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Religião

Guarda – Livro “A Capela de Música da Sé da Guarda (Séc. XVI – Séc. XIX). Algumas Obras (Séc. XVIII)” apresentado

Foi apresentado, nesta quinta-feira, no espaço ExpoEcclesia, o livro “A Capela de Música da Sé da Guarda (Séc. XVI – Séc. XIX). Algumas Obras (Séc. XVIII)”  do padre José Joaquim Pinto Geada. A obra, com edição da Câmara Municipal e do Museu da Guarda, é resultado de um longo trabalho de pesquisa, de recolha e leituras sobre a música sacra composta na Sé da Guarda, desde o séc. XVI até ao século XIX.

Marcaram presença, o bispo da Guarda, D.José Miguel Pereira, o presidente da Assembleia Municipal , José Relva e o Presidente da Câmara, Sérgio Costa.

José Joaquim Pinto Geada nasceu a 24 de agosto de 1937, na Orca, concelho do Fundão, e foi ordenado sacerdote, a 9 de março de 1963, por D. Policarpo da Costa Vaz.

O sacerdote tem publicadas as obras: “Concelho do Fundão, além-Gardunha”; “Santa Maria das Avelãs”; “P. Joaquim Dias Parente e a sua obra musical”. Coordenou o livro “Na presença dos Anjos Vos louvarei, Senhor!”, que reúne a obra musical do irmão, padre Manuel Geada Pinto.

O padre José Joaquim Pinto Geada, presentemente, é pároco de Alvendre, Avelãs de Ambom, Rocamondo, Sobral da Serra e Vila Franca do Deão (Guarda).

Para além da composição, ensino musical e direção coral, o sacerdote da Diocese da Guarda tem-se dedicado, no domínio da investigação, à história musical da Catedral egitaniense e à recuperação das obras de José Maurício e João José Baldi, mestres-capela da Sé da Guarda.

Fonte:MG e Ecclesia

Avisos e Liturgia do XXIII Domingo do TEMPO COMUM – ano C

 

a)       Os discípulos de Jesus já se tinham apercebido e também expressado este sentimento comum: “estas palavras são demasiado duras”. Jesus anuncia a Boa Nova, através de palavras e de gestos, com uma firmeza e uma exigência que, por vezes, nos assusta e que nos faz procurar esclarecimentos ou interpretações, ou seja, procurar “desculpas” para adaptar a mensagem evangélica à nossa vida. Porventura não teremos medo de ajudar os outros a encontrarem-se com Deus? É evidente que já caminhámos muito no contacto directo, no conhecimento pessoal e vivencial com a Palavra de Deus, apesar de ainda estar muito por fazer. O cardeal Danneels disse esta frase: “Poucas pessoas entram em contacto com a verdade do Evangelho. Os canais de comunicação estão saturados de informações vazias, de pequenas novidades mesquinhas e escandalosas. Tudo isto procura penetrar na pessoa, apostando na curiosidade e no interesse pessoal. São raros os convites à reflexão e à meditação. Raramente se tem a oportunidade de compreender o Evangelho na sua pureza e na sua verdade”. É importante não ter medo de enfrentar a Palavra de Deus.

 

b)       Tantas vezes o evangelho não chega a muitos membros da nossa sociedade e das nossas comunidades paroquiais, ou chega sob a forma de “obrigações e de proibições” morais, ou sob a forma de afirmações dogmáticas rígidas, ou influenciado por determinadas páginas “negras” e de crise da História da Igreja. Perante isto, Danneels interroga-se: “Quem ainda pode escutar? Nestas condições, quem ainda tem acesso à Boa Nova? A casca ainda estará tão dura que não se consegue chegar ao fruto?”. A leitura da Palavra de Deus é um elemento central da nossa celebração, é a primeira das “mesas” da Eucaristia. Procurar que a sua leitura pública seja bem feita – leitores bem preparados, preparação remota e próxima daquele que irá ler, atenção ao género literário da citação, boa qualidade sonora – é um elemento central para uma vida cristã que responda verdadeiramente à proposta de Jesus. É importante velar pela formação bíblica de todos os membros da comunidade cristã, animá-los e dar-lhes subsídios para sua formação contínua. Uma formação bíblica tem que abranger todos os cristãos, desde os que têm alguma responsabilidade pastoral até àquele que aparece em algumas celebrações. Esta formação tem de encontrar na nossa celebração litúrgica uma primeira e simples expressão, mas terá que ter uma linha de continuidade.

 

c)       S. Francisco de Assis afirmava: “Evangelium sine glossa”. É algo que hoje temos de fazer: o evangelho no seu estado puro, sem demasiadas notas de rodapé, sem demasiados comentários que acrescentam sempre um “mas” ao que de radical tem o texto: “Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe…Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”. Sim, mas… Quantos ainda não deram a sua resposta de fé, porque nunca entraram em contacto directo com a mensagem original, sem filtros. Cada celebração é um momento para ajudar a “mergulhar” na originalidade da mensagem do evangelho.

