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Poema “Ninguém” de Marta Azevedo

Ninguém

Tenho um Santo meu amigo

velho ou novo não sei bem

Falam dele e de milagres

de manjericos também

 

Não gosta que dele falem

                                  é discreto até mais não

                                  É meu Santo padroeiro

                                  peço a sua protecção.

 

Como é bom tê-lo por perto

e poder contar com ele

às vezes parece surdo

mas sinto a presença dele.

 

Amizade tão segura

            se se tem uma na vida

            há que a louvar bem louvada

            resguardada e protegida.

 

                                             Marta Azevedo

 

Pinhel-Sarau Camoniano

No âmbito das Comemorações dos 500 anos do nascimento de Camões, o Município de Pinhel e o Agrupamento de Escolas de Pinhel, em parceria com o Movimento Poético Pinhelense, a Universidade Sénior e mais alguns convidados, entre os quais artistas locais ligados à música, vão promover um Sarau Camoniano dedicado àquele que é um dos maiores nomes da literatura mundial e cuja obra ocupa, ainda hoje, o lugar cimeiro na história da cultura portuguesa.

Ao longo da noite, vai haver poesia, poesia acompanhada de música, música e até alguns momentos de humor.

A iniciativa está agendada para dia 29 de novembro (sexta-feira), às 21.00h, no Salão Polivalente da Escola Sede do Agrupamento (Escola Secundária).

No mesmo espaço, estará também patente a exposição “Lusíadas em Quadro”, composta por trabalhos do mestre José Manuel Soares (acervo do Museu José Manuel Soares – Casa da Cultura de Pinhel).

Poemas alusivos ao Dia Mundial da Criança

18817887_10155357371072436_1316009038_oUmas quadras em homenagem ao Dia Mundial da Criança, redigidas por João Albuquerque.

Vivemos num mundo sem esperança
em que ninguém se quer entender
hoje é o Dia Mundial da Criança

Só se pensa em armas e guerras
e cada um defender a sua Religião
mas quando Cristo veio à terra
só trouxe Paz,Amor e Perdão

A minha Religião é melhor que a tua
ouve-se tanto para ai dizer
e com bombas e armas se mata na rua
e pelas Religiões tanta gente a morrer

As crianças sentem-se desesperadas
e não têm sentido do que é a vida
se até à cintura levam granadas
onde está a sua e a nossa alegria

Há quem ainda dê as boas mãos
mas os governantes não querem saber
depois dizem que são os bons cristãos
mas os filhos deles de fome não estão a morrer

TEMPO DE PÁSCOA-Poema de Carlos Figueiredo Nunes (1977).

Em período pascal fica um poema de Dr. Carlos Figueiredo Nunes (1977)de Casal Vasco,
Concelho de Fomos de Algodres

TEMPO DE PÁSCOA

Ao longo da vida breve,
Por caminhos de ilusão,
Cada tempo deixa um sulco
Dentro do meu coração


Quando a ladeira é mais rude
E uma pausa é consentida.
Logo me cercam lembranças
Da vida que foi vivida!

Dias de Maio, sol alto,
Frescas flores desabrochadas
Hino de giestas dos montes
De sol e ouro enfeitadas!

Dias de estio, tão breves,
Da noite pegada ao dia,
Logo rompe a madrugada
Mal a noite principia.

Tempos de outono, suaves
No seu lento entardecer,
Leivas esperando as sementes
-Vida sempre a renascer.

Inverno que a fé aquece
Quando o Menino Jesus
Enche as almas de outra esperança,
Enche a vida de outra luz.

Notar que é sempre promessa
Ramos de luz e de esperança
Vida vivida nos olhos
Dos velhos e das crianças

Mas o tempo que mais clama
Dentro do meu coração,
É o Tempo do HOMEM NOVO,
Tempo da ressurreição!

Floresce a Festa dos Ramos
Por essas terras alem,
Abre-se a porta dourada
Da velha Jerusalém.

