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Cientista Jorge Paiva doa coleção de diapositivos à Universidade de Coimbra

O botânico e ecólogo Jorge Paiva, Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), vai doar a sua coleção de mais de 30 mil diapositivos ao Departamento de Ciências da Vida (DCV) da respetiva Faculdade. A cerimónia tem lugar na próxima terça-feira, 19 de julho, pelas 16h, na sala 2.13 (2º piso do edifício de S. Bento, DCV).

Esta coleção, iniciada na década de 1960, e que se prolonga até ao século XXI e ao aparecimento das máquinas fotográficas digitais, é o resultado das múltiplas expedições e missões que o Professor Jorge Paiva realizou ao longo da sua vida académica.

«Todos os diapositivos estão devidamente datados e identificados, com o nome dos locais, de instituições, de pessoas, de plantas e de ecossistemas de todos os continentes. Destaca-se o núcleo relativo às plantas e aos ecossistemas porque permitem a realização de estudos de biodiversidade e ecologia. A forma de acondicionamento dos slides, em caixas de cartão feitas à medida, permitiu a sua conservação ao longo das décadas. Nenhum diapositivo se perdeu até aos dias de hoje», explica Ana Margarida Dias da Silva, do Arquivo do Departamento de Ciências da Vida da FCTUC.

«Podem também citar-se as fotografias do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC) coberto de neve em fevereiro de 1983, as fotografias históricas do Real Jardim de Kew (Londres) da década de 1970 ou a coleção dos mais de 100 jardins e parques de Londres», acrescenta.

Para o Departamento de Ciências da Vida da FCTUC, a doação deste espólio representa a «possibilidade de salvaguarda e disponibilização de um conjunto significativo de dados históricos relativos a todas as zonas do globo e a responsabilidade de dar a conhecer e estudar o legado de um dos mais conhecidos e reconhecidos professores de Botânica da Universidade de Coimbra, a nível nacional e internacional».

 

 

 

Por:Cristina Pinto

Assessora de Imprensa – Universidade de Coimbra – Faculdade de Ciências e Tecnologia

 

Artigo–Os Frutos Silvestres – perigos e prazeres!

Hoje falamos de frutos silvestres, daqueles que abundam nos campos em atraentes cachos de cor vermelha, negra ou púrpura. Quem não se lembra, em miúdo, de apanhar amoras, framboesas ou morangos silvestres? No entanto, temos que ter atenção, pois nem todos os frutos silvestres são comestíveis.

Alguns de aspeto mais apetecível são venenosos e até mesmo mortais. Façamos uma viagem por alguns que devemos evitar por completo, a começar pela beladona (Atropa belladonna L.). Todas as partes desta planta são perigosas, desde as bagas até às folhas. Cresce entre ruínas e em jardins abandonados e raramente é cultivada devido à sua elevada toxicidade. Os seus frutos são tóxicos, de cor verde no princípio do verão, passando a negro quando amadurecem (ver imagem). Os sintomas de envenenamento por beladona incluem taquicardia, pupilas dilatadas, alucinação, visão desfocada, garganta seca, entre outros.

O evónimo-europeu (Euonymus europaeus L.), uma árvore ou arbusto alto de copa arredondada, é outra planta perigosa, que surge nos bosques e nas sebes e tem um fruto vermelho-rosado cuja ingestão é prejudicial e pode provocar vómitos intensos no ser humano. O conhecido teixo (Taxus baccata L.), uma espécie arbustiva ou arbórea de copa piramidal ou alargada, tem apenas os frutos escarlates inofensivos sendo que todas as outras partes da planta são altamente venenosas, incluindo as sementes no interior do seu arilo carnudo, tendo um efeito paralisante no coração. Outros sintomas de envenenamento das bagas de teixo podem passar por boca seca, vómitos, vertigens, cólicas, dificuldades em respirar, arritmias, quebras de tensão e desmaio. Outros frutos a evitar são os da briónia (Bryonia dioica L.), do Azevinho (Ilex aquifolium L.) e do alfenheiro (Ligustrum vulgare L.), só para citar algumas plantas.

Referidos que estão alguns dos perigos, convido agora o leitor a deixar-se levar pela imaginação e pelo prazer de apanhar frutos silvestres comestíveis, apreciando em plenitude os seus sabores. As amoras-silvestres (da silva Rubus ulmifolius S.) são os mais conhecidos frutos das moitas. A melhor época para as colher é antes de setembro, pois a partir dessa altura tornam-se moles. As framboesas (do framboeseiro Rubus idaeus L.) pertencem à mesma família das amoras-silvestres e apesar de menos abundantes, são igualmente saborosas, se o leitor me permite a partilha de preferência! O abrunho, fruto do abrunheiro-bravo (Prunus spinosa L.) amadurece no verão e, embora seja comestível, possui um travo ácido, pelo que é mais utilizado para fazer vinho ou aromatizar gin. O conhecido mirtilo (Vaccinium myrtillus L.), o sabugueiro (Sambucus nigra L.) e o morango-silvestre (Fragaria vesca L.) são outras espécies com bagas deliciosas que podem ser apreciadas sem perigos.

Lembre-se desta última recomendação: nunca apanhe frutos silvestres para comer se não tiver a certeza de que são inofensivos e, em caso de dúvida, não lhes toque.

Texto escrito por Ivone Fachada para API