 

07-09-2025

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Leitura Espiritual

Oferecer a Deus o nosso verdadeiro tesouro

 

Muitos dos que, para seguirem a Cristo, desprezaram fortunas consideráveis, enormes quantias de ouro e de prata e propriedades magníficas, mais tarde deixaram-se apegar a um raspador, a um estilete, a uma agulha, a um junco de escrita. […] Depois de terem distribuído todas as suas riquezas por amor a Cristo, recuperaram a anterior paixão e aplicaram-na a futilidades, sendo capazes de se deixar levar pela cólera para as manter. Não tendo a caridade de que fala São Paulo, a sua vida foi tocada pela esterilidade. O bem-aventurado apóstolo previu essa infelicidade: «Ainda que eu distribua todos os meus bens pelos pobres e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita», dizia (1Cor 13,3). Prova evidente de que não atingimos de imediato a perfeição pela simples renúncia a todas as riquezas e pelo desprezo de todas as honras, se a isso não juntarmos a caridade cujas características o apóstolo descreve.

Ora, esta caridade apenas se encontra na pureza do coração. Porque rejeitar a inveja, a arrogância, a ira e a frivolidade, não procurar o próprio interesse, não se alegrar com a injustiça, não guardar ressentimento e tudo o resto (cf 1Cor 13,4-5), que é tudo isso se não oferecer continuamente a Deus um coração perfeito e puro, e mantê-lo livre das moções das paixões? Assim, a pureza do coração deve ser o fim último das nossas acções e dos nossos desejos. (São João Cassiano (c. 360-435), fundador de mosteiro em Marselha, Conferências, I, 6-7).

 

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Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

De 07 a 14 de setembro

Avisos e Liturgia do XXII Domingo do TEMPO COMUM – ano C

O ELOGIO DA PEQUENEZ

No evangelho deste Domingo, encontramos a imagem do banquete nupcial, que foi utilizada muitas vezes por Jesus. Uma imagem que nos recorda a comunhão, a alegria de estar juntos. Portanto, esta imagem recorda-nos que todos fomos convidados para estas núpcias, porque Deus assim o quis, porque pensou em todos, porque quer partilhar a sua alegria connosco. Um banquete de casamento também nos faz recordar que a alegria provém da doação, da entrega mútua de dois esposos. Na vida de casal, quem vive procurando a sua própria felicidade pessoal, dificilmente a encontrará, porque a natureza do casamento é outra. No casal, a felicidade não é pessoal e egoísta, mas mútua e doada. É assim também no Reino de Deus. Não devemos procurar os primeiros lugares, nem ter uma atitude narcisista perante a vida. A grandeza que temos de desejar é a grandeza do coração. Por isso, a primeira leitura diz-nos que quanto “mais importante fores, mais deves humilhar-te, e encontrarás graça diante do Senhor”. Deus, imensamente rico em amor e na capacidade de se doar, rebaixou-se até ao extremo, em Jesus Cristo. A cruz de Cristo recorda-nos sempre a grandeza do seu amor por todos nós. Todos conhecemos exemplos da humilde grandeza que, por serem tão rotineiros, não lhe damos a importância devida: os pais que cuidam dos seus filhos, os nossos amigos que nunca nos deixam de apoiar e de estar presentes, os que se dedicam aos mais necessitados, sacrificando, por vezes, o pouco tempo que já têm para si; podíamos dar muitos mais exemplos. A alegria e a satisfação que estas pessoas experimentam no coração, sentindo que nesta entrega recebem mais do que dão, acontece, porque participam na maneira de ser e de agir de Deus, da sua inesgotável riqueza. Com o amor oferecido gratuitamente, quanto mais se dá, mais se tem. No evangelho, Jesus diz-nos para convidarmos aqueles que não podem dar nada em troca. Recebemos muito em troca, mas de outra maneira, como pode constatar que já esteve perto dos que sofrem e lhes prestou atenção. Necessitamos de ter um coração compassivo, que privilegie os outros. Se tal não acontecer, podemos viver confortavelmente, mas sentimo-nos vazios, como mortos por dentro. Quanto mais queremos ser e ter, mais pequeno fica o nosso coração, porque deixamos menos espaço a tudo o que é entrega e generosidade. Infelizmente, a sociedade actual não envereda muito por aqui: há a preocupação de cultivar uma imagem, a procura da popularidade; tudo leva a uma forma de ser em que a humildade e a entrega são desconhecidas e pouco apreciadas. Nesta sociedade, temos de procurar e promover encontros de qualidade, cultivar relações humanas enriquecedoras, profundas; aproximarmo-nos dos que sofrem e evitar deslumbramentos das miragens da fama e do bem-estar. Jesus convida-nos a sentarmo-nos no lugar mais humilde, tal como Ele fez. Ali descobriremos o que significa ser o primeiro no Reino de Deus: viver para amar, ter um coração livre que permita ser sem necessidade de máscaras, nem de imagens pré-fabricadas. É chegar à essência do que somos, sentindo-nos amados, sem necessidade de escalar posições sociais nem reconhecimentos do mundo e dedicarmo-nos àquilo que viemos fazer nesta vida: partilhar a plenitude que já nos foi dada e já nos pertence.