Nas mais remotas aldeias
Há verduras pelo chão
Crianças erguem seus ramos,
Nos olhos vivo clarão.

De loureiro e de alecrim,
Da mais variada maneira,
Não falta o sinal da Paz
Dum raminho de oliveira.

Mas logo o drama nos punge,
Logo um sinal anuncia
Sangue de Cristo imolado,
Prantos da Virgem Maria!

Semana Santa é silencio,
Tempo de meditação
Quem crê morre com Jesus
Até à Ressurreição.

Negras cortinas de nuvens
Cobrem o céu, mais distante,
Não tem brilho nem aquece
O sol ausente, inconstante.

Se alguma flor, enganada,
Desabrocha à plena luz,
Veste-se logo de roxo
Como as chagas de Jesus.

Luto por Cristo que morre,
Sexta – Feira da Paixão!
-Hossana por Cristo vivo
Na sua Ressurreição!

Como quem cumpre os preceitos
Duma aliança sem par,
Cristo vem às nossas casas
Porque nos quer abraçar

Casas ricas, casas pobres,
Não importa a dimensão,
Quem se senta à minha beira
Cristo diz que é meu irmão.

E os velhinhos, de joelhos,
Enchendo os olhos de luz,
Sentem os braços de Cristo
Que se despregam da Cruz.

Já recolhe a luz da tarde,
Que me nossas almas demora
Talvez o sol tenha pena
De tão cedo se ir embora!

E retomando, contente,
Meus caminhos de ilusão,
Já sei que PÁSCOA é o TEMPO
Da maior meditação

Ao longo da vida breve
Por contos de ilusão
Já o sol ergue poemas
Dentro do meu coração

O poeta de Fornos de Algodres, Viçoso Caetano, escreveu em verso

O poeta de Fornos de Algodres, Viçoso Caetano, escreveu em verso, uma
> carta ao primeiro-Ministro que é um autêntico «programa de governo»
> para sairmos da actual crise.

Oh Senhor “Nosso” PRIMEIRO!
Diz-se agora à boca cheia
Que um “tal” de engenheiro,
Que deu o “salto” p´ra França,
Lhe deixou como HERANÇA,
Um País qu´é um vespeiro,
Na mais completa astenia
E só preso por um triz!

Enquanto ele, em Paris,
Caçoando da pobreza
E de toda a tropelia
Feita à gente portuguesa,
Vive à “grande e à francesa”
Entregue à Filosofia
Do&hellip”manso é a tua tia”&hellip.
Com champagne sobre a mesa!

E agora oh “Nosso” PRIMEIRO,
P´ró Senhor poder limpar
O esterco qu´ele deixou,
Vai ter que “OS TER NO LUGAR”
Para cortar a direito
E levar tudo a eito,
Sem poder tergiversar
Nem contemplar excepções,
Muito menos compadrios.
É tempo de decisões:
Inflexíveis! Sem desvios!
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES !!!

Sem DINHEIRO NÃO HÁ VÍCIOS.
Outrossim há sacrifícios
E os que forem pedidos,
Terão que ser repartidos.

O Senhor é o timoneiro!
Mas porque NÃO TEM DINHEIRO
E o que tem FOI-LHE EMPRESTADO,
A primeira obrigação
É cumprir com devoção
O que ficou acordado
Por escrito e assinado.
Isso não tem discussão:
POBREZINHO, MAS HONRADO!

Depois é seguir em frente,
Sem qualquer hesitação.
Quem é JUSTO E COMPETENTE
Não dá ouvido às vozes
Que nunca bradam ao Céu,
– apesar do escarcéu –
Pois que não passam do chão&hellip

E p´ra que nad´o deprima,
Comece logo a colheita
– à esquerda e à direita –
MAS COMECE-A POR CIMA.
Corte sem vacilação
Seguindo à risca o rifão:
“MAIS PRIMA? MAIS SE LH´ARRIMA”.

Já só se resolve a crise
Causando-lhe hemoptise.

