo que nunca finda, auto renova-se a cada dia, a cada hora; a cada instante. Neste momento, estou a trabalhar em mais dois contos infantis e um romance para adultos.
Nesta fase de pandemia, não se podem fazer apresentações em público, mas existe sempre uma solução?
As limitações impostas pela pandemia não devem surgir como um entrave ao crescimento, mas como um desafio, reinventar novas formas de chegar ao público e de contribuir ativamente para a sociedade.
Neste período de confinamento devemos ter presente a nossa responsabilidade individual e social, ficar em casa é um dever de todos e cada um de nós! Contudo, não devem confinar os hábitos de leitura, muito pelo contrário. O estímulo da leitura permite a regeneração e uma maior atividade neural, e como resultado promove o desenvolvimento do espírito crítico e a respetiva capacidade de resolução, sobretudo nos mais pequenos promovendo adultos mais produtivos e eficientes. Quem pretender adquirir “Os Quês de Maria Inês” poderá encontrar nas mais conhecidas lojas e plataformas livreiras.
Como está a cultura literária no seu ponto de vista atualmente?
Infelizmente a cultura literária, no meu ponto de vista, tem vindo a ser engolida pelo o boom tecnológico. É muito raro vermos os mais novos com hábitos de leitura. Apesar das várias iniciativas como o plano Nacional de leitura, ou até mesmo a bolsa de pais leitores nas escolas, não é seguramente suficiente para a motivação e a criação de hábitos de leitura.
Que mensagem deixa aos futuros leitores do seu livro e comunidade em geral?
A leitura é sem dúvida alguma um bem essencial que compreende várias dinâmicas. Desde o lazer; permitindo uma viagem por locais e mundos nunca antes vistos e compreendidos, passando pelo autoconhecimento ao mergulhar e experienciar várias sensações, estímulos e emoções; à melhor forma de desenvolver e estimular a capacidade neural. É verdadeiramente um win to win.