31-08-2025

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Leitura Espiritual

«O banquete está pronto, tudo está preparado: vinde às bodas» (Mt 22,4)

O Senhor tinha sido convidado para umas bodas. Ao observar os convivas, reparou que todos escolhiam os primeiros lugares, desejando sentar-se adiante de todos os outros e passar à frente de todos. Então, contou-lhes uma parábola (Lc 14,16ss), que, mesmo tomada no seu sentido literal, é muito útil e necessária a quantos gostam de usufruir da consideração dos outros e têm receio de ser rebaixados. Como esta história é uma parábola, possui um significado que ultrapassa o seu sentido literal. Estas bodas realizam-se diariamente na Igreja. Todos os dias o Senhor celebra bodas, todos os dias Se une às almas fiéis por ocasião do seu baptismo ou da sua passagem deste mundo para o Reino dos Céus. E nós, que recebemos a fé em Jesus Cristo e o selo do baptismo, somos convidados para estas bodas, onde foi posta uma mesa sobre a qual diz a Escritura: «Preparais-me um banquete à vista dos meus adversários» (Sl 22,5). Aí, encontramos os pães da oferenda, o vitelo gordo e o Cordeiro que tira os pecados do mundo (cf Ex 25,30; Lc 15,23; Jo 1,29); são-nos oferecidos o pão que desceu do Céu e o cálice da Nova Aliança (cf Jo 6,51; 1Cor 11,25); são-nos apresentados os evangelhos e as epístolas dos apóstolos, os livros de Moisés e dos profetas, quais alimentos extremamente deliciosos. Que mais poderíamos desejar? Porque havemos de escolher os primeiros lugares? Seja qual for o lugar que ocupemos, temos tudo em abundância e nada nos faltará. (São Bruno de Segni (c. 1045-1123), bispo, Comentário ao Evangelho de Lucas, 2, 14; PL 165, 406).

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De 31 de agosto a 07 de setembro

Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

Avisos e Liturgia do XX Domingo do TEMPO COMUM – ano C

  1. a)       Não há alternativa. Ou acolhemos a Palavra de Deus e, por ela, o Deus da Palavra – fogo que queima, julga, purifica, salva – ou nos gastaremos na busca incessante de seguranças para a vida, que resultarão sempre limitadas, inconsequentes, falhadas. A mensagem da Palavra de Deus deste Domingo é, por si mesma, desconcertante. Esperaríamos do Deus da Palavra “paz”, “segurança”, “felicidade”. Mas ela diz-nos que se “apoderaram de Jeremias e meteram-no dentro de uma cisterna”. Que Jesus sofreu, da parte dos pecadores, uma total oposição à Sua pessoa: “Eu vim estabelecer a desavença… “. É a Palavra de Deus convertida em palavra de contradição, de julgamento.

  1. b)       Na primeira leitura, o profeta Jeremias é o protótipo acabado do mártir pela Palavra de Deus, que será “figura” de Jesus, na missão e no martírio, pela Palavra e pelo Reino. No ano 588, Nabucodonosor, rei de Babilónia, à frente do seu exército, avança para Ocidente e domina os vários pequenos estados em rebelião contra o Império. Depois, segue para Sul e cerca a cidade de Jerusalém. A Babilónia é o grande poder político e militar do tempo. Contra ele nada pode o pequeno Reino de Judá. É, então, que entra em cena o profeta Jeremias. Preocupado com a sorte do povo, insta com as autoridades de Jerusalém para que dialoguem com o rei babilónico e negoceiem com ele a paz. Mas o poder político de Jerusalém está sobretudo voltado para o Egipto. De facto, o Faraó Hofra entra em acção e, para melhor enfrentar o exército egípcio, a tropa babilónica levanta o cerco de Jerusalém. Parece evidente a vitória da classe política judaica e a derrota do profeta. Contudo, o profeta vê mais longe e intui que tentar resistir ao poderio babilónico significará, a breve prazo, a destruição da cidade e o suicídio colectivo da nação. Assim o pensa e assim o proclama, alto e bom som, a todo o povo que o quer escutar. Torna-se uma voz incómoda, desestabilizadora. É preciso eliminá-lo. Apoderam-se dele e metem-no dentro de uma cisterna. Mas a intervenção amiga de um estrangeiro salva-lhe a vida. Como homem ao serviço da Palavra de Deus, ganhará novo alento para, com coragem renovada, continuar a pregar os desígnios do Senhor.

  1. c)       No evangelho, S. Lucas mostra-nos como Jesus assume, claramente, o mesmo caminho do Profeta. Sendo a “Palavra incarnada” do Pai, Ele vive-a, proclama-a e dá-lhe dimensões insuspeitadas. Este evangelho de hoje faz parte de uma composição mais vasta em que São Lucas agrupa o ensinamento de Jesus quanto ao modo como os discípulos e a própria comunidade se devem comportar em relação ao mundo. Na primeira sentença – “Eu vim lançar o fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado” – a forma utilizada sugere que o fogo deverá ser ateado no futuro. A palavra “fogo”, entre outros matizes, poderá expressar, aqui, o estado de tensão e de guerra contra o mal, que Jesus vem eliminar. Neste sentido, assume a significação profética de “juízo” e “julgamento” de Deus que purifica os eleitos e extermina os ímpios. Jesus anunciaria, assim, a realização escatológica de um Povo purificado e santo. O “fogo” será o instrumento de formação e purificação da comunidade dos discípulos de Jesus. E porque não ver nele também o “fogo” do Pentecostes, o “fogo” do Espírito, que é dom do Ressuscitado à Sua Igreja, e a antecipação dos últimos dias?