E olhe que o tempo urge
E o Povo nunca s´insurge
Quando lhe falam verdade
E lhe mostram que há justiça.
Qu´a gente é BOA E SUBMISSA!

Caso contrário reclama,
Nem aceita falsidade
Disfarçada d´equidade,
Que o engana e o trama
À pala da Liberdade.

ACABOU-SE O REGABOFE!
Por mais que se filosofe,
Só nos resta UMA SAÍDA:
TEMOS QUE MUDAR DE VIDA!

EIS A 1ª MEDIDA:

1ª – ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

O número de Deputados
É largamente excessivo
E isso não faz sentido.
Então, se NÃO HÁ DINHEIRO,
Reduzam-se a metade
Ou cortem-se os ordenados
Na mesmíssima proporção.
Tal como está é que não!

Representantes (?) do Povo
A viverem ricamente,
Enquanto os Representados
Passam fome?! É INDECENTE!
Por isso oh “Nosso” PRIMEIRO,
Faça favor, NÃO ESQUEÇA:
É POR AQUI QUE COMEÇA!
E já, antes que arrefeça.

2ª – CÂMARAS MUNICIPAIS JUNTAS DE FREGUESIA

Deixe-as ficar como estão
E acaba a contestação.
Mas porque NÃO HÁ DINHEIRO,
Ser autarca, d´ora avante,
Deixa de ser profissão.
Só pode exercer o cargo
Quem tem outro ganha-pão.
Do Governo só terão
Verba pré-estabelecida
Para representação,
Na devida proporção
Do tamanho da autarquia
E sua população.

Enfrente-as de peito aberto!
É que por cá, na autarquia,
Tem sido uma tontaria
A estragação do dinheiro
Em gasóleo e transportes
E demais quinquilharia
P´ra levar ao PREÇO CERTO.

Por falar em Preço Certo&hellip
Ora aqui está um programa
Paupérrimo de conteúdo
E que passa pelo drama
De ter de continuar
Até voltar&hellip. O ESCUDO!

3ª – ASSEMBLEIAS MUNICIPAIS

Se há vereadores nas Câmaras
P´ra resolver os problemas,
P´ra quê aqui deputados?
Dinheiros malbaratados
Fazem falta noutros lados&hellip
Menos um estratagema!…

4ª _ EMPRESAS MUNICIPAIS

Só podem continuar
As que se gerem por si,
Com seus próprios capitais.
As outras estão a mais!

5ª – COMO A MAIS HÁ ACESSORES,
DELEGADOS, CONSULTORES,
INSTITUTOS, FUNDAÇÕES,
AUTOMÓVEIS, TELEMÓVEIS,
VIAGENS E REFEIÇÕES,
MAIS O ALUGUER D´IMÓVEIS,
MOTORISTAS, SECRETÁRIAS
E NOMEAÇÕES SECTÁRIAS
Só para satisfazer
As cliques partidárias?!…

Oh Senhor “Nosso” PRIMEIRO:
Fale lá com o seu Parceiro,
Depois “puxe” p´los galões
P´ra acabar co´este atoleiro
Que sorve muitos milhões,
Qu´o “está porreiro, pá”
Nos deixou ficar por cá.
E sem comiserações
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES !!!

6ª – CONTRATOS COM AS PPP
São para “limpar” de vez

7ª – TAP, METRO, RTP,
CARRIS, TRANSTEJO, CP

Empresas com prejuízo
Sempre, sempre acumular,
Deveriam era fechar.
Em vez de pagar “balúrdios”
A gajos, q´inda p´ra mais
Estão sempre a reivindicar.

Qualquer Governo com siso
Terá que os enfrentar
E não ficar indeciso
Quando lhes COMUNICAR
Que ONDE NÃO HÁ DINHEIRO
Não adianta reclamar.
&hellip.ou terão qu´ir “bugiar”&hellip.

8ª – PARTIDOS

É a hora da verdade!
Deixemo-nos de pruridos.
S´o STADO NÃO TEM DINHEIRO
P´ra pagar os subsídios
Aos seus próprios funcionários;
Nem sequer aos Reformados,
Que são os menos culpados;
Ir depois meter milhões
Nos alforges dos partidos?
! Seria deslealdade!
Até desonestidade!
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES!!!

9ª – BANCO DE PORTUGAL

Activos e Reformados
Com soberbos ordenados?!
Alguns a ganharem mais
Do qu´a Reserva Federal,
Lá nos Estados Unidos,
Paga aos seus empregados&hellip
Então se NÃO HÁ DINHEIROS
E os que há são emprestados,
Como é que isto é possível?
Serão dinheiros roubados?!…

10ª – REFORMAS

Reformulem-se as NORMAS:
– Só aos 67 anos
Ou TOTAL INVALIDEZ –
E só para quem trabalhou
E p´ra elas descontou
Tempo que as justificou.
Fica o tecto em 3 MIL EUROS,
Nunca mais qu´isso POR MÊS.
Seja uma ou sejam três
E seja lá p´ra quem for:
– Diplomata, operário
Engenheiro ou lavrador.

Autarcas e deputados,
Ao cabo dos três mandatos,
Regressam á profissão
E desta se reformarão
Nos prazos reformulados.

Ás malvas as excepções!
Foi por essa e por outras
Qu´o País foi p´ró “galheiro”
E AGORA NÃO TEM DINHEIRO
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES!!!

11ª – DIREITOS (ADQUIRIDOS ?)

Num País qu´stá falido
E pior, hipotecado;
Com um endividamento
Nunca antes igualado;
Que o pão que come à mesa
É com dinheiro emprestado;
Ouvir falar de direitos,
Às greves e às “manifes”
E a outras mandriices,
Deixa-me agoniado!

S´há tanto desempregado&hellip
Gent´a passar privações&hellip
Num País co´s pés p´ra cova,
Esses “democratas” pedem
É qu´ALGUÉM LHES FAÇA A PODA
Sem contemporizações!…
QUE SE LIXEM AS ELEIÇÕES!!!

12ª – JÁ´GORA&hellipENTÃO E DEVERES?!
E QUANTO ÀS OBRIGAÇÕES?!

Isso era antigamente.
Vocifera o sindicato!
Isso eram imposições
Do explorador patronato.

Posto isto, oh “Nosso” PRIMEIRO,
Concatenando e em suma:
– A QUESTÃO É APENAS UMA:
– OU HÁ OU NÃO HÀ DINHEIRO
O resto é coisa nenhuma!

13ª – CRESCIMENTO
Avançar co´este argumento,
Neste preciso momento,
É conversa de jumento
Ou então cavalgadura.
Num País sem contextura,
Que vive na dependura
Da esmola e compaixão;
A um passo da sepultura
Sem dinheiro p´ro caixão;
É mesmo uma aberração!

Na actual conjuntura
Ninguém cá invest´um tostão&hellip
Por fim oh, Senhor PRIMEIRO!
É com toda a humildade,
Que deixo à sua bondade,
Ler as minhas sugestões,
Para que as ajuíze
E, se quiser, utilize.
Como e quando lh´aprouver
E se assim o entender.
Se não todas, uma parte.
Com elas liquida a crise.

Precisa é d´engenho e arte
E da ajuda do PARCEIRO,
Que também é BOM GUERREIRO,
P´ra “CORTAREM” TODO O MAL,
Que nos enleia e gangrena.
É que “TUDO VALE A PENA
SE A ALMA NÃO É PEQUENA”.
ESTÁ EM CAUSA PORTUGAL!

Viçoso Caetano
(O poeta de Fornos de Algodres)
27.07.2012
Exactamente no dia
em que fez 42 anos
Que a OLIVEIRA secou
E o SAL deixou de temperar.
Só o AZAR cá ficou,
Mas esse está para durar!…