  1. d)       Seja como for, o próprio Jesus está implicado neste combate, que é de luta e tensão dentro do Reino, pois Ele mesmo declara que tem um “baptismo” para receber, e este baptismo, de acordo com Mc 10, 38, é claramente um baptismo de sofrimento, de paixão e de morte. “Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Pois Eu digo-vos que não: O que Eu vim estabelecer foi a desavença”. Mas não era a paz um dos temas mais decantados e ardentemente esperados pelo povo judeu, para os tempos messiânicos? Não cantam os Anjos essa paz no nascimento de Jesus em Belém? Jesus vem, efectivamente, trazer a “paz messiânica” prometida e cantada pelos profetas. Mas a paz messiânica exige a decisão pessoal de fé. E tal decisão acarreta consigo crises, riscos, rupturas, desavenças. São Mateus substitui a palavra “desavença” pela palavra “espada”. Exprimem ambas a mesma realidade: a cisão provocada pelo próprio Evangelho. As “desavenças” familiares descritas em S. Lucas e em S. Mateus são uma citação de Miqueias referida expressamente ao fim dos tempos, aos tempos da decisão. Aliás, os elementos aduzidos não serão mais do que um pequeno retracto do que estaria já a acontecer em muitas famílias de Jerusalém, por causa dos que aderiam, de alma e coração, à mensagem de Jesus. Dito de outra maneira: Quem acolhe e aceita o Evangelho de Jesus Cristo começa a experimentar, dentro de si mesmo, a guerra e a divisão. É que não se pode aceitar, com a mesma naturalidade, o bem e o mal, a verdade e a mentira, a justiça e a opressão. A imagem de um cristianismo fácil, contemporizador com todos os valores do mundo, tem de dar lugar a um cristianismo adulto, feito de decisões de Fé, marcado por atitudes assumidas, à luz do Evangelho. É neste sentido que a Palavra de Deus introduz a crise no mais íntimo do homem, porque contesta os valores da ordem estabelecida e exige uma decisão por Cristo ou contra Cristo. O homem actual é um homem de opções adiadas. Inserido num mundo de mediocridade e consumismo, treme perante as opções fundamentais da vida e da sua própria fé. Pretende, simultaneamente, dizer “sim” e “não” à sua vocação transcendental. Tem medo do risco. Ora o Evangelho é risco, que projecta o crente para a aventura sedutora de um futuro eterno e feliz em Deus.

  1. e)       Não será esta, precisamente, a mensagem da segunda leitura? Depois de enumerar uma “nuvem” de testemunhas “ a atestar-nos as grandezas da fé”, a Carta aos Hebreus apresenta-nos Cristo como modelo supremo da nossa “corrida” para a perfeição. Com Ele, “guia da nossa fé” e sinal de contradição para o mundo, também nós atingiremos a meta final.

17-08-2025

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Leitura Espiritual

«Eu vim trazer o fogo à Terra e que quero Eu senão que ele se acenda?»

Nosso Senhor Jesus Cristo vive neste mundo nas almas, crescendo nelas segundo as operações da sua graça, como fazia na sua infância, conversando com sua Mãe; e prossegue a sua vida interior em nós quando somos exclusivamente dele. Aquilo que começou em Si mesmo, prossegue-o na sua Igreja, de modo que a vida divina que lhe comunica, e que tão gloriosa é para Deus seu Pai, não terá fim na eternidade. Ele deseja que toda a Terra esteja cheia de fogo, pois enviou-o cá para baixo com o único fim de que esse fogo devore o mundo […].

Não há nada melhor, nem que dê mais descanso e consolo à alma, do que ser arrebatada para fora de si mesma por Jesus Cristo e pelo seu Espírito divino, que, para tal, não precisa do carro de fogo de Elias (cf 2Rs 2,11), pois nos eleva da Terra ao Céu pelo seu próprio poder, e do fundo de nós mesmos nos transporta para o seio de Deus. E eu seria infiel a Jesus se não pressionasse incessantemente a vossa alma, a fim de impedir que ela descanse, um momento que seja, voltada para si mesma. (Jean-Jacques Olier (1608-1657), fundador dos padres de São Sulpício, Leituras espirituais, 44).

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Avisos Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

De 17 a 24 de Agosto

Diocese da Guarda – Nota Episcopal sobre os incêndios no Concelho de Trancoso e outras localidades

Assim, a diocese da Guarda emitiu uma Nota Episcopal, pelo seu Bispo, D.José Pereira referindo: Face aos incêndios que, nos últimos dias, têm atingido diversas localidades do Concelho de Trancoso e outras zonas da Diocese da Guarda, D. José Pereira dirigiu uma mensagem de proximidade, oração e apelo à solidariedade. O Bispo da Guarda manifesta o seu apoio às populações afetadas, aos bombeiros e a todos os que combatem as chamas, recordando também a necessidade urgente de reforçar as medidas de prevenção..

Pela informação amplamente difundida na comunicação social, e pela informação que recebi no contacto que estabeleci com os respectivos párocos, levanto a Deus uma oração em favor das populações do Concelho de Trancoso mais fustigadas pelos incêndios: Aldeia Velha, Castaíde, Castanheira, Courelas, Fiães, Freches, Golfar, Miguel Choco, Moreira de Rei, Rio de Mel, Rio de Moinhos, Sintrão, Venda do Cepo…

Manifesto a minha proximidade, e confiança nos nossos Bombeiros para quem suplico a assistência de Deus, a fortaleza, e a colaboração das populações.

Na mesma súplica envolvo a população do Pereiro, na freguesia do Sobral de São Miguel, concelho da Covilhã, e os Bombeiros envolvidos no combate às chamas, assim como todos os que estão envolvidos no combate aos incêndios por todo o país.

Uma referência também para quem esteve em sobressalto no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, nos dias anteriores, felizmente hoje já superado.

Deus permita que, após as operações de combate, se possa avançar mais decididamente nas operações de prevenção.

10 de agosto de 2025
D. José Pereira, Bispo da Guarda

Foto:Diocese da Guarda

Liturgia do domingo de Pentecostes

Pentecostes

O ESPÍRITO SANTO É A FONTE DA PALAVRA DE ESPERANÇA E DA VIVÊNCIA DO AMOR

Com a Solenidade de Pentecostes, terminamos o grande ciclo que começámos a celebrar no Domingo de Páscoa. A Páscoa, como se fosse um só dia, expressa, vive e celebra a alegria da Ressurreição de Jesus Cristo, o núcleo da nossa fé, o mais importante da nossa vida, a confissão da nossa esperança: aquele que morreu, Deus o ressuscitou e vive glorioso à sua direita, assim como vive glorioso na Igreja. A celebração do Tempo Pascal, que neste Domingo encerramos, expressa a alegria de reconhecer Jesus, como Vencedor da morte, a missão dos apóstolos e da Igreja de comunicar a Boa Nova e a celebração dos sacramentos. A plenitude da Ressurreição de Jesus é a vinda do Espírito Santo, a presença activa e eficaz da terceira pessoa da Santíssima Trindade: o Espírito actua no coração dos fiéis, enche-os da sua graça e dos seus dons, o Espírito faz maravilhas na Igreja; e, neste Domingo, celebramos e alegramo-nos pela sua presença e pelos seus dons. A primeira leitura, dos Actos dos Apóstolos, assim como o evangelho, falam-nos da vinda do Espírito Santo e da sua presença. Nos Actos dos Apóstolos, vemos que a sua vinda foi espectacular: “Subitamente, fez-se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam”; “Residiam em Jerusalém judeus piedosos, procedentes de todas as nações que há debaixo do céu. Ao ouvir aquele ruído, a multidão reuniu-se e ficou muito admirada”. Os Apóstolos, com Maria entre eles, recebem o Espírito da fortaleza que os tornará capazes de ir por todo o mundo a dar testemunho de Jesus Cristo. Também o texto do evangelho fala da vinda do Espírito Santo. É uma presença mais discreta: Jesus “soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. Mas esta vinda torna-os capazes de perdoar os pecados, de serem sinais e instrumentos de reconciliação no mundo, na sociedade e na Igreja. Neste Domingo, a nossa alegria deve ser imensa, porque participamos do que Paulo diz na segunda leitura: “há diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo”; “Assim como o corpo é um só e tem muitos membros e todos os membros, apesar de numerosos, constituem um só corpo, assim também sucede com Cristo”. Este é o princípio básico da Igreja e esta é a nossa fé: assiste-nos um só Espírito, somos conduzidos por um só Espírito que dá a cada um alguns dons para que os ponha ao serviço de todo o corpo, ao serviço dos outros. A Igreja é o corpo de Jesus Cristo, nós somos os seus membros e temos uma missão que deve ser levada até ao fim. Os ministérios são vários: o ministério de presbítero, de diácono, um dom do Espírito ao serviço da comunidade cristã; o dom da catequese, o dom da caridade, o dom do conselho, para que se exerça com prudência. Mas temos outros dons, outras graças que nos concede o Espírito Santo: o dom de ser pai e mãe, de ser filho; outro dom é o do trabalho, que se une à obra criadora de Deus e lhe dá seguimento; o dom do ensino nas escolas, o dom da dedicação à sociedade civil, como um serviço aos cidadãos, especialmente aos mais necessitados e esquecidos. Celebremos o dom que o Espírito Santo nos concedeu, a graça que Deus nos concedeu. Peçamos ao Senhor que envie dons à sua Igreja e os reforce, para que não seja somente uma “colecção” de dons para o seu serviço interno, mas que sejam dons e carismas para o nosso mundo, para a nossa sociedade. Hoje, mais do que nunca, a Igreja, pelos dons do Espírito Santo, tem muito que dizer e fazer neste mundo. Tendo em conta o pluralismo, que deve haver, procuremos dar ao mundo uma palavra de esperança e uma vivência de amor, não por nós, mas pelo Espírito que habita em nós e que nos faz clamar: “Abbá, Pai”.

Ordenação sacerdotal de Eduardo Abrantes na Catedral de Viseu

A Diocese de Viseu viveu na tarde deste domingo, um momento de grande festa, alegria e emoção, com a ordenação sacerdotal do diácono Eduardo Abrantes, de 26 anos, natural de Cunha Baixa, Mangualde, que escolheu para lema de ordenação “Eu estou à porta e Chamo”.

Após oito anos sem ordenações sacerdotais, a emoção foi visível na grande assembleia presente na Catedral de Viseu, que testemunhou a entrada de Eduardo Abrantes para o presbitério, numa cerimónia solenizada pelo Coro de São Teotónio. Estiveram presentes sacerdotes, diáconos, consagrados, seminaristas, acólitos, famílias, catequistas, crianças, adolescentes, jovens e leigos comprometidos na Igreja.

Esta foi a primeira ordenação sacerdotal presidida pelo Bispo da Diocese de Viseu, D. António Luciano, neste dia, 4 de maio, que marca o primeiro dia da Semana de Oração pelas Vocações e, simultaneamente, Dia da Mãe, efemérides que deram mais brilho a esta celebração.

Por:DV

Avisos e Liturgia do II Domingo da Páscoa- ano C

OS DONS DO RESSUSCITADO: PAZ, ESPÍRITO E PERDÃO

 

Enquanto que, no Domingo passado, nos concentrávamos na celebração do anúncio da ressurreição de Jesus, neste Domingo, na Oitava da Páscoa, a nossa atenção orienta-se para o mistério desta ressurreição. Não ficamos somente no facto de que, em cada oito dias, nos reunimos para celebrar a Ressurreição do Senhor, mas também nos seus efeitos, tanto naquele dia de Páscoa, como na oitava, e, também, hoje. Jesus mostrou aos apóstolos as mãos e o lado, como, depois, também mostrou a Tomé, porque este não acreditou no testemunho dos seus companheiros. Mas, o evangelho deste Domingo também nos apresenta o mistério, o qual não podiam ver nem tocar, mas somente experimentar: a paz que Jesus ressuscitado concede à sua Igreja, o Espírito Santo que oferece como fruto da sua ressurreição, e o perdão dos pecados para alcançar a salvação que a ressurreição de Jesus nos dá. Como Tomé, muitas pessoas, hoje, também procuram certezas e provas, querem ver e tocar. Mas o Senhor, além de mostrar, as mãos e o lado, dá-lhes, a ele e a todos, uma vida que não podem ver, mas que podem sentir. Em primeiro lugar, a paz, aquela paz que, noutra passagem do evangelho, Jesus diz: “Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou” (Jo 14,27). Uma paz que inunda plenamente cada pessoa, porque não é somente ausência de guerra, mas edifica um coração pacífico, vivendo a bem-aventurança: “Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5,9). O Ressuscitado também concede o Espírito, o Espírito da verdade e da fortaleza, que fará dos apóstolos, e de quantos partilhamos a mesma fé, homens novos num mundo enfraquecido, homens novos pelo baptismo que a todos converte numa criatura renovada. E, ainda, nos oferece o perdão dos pecados. Jesus concede à Igreja a capacidade e o dom de perdoar, de nos sentirmos perdoados e de partilhar o perdão que Deus concede, pela sua grande misericórdia. Os discípulos, e Tomé passados oito dias, viram as chagas do Senhor e acreditaram, mas não viram com os seus olhos, não tocaram com as suas mãos os dons do Ressuscitado; acreditaram e a sua fé espalhou-se como a sombra de Pedro, o primeiro dos apóstolos, que, como nos diz a primeira leitura, dos Actos dos Apóstolos, confortava e curava “os enfermos e atormentados por espíritos impuros”. Se no Domingo passado, eramos convidados a “tomar” a palavra, como Pedro, para anunciar a ressurreição de Jesus, neste Domingo, tanto a segunda leitura do Apocalipse com a parte final do texto evangélico, convida-nos a “escrever” o que vimos e ouvimos, o que experimentámos, para que, também hoje, acreditemos no Ressuscitado e, mesmo não vendo as feridas das mãos e do lado, acreditemos que o Senhor dá-nos a sua paz, derrama sobre nós o seu Espírito e concede-nos o perdão, para que sejamos instrumentos de reconciliação para a sociedade em que vivemos. Neste Domingo, recordamos a dúvida do apóstolo Tomé, mas o mais importante é contemplar o Senhor ressuscitado que, tomando a iniciativa, vai ao encontro dos seus amigos e concede-lhes toda a força e a vida da ressurreição, para que dela sejam testemunhas. Hoje, repete-se o que aconteceu “há oito dias”, ou seja, em cada Domingo, a Igreja é convocada para celebrar o Senhor ressuscitado. De oito em oito dias, repetem-se os dons do Senhor, que está presente na Igreja, para que cada geração experimente e viva os dons que o Ressuscitado nos concede: a paz que edifica, o Espírito que estimula e o perdão dos pecados que salva e nos convida a renascer de novo.

 

27-04-2025

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Leitura Espiritual

A tripla paz

 

«Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco”». Disse por três vezes «A paz esteja convosco!», porque foi uma tripla paz que o Senhor restabeleceu: entre Deus e o homem, reconciliando-o com o Pai pelo seu sangue; entre o anjo e o homem, tomando a natureza humana e elevando-Se acima dos coros dos anjos; entre o homem e o homem, unindo em Si mesmo, pedra angular, o povo judeu e o povo gentio. Jesus veio, pois, e pôs-Se no meio deles (cf Jo 20,19): «Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22,27). Ele mantém-Se no centro de cada coração. No centro, porque é dele, como eixo, que todos os raios da graça recaem sobre nós, que nos mantemos na circunferência e andamos à sua volta. «Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: “A paz esteja convosco”». Há uma tripla paz: a do tempo, a do coração, a da eternidade. Deves, pois, ter a primeira para com o teu próximo, a segunda para contigo mesmo e assim terás a terceira para com Deus, no Céu. Mantém-te, também tu, no «meio» e terás paz com o teu próximo. Se não te mantiveres no meio, não poderás ter paz. Na circunferência, não há nem paz nem tranquilidade de espírito, mas movimento e instabilidade. Dizem que os elefantes, quando enfrentam um combate, têm um cuidado especial com os feridos: encerram-nos no centro do grupo, juntamente com os mais fracos. Acolhe tu também, no centro da caridade, o teu próximo fraco e ferido. Assim, o Senhor, depois de lhes ter mostrado as mãos e o lado, disse novamente: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós»: tal como o Pai Me enviou para a Paixão, apesar do amor que Me tem, também Eu, com o mesmo amor, vos envio. (Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja, Sermão para o Domingo da Oitava da Páscoa).

 

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Unidade Pastoral das P. de Fornos de Algodres, Cortiçô, Casal Vasco, Infias, Vila Chã e Algodres

Avisos
De 28 de abril a 04 de maio

Fornos de Algodres- Cerimónia do Enterro do Senhor da ISCMFA

A vila de Fornos de Algodres vai acolher na próxima sexta-feira santa, 18 de abril, a Cerimónia do Enterro do Senhor, numa organização da Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres, presidida pelo  Padre Eurico Sousa,  numa das expressões mais intensas de fé cristã da Semana Santa, a ter início pelas 21 horas, na Igreja da Misericórdia.

Além da imagem de Cristo morto, que será transportado no esquife, também irá o andor de Nossa Senhora, acompanhados pela Banda Filarmónica de Vilar Seco e Guarda de Honra pelos Bombeiros Voluntários de Fornos de Algodres e pela Irmandade da Santa Casa da Misericórdia de Fornos de Algodres.

Durante a Procissão é vivido o momento solene, e é feito o Sermão da Soledade, pelo Padre Eurico, assim sairá da Igreja da Misericórdia, Estrada Nacional nº16, paragem no Largo do Pelourinho, ao pé da Junta de Freguesia para o Sermão, seguindo pela Rua da Torre e finaliza na Igreja da Misericórdia. Ainda os fiéis que assim o entendam devem ser portadores de copo com vela.

Segundo, fonte da ISCMFA, refere que “Além de um grande número de fiéis que dão corpo à procissão, também a Guarda Nacional Republicana, os Bombeiros Voluntários, Escuteiros, e várias entidades civis participam nesta grandiosa manifestação de fé, que recria o sepultamento de Cristo após a sua crucificação, simboliza a solidariedade dos fiéis com o sofrimento de Cristo e convida à reflexão sobre o pecado, o perdão e a necessidade de conversão interior.

Fonte:ISCMFA

Avisos e Liturgia do VI Domingo da Quaresma – ano C

Domingo de Ramos

O DOMINGO DOS CONTRASTES

O Domingo de Ramos dá singular importância a uma personagem colectiva dos evangelhos: a multidão. Um grupo grande de pessoas, que caminham juntas, estendem as suas capas no caminho por onde passa Jesus, montado num jumentinho. Louvam a Deus, junto ao monte das Oliveiras, símbolo da paz. Esta multidão tem consciência de que aquele que vai montado no jumentinho é alguém importante, de linhagem real, que fala e actua humildemente em nome do Senhor. Tem consciência de que estão a acontecer coisas maravilhosas. Também nós, neste dia, com os nossos ramos nas mãos, queremos expressar a nossa admiração e união ao Messias que afirmou que o seu Reino é dos pequeninos, daqueles que é preciso defender de qualquer escândalo. Mas, será que sabemos, verdadeiramente, quem aclamamos? Conhecemos a sua realeza e a sua importância para a nossa vida? Saciamo-nos na sua mesa e com as suas palavras? Este é o Domingo dos contrastes, em que se inicia a Semana Santa de maneira multitudinária e que, pouco a pouco, se vai reduzindo à fidelidade dos mais próximos, até, no final, à mais absoluta e terrível das solidões. A multidão caminha e acompanha Jesus. É esta atitude que a Igreja tem de continuar a valorizar, cuidando da comunhão, para participar na missão do Messias. Mas, pôr-se a caminho é comprometedor. Subir a Jerusalém custa! Quem nos ajuda ao longo do caminho? Quem nos anima nos carreiros da vida? Precisamos de fazer caminho, individual e comunitariamente, porque, assim, nos preparamos para a entrega radical do Senhor.

Ele oferece-nos o seu corpo e o seu sangue, culminando o itinerário no único sacrifício da cruz, em comunhão com todos os crucificados do mundo e da história. Sem vaidades, como afirma São Paulo, Cristo submeteu-se à humilde condição de servo, que, infelizmente, persiste de diversas formas entre os explorados de hoje. Só assim podia elevar em Si todos aqueles que, desprovidos de nome e de dignidade, foram oprimidos ao longo da história e no silêncio cúmplice do nosso tempo. O mal não terá a última palavra, porque ao nome de Jesus todos se ajoelharão e toda a língua proclamará que Ele é o Senhor. Esta é a garantia da nossa esperança, sem esquecer que não está isenta de cruz, a exemplo de Jesus. Este é o Domingo, que começa com uma procissão, repleta de alegria, e que culmina com uma desoladora narração, onde impera o insulto, a falta de respeito, a violência física e o escarnio. Esta narrativa continua a repetir-se todos os dias nas mulheres agredidas e violentadas, nos que fogem das guerras, nos discriminados, naqueles que não contam para nada! O evangelista Lucas, amante e pintor de contrastes, oferece-nos uma narração com um momento de ternura, diante de tanto drama. Em pleno suplício, um dos condenados volta o seu coração para o Senhor. Só lhe pede que se lembre dele. Jesus promete-lhe o paraíso. Antes de se entregar nas mãos de Deus Pai, o Crucificado termina a sua missão neste homem arrependido. O Crucificado revela-nos como é o seu coração, capaz de amar e de dar oportunidades até ao fim. Hoje, entrando em Jerusalém, aclamamos que o Amor nunca abandona o seu povo. O Amor inspira-nos com a força da sua debilidade, encorajando-nos a fazer caminho até à Jerusalém do Céu, pátria da multidão que alcançou um mundo sem fronteiras. Lá, a alegria será plena, superior a alegria de Domingo de Ramos.

13-04-2025

paróquiasagb

Leitura Espiritual

Eis que o nosso Bem-amado Se encaminha para a morte

Eis que o nosso Bem-amado, o ramo de nardo, a bolsa de mirra (cf Cant 1,12-13), depois de ter celebrado um festim abundante e refinado, e cantado o hino, sai com os seus discípulos para o Monte das Oliveiras, onde passa toda a noite sem dormir, preocupado com a realização da obra da nossa salvação; afasta-Se dos apóstolos, cai sobre Ele uma tristeza de morte, dobra os joelhos diante de seu Pai e pede-Lhe que, se for possível, aquela hora passe longe dele, mas submete a sua vontade à do Pai (cf Mt 26,38-39). Entrando em agonia, corre-Lhe pela testa um suor de sangue (cf Lc 22,44). A seguir, é atraiçoado com um beijo por um dos seus discípulos, preso e levado como um malfeitor. O seu rosto velado será coberto de escarros, arrancar-Lhe-ão a barba. Batem-lhe na cabeça com uma cana, dão-Lhe bofetadas, flagelam-no na coluna, coroam-no de espinhos, condenam-no à morte. Carregam-Lhe às costas o madeiro da cruz e Ele dirige-Se ao calvário, onde é despojado das suas vestes e crucificado entre dois ladrões; dão-Lhe a beber fel e vinagre, insultam-no, ouve as blasfémias de quem por ali passa. O que poderemos juntar a tudo isto? A Vida morre pelos mortos, que somos nós. Ó olhos do nosso Bem-amado, fechados na morte! Ó rosto no qual os anjos amam fixar o seu olhar, caído e exangue. Ó lábios, raios de mel que destilam palavras de vida eterna, tornados lívidos! Ó chefe que faz tremer os anjos, pendendo inclinado! Ó mãos, cujo toque fez desaparecer a lepra, devolveu a vista, expulsou o demónio, multiplicou os pães, perfuradas por pregos, banhadas de sangue! Irmãos bem-amados, recolhamos todas estas coisas para compor um ramo de mirra, coloquemo-lo sobre o peito e tragamo-lo no coração, para podermos ressuscitar com Ele ao terceiro dia. Que Aquele que é bendito pelos séculos dos séculos nos obtenha tudo isto. Amen! (Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, doutor da Igreja, Sermão para a Ceia do Senhor).

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Avisos Paroquiais – Semana Santa – Ano 2025

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